Boletim Letras 360º #515

 
DO EDITOR
 
1. Caro leitor, três anos depois, divulgamos uma chamada para novos colunistas atuarem no Letras. Se você escreve resenhas (sobre livros ou filmes) ou ensaios, por exemplo, e procura um espaço para exercitar sua escrita junto ao público, eis um convite. Saiba tudo aqui ou escreva para nós.

2. Outra novidade: na segunda-feira, 23, as atividades do ano 16 aqui no blog voltam ao fluxo diário.
 
3. Para que continuemos online, sua ajuda é importante. E uma das formas de você colaborar é na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste Boletim; poderá garantir ainda um desconto na compra sem pagar nada mais por isso. Legal, não é? Para conhecer outras maneiras de ajudar, visite aqui.
 
4. Muito obrigado pela sua companhia e desejamos um rico final de semana!

Roberto Piva. Foto: Re D'Elia / IMS (Reprodução).


 
LANÇAMENTOS
 
Pela primeira vez, em um só volume, a obra de uma das vozes mais vigorosas e anárquicas da poesia brasileira.
 
Autor de versos radicais e transgressores, Roberto Piva estreou na literatura em 1963, com Paranoia, numa edição acompanhada por fotografias do artista plástico Wesley Duke Lee. Dali em diante, até 2010 — ano de sua morte —, o poeta ganharia lugar único na cena literária. Avessa às convenções sociais, à moral, aos bons costumes, ao bom-mocismo e ao modo de vida burguês, sua poesia chocou os leitores de então e segue como referência ímpar para as gerações seguintes. Amor e erotismo aparecem como tema central na obra do autor de Piazzas. O pano de fundo é uma São Paulo noturna, caótica, feita de buzinas, esbarrões, flertes e infinitas possibilidades. Nos versos de Piva, que carregam toques de surrealismo e de misticismo, estão presentes o desejo sexual e a violência física, o delírio e a razão, a sensação coletiva das metrópoles e sua irremediável solidão. Com organização de Alcir Pécora, Morda meu coração na esquina perfaz a trajetória de Piva, livro a livro, e traz textos de Claudio Willer, Eliane Robert Moraes e Davi Arrigucci Jr. A edição inclui ainda poemas esparsos, cronologia do autor e imagens publicadas na edição original de Paranoia. O livro sai pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.

O romance de uma das mais importantes escritoras holandesas da atualidade.
 
Kayleigh precisa de dinheiro. Justamente por isso, ela aceita um emprego como moderadora de conteúdo para uma plataforma de mídia social cujo nome não pode ser mencionado. Seu trabalho: revisar vídeos e fotos ofensivas, discursos e teorias da conspiração, e decidir quais precisam ser removidos. É um trabalho cansativo. Kayleigh e seus colegas passam o dia todo assistindo horrores em suas telas, e os avaliando conforme diretrizes de moderação em constante mudança. Mas Kayleigh é boa em seu trabalho. Pela primeira vez em sua vida, o futuro parece brilhante. No entanto, quando seus colegas começam a desmoronar, quando Sigrid, sua nova namorada, fica cada vez mais distante e frágil, quando seus amigos começam a defender as teorias da conspiração que deveriam estar avaliando, Kayleigh começa a se perguntar se o trabalho pode ser demais para eles. Felizmente, ela está bem ― ou não está? Este post precisou ser removido, de Hanna Bervoets, é uma história arrepiante, poderosa e emocionante sobre o que ― ou quem ― determina como vemos o mundo. O livro assinala a estreia da escritora holandesa no Brasil. Com tradução do original feita por Daniel Dago, o livro é publicado pela editora Rua do Sabão. Você pode comprar o livro aqui.
 
A história da arte do ponto de vista das Vigna.
 
Fascinadas por história da Arte, as escritoras Elvira e Carolina Vigna, mãe e filha, mergulharam no assunto construindo este livro a quatro mãos até 2017, quando morreu Elvira. Sem pretensão de ser um guia ou de escrever a história definitiva da arte, a obra, que foi concluída por Carolina, inclui artigos, observações irônicas, comentários, com o objetivo principal de dessacralização da arte e de seus artistas, a partir da perspectiva pessoal das duas autoras. Por isso mesmo, não tem preocupação de seguir uma cronologia e salta momentos da história, temas, artistas e obras que normalmente são consideradas relevantes, constituindo uma das interpretações possíveis, entre tantas, de como se pode ver a arte. Uma história da arte ganhou edição pela editora CEPE.
 
