DO EDITOR Olá, leitores! Continuamos até o dia 16 de fevereiro a aceitar inscrições para novos colunistas interessados em publicar seus textos com o Letras durante o ano. Na edição anterior deste boletim, explicamos como propor uma candidatura. Veja aqui . Qualquer outra dúvida, podem encaminhar através do nosso e-mail blogletras@yahoo.com.br ou dos serviços de mensagem disponibilizados em alguma das nossas redes sociais. Aguardamos os seus escritos. Kenzaburo Oe. Foto: Jeremie Souteyrat LANÇAMENTOS Nos 90 anos de Kenzaburo Oe, a editora Estação Liberdade publica o segundo livro de uma trilogia autoficcional do escritor japonês. Os mistérios do vale e da floresta; histórias, lendas e mitos contados pelos habitantes do vilarejo ao longo de gerações; uma incessante busca pela conexão entre este mundo e o outro — e um elemento que conecta todos: a memória. Em O menino da triste figura , o escritor Kogito Choko, alter ego de Kenzaburo Oe e também protag...
DO EDITOR Olá, leitores! Este foi o primeiro ano desde quando iniciamos nossas apostas em vocês para a manutenção do domínio e hospedagem online do Letras que conseguimos custear essas despesas sem a realização de sorteios pagos e apenas com o que levantamos de receita nas vendas através do nosso link na Amazon. O registro da informação é para acrescentar duas coisinhas: a primeira delas é agradecer a cada um que alguma vez considerou nos ajudar ao realizar sua compra utilizando o nosso link. E a segunda é se for aproveitar ainda qualquer oferta nessa semana de Black Friday, pense em nós. O nosso link é este . Em nossa conta no Twitter organizamos um fio com dicas de ofertas em livros — passem por lá. Uma curtida, uma partilha ou quem sabe ainda encontra o presente para você e seus amigos neste final de ano, enfim, todo gesto, pequeno que seja, é ajuda ao nosso trabalho. Ariano Suassuna. Foto: Leonardo Colosso LANÇAMENTOS A poesia c...
Por Pedro Fernandes É preciso ler A Sibila para estabelecer contato com toda força do universo ficcional construído por Agustina Bessa-Luís, a escritora que, sozinha, construiu toda uma literatura à parte no interior da ficção portuguesa. A aparição desse romance se deu numa ocasião bastante peculiar: enquanto a literatura de Portugal debatia seus meandros, as implicações entre linguagem e conteúdo ideológico e se prendia aos estatutos mais ou menos determinados da estética neorrealista, responsáveis por obras que ressuscitaram a criação ficcional posterior ao marasmo deixado pelo vazio de Eça de Queirós; é desse período, entretanto, a criação de obras de baixo valor criativo devido ao mero apelo quase panfletário decorrente do que poderíamos designar como o primeiro boom literário neste país. Nada se produziu de igual na literatura portuguesa antes ao que Agustina produziu e os herdeiros da escritora ainda estão por nascer. Esse isolamento, entretanto, não é apenas ...
Por Raúl Rojas Ilustração de Diego Rivera para Popol Vuh . Os maias foram a única cultura na América indígena que chegou a ter um sistema de escrita avançado. Tão desenvolvido, de fato, que lhes permitiu esculpir seus mitos e lendas em estelas de pedra, capturá-los em cerâmica ou murais, ou registrá-los em livros feitos de finas folhas de casca de árvore, os chamados códices. Poucos exemplares dessa incipiente literatura mesoamericana sobreviveram à destruição na fogueira, produto do fanatismo religioso dos clérigos espanhóis. No entanto, o Popol Vuh , a narrativa sagrada dos maias quiché, pode ser salva do esquecimento. Antes da conquista, as lendas maias eram transmitidas principalmente oralmente, algumas das quais com séculos de existência. Após a conquista, talvez em 1550, o Popol Vuh foi preservado usando o alfabeto latino. Aparentemente os autores da transcrição eram nobres maias da área cultural quiché, onde hoje fica Santa Cruz, na Guatemala. Popol Vuh sig...
Ilustração: T. Hanuka O sexo sempre esteve presente na literatura, embora nem sempre de maneira explícita. Há escritores que mergulharam em sua própria sexualidade como se a arte pudesse ser campo para um exercício psicanalítico e findaram por revelar a partir dessa intimidade o lado mais escuro sobre. Esta lista apresenta um conjunto de livros nos quais os escritores se desnudam, livros que dispensam o pudor para narrar cenas de elevado tom. Christine Angot, até o presente uma romancista francesa quase desconhecida no Brasil embora tenha sido autora de um livro chamado Pourquoi le Brésil ?, tem sido lida como uma das principais figuras que se filiam à tradição da qual faz parte nomes como o de Anaïs Nin. Em 1999, ela publica L’Inceste , a obra pela qual sempre tem sido lembrada, por se tratar de uma narrativa que recupera a relação incestuosa entre um pai e uma filha. Les Petits , outra obra sua, já inicia com uma felação sob o chuveiro que termina numa penetração anal an...
Por Pedro Fernandes Péter Nádas. Foto: Fredrik Sandberg Devido sua riqueza narrativa e simbólica, a literatura desde sempre recorreu à Bíblia como matéria criativa. O primeiro romance de Péter Nádas é um exemplo disso. O livro dos livros é recuperado no uso intertextual e funciona também como um elemento nuclear e mesmo essencial para as significações e o funcionamento da narração, esta que, à semelhança dos textos bíblicos tratados como sagrados pelas religiões que os utilizam, é apenas superficialmente simples mas complexa em sua profundidade. Articulado pela memória do narrador adulto que se desdobra sob perspectiva infantil, o que se narra em A bíblia é apenas uma curta passagem de tempo quando os dias numa casa de altos funcionários do governo comunista do tempo de Mátyás Rakosi são marcados pela chegada de Szidike, uma jovem de dezessete anos contratada para cuidar dos afazeres domésticos. Esse núcleo familiar é formado por Gyuri, quem conta a história, os pais e os...
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