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Jacques Roumain no céu do Caribe

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Por Pedro de la Hoz Jacques Roumain e Nicolás Guillén. Arquivo: Fundação Guillén   Talvez pela intuição de que logo partiria para sempre, a última vez que Jacques Roumain viu Nicolás Guillén em Havana deixou com o poeta cubano um exemplar do romance que marcaria sua grande estatura literária junto com a tradução francesa de alguns versos do amigo. Mas também, por essa mesma intuição, ele quis levar consigo uma lembrança. “Nicolás, se você me convida para almoçar, qualquer prato é bom, desde que tenha um pouco de inhame.”   Deus sabe, ou melhor, Papá Legbá, se para o haitiano aquele pedaço de alimento da terra que alimentava escravos e quilombolas, libertos e operários de seu país e do nosso foi, desde sua profunda condição antilhana, um gatilho de imaginação, como a famosa madeleine foi para Proust.   A verdade é que Roumain morreu pouco depois, exatamente em agosto de 1944, aos 37 anos, para entrar definitivamente no panteão daqueles seres que se recusam a morrer. Ainda há tanta vida