Um volume magistral sobre livros e a história da literatura — indispensável para todo leitor e bibliófilo.
 
“Uma biblioteca é um organismo em perene movimento. É um terreno vulcânico, onde sempre algo está acontecendo, mesmo que não seja perceptível de fora”, escreve Roberto Calasso no ensaio principal deste volume. Combinando fragmentos autobiográficos e a erudição que perpassa toda a sua obra, o autor examina a complexa tarefa de organizar uma biblioteca, que instigou incontáveis pessoas ao longo da história — de Gabriel Naudé a Aby Warburg. O volume inclui ainda outros três textos: “Os anos das revistas”, que examina os tempos áureos das revistas literárias, entre os anos 1920 e 1940; “Nascimento da resenha”, a respeito do episódio que deu origem a esse gênero literário, protagonizado por Madame de Sablé e La Rochefoucauld; e “Como organizar uma livraria”, que retoma o tema principal do livro e propõe uma reflexão sobre as livrarias de hoje. Com tradução de Patricia Peterle, Como organizar uma biblioteca é publicado pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
 
O romance de estreia da espanhola Xita Rubert.
 
Em Meus dias com os Kopp narra-se uma viagem de uma jovem de dezessete anos com o pai e amigos deste — os intelectuais endinheirados Andrew e Sonya Kopp. Nesta breve e caótica jornada, a protagonista Virginia encontra um mundo adulto repleto de hipocrisias e ambivalências, cuja fachada parece sempre perto de desmoronar graças à presença perturbadora do filho dos Kopp, um artista que pode — ou não — sofrer de uma doença mental severa. Com tradução de Elisa Menezes, o livro sai pela editora DBA. Você pode comprar o livro aqui.
 
Uma rotina de alta voltagem sexual com lembranças da juventude da protagonista.
 
Este romance experimental e bem-humorado, porém de contornos trágicos, acompanha a dissolução mental de Ana, uma professora universitária de literatura às voltas com o confinamento da pandemia de Covid-19. Recém-saída de um divórcio, ela tenta elaborar o programa da disciplina que deve ministrar à distância, enquanto se divide entre uma relação paranoica com seu gato Felício, um caso com seu psiquiatra e um mergulho de cabeça em três relacionamentos amorosos seguidos. O primeiro deles, com Alice, jovem que Ana conhece em uma ocupação habitacional e com quem ela desenvolve uma plataforma de prostituição on-line para garantir a renda das demais moradoras durante a quarentena. Os outros dois casamentos fincam pé no absurdo com uma riqueza de detalhes desconcertante: um pangolim e um morcego são os improváveis parceiros — e vítimas — de Ana. Narrado em primeira pessoa, o romance intercala relatos de uma rotina de alta voltagem sexual com lembranças da juventude da protagonista, em que já se encontrava plantada a semente da paranoia de fundo político que volta a atacar no enclausuramento doméstico. Aos relatos íntimos somam-se ainda as experimentações literárias, que Ana tenta encaixar na disciplina que precisa lecionar. Animais antropomorfizados e carregados de simbologia povoam os contos que ela, em estado de liquidação mental, julga dignos de figurar no programa do curso, enquanto seus colegas a alertam dos perigos de ir contra a correnteza em tempos politicamente sombrios. Com uma prosa cristalina, cortante e sedutora, e coroado por um epílogo que abre a narrativa para o mundo contemporâneo com uma história real que nos convida a repensar a própria ideia de verossimilhança, o romance se metamorfoseia na caixa de Pandora. Dela também saem outros mitos clássicos, possíveis chaves de compreensão dessa atmosfera sexualizada, grotesca e violenta. Mescla habilidosa de crítica social e implacável autoironia, Pandora lança mão do experimentalismo para melhor descrever uma realidade em que os perigos são palpáveis, mas as consequências não são compartilhadas de forma igualitária por todos. Pandora, de Ana Paula Pacheco, sai pela editora Fósforo. Você pode comprar o livro aqui.
 
O percurso de dois personagens envolvidos em dilemas sobre a verdade.
 
Totanauá é o primeiro de seu povo a aprender a ler. Escuta do papel palavras estranhas que falam sobre um novo tempo. Tenta transmiti-las aos seus parentes, que recebem as revelações sem saber se creem ou não no velho homem. Acomodado no jardim de um hospital, M. ouve relatos de pessoas perturbadas com sonhos de parentes mortos por uma doença devastadora. Durante a noite, recebe visitas de mulheres-espírito que entram pela janela de seu apartamento. Trarão elas explicações sobre os sonhos enigmáticos? Terão os sonhos alguma relação com o estado desolador em que se encontra a metrópole e todo o território em que vive M.? Desde seu apartamento, o narrador rememora a infância e descobre documentos que se conectam ao passado por meio dos sonhos e das visões. Nessas duas novelas reunidas em A repetição, Pedro Cesarino narra com maestria o percurso de dois personagens envolvidos em dilemas sobre a verdade. Situados em mundos distintos — a floresta, a metrópole e o litoral —, ambos se confrontam com a herança da escravidão, da violência contra povos indígenas e da exploração econômica. Valendo-se de fatos, estudos e documentos históricos para a escrita de ficção, Pedro Cesarino desenvolve um registro narrativo e imagético heterodoxo, estabelecido a partir da interlocução com pensamentos indígenas e afrocentrados ainda pouco presentes na literatura brasileira contemporânea. O livro é publicado pela editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
 
Antologia reúne autores veteranos e novatos interessados no microconto.
 
Marcado pela liberdade e a inventividade, o microconto é um gênero que coloca a literatura no fio da navalha. Assim como na poesia, em que a profundidade é construída pela escassez, nestas breves narrativas cada palavra vale seu peso em ouro — e o silêncio muitas vezes é o que mais revela. Organizado por Francisca Noguerol, da Universidade de Salamanca, na Espanha, Universos breves, publicado pela Editora Cobogó em parceria com o Instituto Cervantes, é uma antologia que reúne 39 expoentes contemporâneos do microconto em língua espanhola. São autoras e autores de 21 países (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela) e de diferentes gerações, desde os consagrados Luisa Valenzuela e Rafael Ángel Herra ao jovem José Zelaya. Enquanto alguns dialogam diretamente com as tensões dos tempos atuais, outros apostam nos mundos incomuns, nos jogos linguísticos e na reflexão filosófica. Todos, no entanto, enfatizam a vitalidade e a força narrativa dos microcontos, apresentando, em poucas linhas, epifanias inesgotáveis. Você pode comprar o livro aqui.
 
Nova tradução para uma das principais novelas de Herman Melville.
 
Anti-herói dos tempos modernos, o comportamento de Bartleby provoca reações de repulsa, ira e indignação — não por aquilo que faz, mas pelo que se recusa a fazer. Bartleby não gosta de trabalhar: não toma café ou se obriga a ser produtivo. Mas tampouco gosta de sair para se divertir — não bebe cerveja ou puxa assunto com quem quer que seja. Também não se volta para o divino ou transcendente, já que não nutre qualquer crença religiosa. Bartleby é, acima de tudo, um homem de aspecto terrivelmente sedado. Publicado em 1853, Bartleby – uma história de Wall Street é uma obra breve de repercussão retumbante. Através da melancolia paralisante de Bartleby, Herman Melville tece uma densa crítica à desumanização dos modos de produção vigentes. Desconectado de tudo o que é humano, Bartleby tem como única missão na vida copiar mecanicamente e sem erros documentos que servem apenas para multiplicar a riqueza alheia. O cotidiano banal e a condenação do ócio figuram entre as críticas mais relevantes na obra. A edição da Antofágica foi integralmente datilografada à mão por Letícia Lopes, que realizou intervenções artísticas que refletem o trabalho monótono e repetitivo do copista. O livro traz ainda textos complementares da roteirista Manuela Cantuária, do multiartista Nuno Ramos, José Garcez Ghirardi e Antônio Xerxenesky, tradutor deste volume. Você pode comprar o livro aqui.
 
O segundo romance de Itamar Vieira Junior, quatro anos depois de Torto Arado.
 
A história contada em Salvar o fogo tem várias camadas e muitos significados. Sua força reside na forma habilidosa que Itamar Vieira Junior mescla a trajetória íntima de seus personagens com traços da vida — social, emocional e cultural — brasileira. Moisés vive com o pai, Mundinho, e sua irmã, Luzia, em um povoado rural conhecido como Tapera do Paraguaçu, às margens do rio de mesmo nome, no interior da Bahia. Os outros irmãos estão espalhados pelo mundo. Tapera é uma comunidade de agricultores, pescadores e ceramistas de origens afro-indígena que vive à sombra do poder da igreja católica (dona de um mosteiro construído no século XVII e detentora do domínio das terras) e dos humores de seus membros religiosos, também suscetíveis à cobiça e às paixões. Órfão de mãe, Moisés encontra afeto – não livre de algumas escaramuças — com Luzia, uma jovem mulher estigmatizada entre a população por seus supostos poderes sobrenaturais. Para ganhar a vida, Luzia se torna uma diligente lavadeira do mosteiro e passa a levar uma vida de profundo sentido religioso, o que a faz educar Moisés com rigidez. Sua proximidade com a igreja também garante ao menino a formação que os irmãos mais velhos não tiveram. A vida escolar junto aos padres, porém, irá colocar Moisés em contato com experiências que marcarão sua vida para sempre e cujos reflexos podem mesmo estremecer sua relação com a irmã. Luzia, por sua vez, carrega a recordação dos irmãos que partiram, um a um, em busca de uma vida melhor por não encontrarem na aldeia perspectiva de terra, trabalho e dignidade. Sozinha, teve que cuidar da casa e do irmão, amparar o pai, além de lidar com a violência de uma comunidade que parece esquecer das próprias raízes. Ela ainda alimenta a esperança de reunir a família novamente, especialmente a irmã mais nova, que deixou a casa ainda na adolescência sem nunca ter retornado. Anos depois um grave acontecimento pode ser a oportunidade para que a família se reúna, e este reencontro promete deixar de lado décadas de segredos, sofrimentos e silêncios. A história se refaz pouco a pouco, à medida que a desconhecida história da aldeia se revela — descortinando junto com essa história familiar e particular um quadro mais amplo sobre o Brasil e seu povo. Épico e lírico, com o poder de emocionar, encantar e indignar o leitor a cada nova página, Salvar o fogo nos mostra que os fantasmas do passado de uma família muitas vezes não se distinguem dos fantasmas do país. Uma trama atravessada pelos traumas do colonialismo que permanecem vivos, como uma ferida ainda aberta. Você pode comprar o livro aqui

Considerado por muitos um dos pontos altos da narrativa de Eça de Queirós, livro traz uma importante reflexão sobre o poder das histórias que contamos.
 
Final do século XIX, Portugal. Gonçalo Mendes Ramires é um aristocrata rural, ansioso por ascender socialmente. Por sugestão de um antigo colega da Universidade de Coimbra, ele resolve escrever um livro que exalte os feitos de sua linhagem, narrando as agruras de Tructesindo Ramires, seu antepassado distante. Fazendo da linguagem um potente artifício na construção de histórias e usando-a da forma que melhor lhe convém, Gonçalo tem como objetivo integrar o Parlamento português — fato que lhe conferiria o máximo prestígio e pelo qual está disposto a distorcer a realidade. Publicado originalmente em 1900, A ilustre Casa de Ramires foi impresso postumamente. Vista de forma ambígua, a obra já foi considerada uma ode a Portugal, mas também uma contundente crítica aos costumes do período. O livro sai pela Penguin/ Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
  
REEDIÇÕES
 
Nova edição de A cortina, de Milan Kundera.
 
Em A cortina, Milan Kundera reflete sobre um de seus temas preferidos: a arte do romance. Partindo dos mestres fundadores do gênero literário na Europa, Rabelais e Cervantes, o autor de A insustentável leveza do ser analisa a produção de nomes como Flaubert, Kafka, Joyce, Musil, Broch e Gombrowicz, e estabelece continuidades históricas e diálogos inesperados — por exemplo, com os latino-americanos García Márquez e Fuentes. Marcado pela originalidade e inteligência características de Kundera — “porque é assim que um romancista teoriza: conservando com ciúme sua própria linguagem, e fugindo como da peste do jargão dos eruditos” —, este livro é uma pequena obra-prima para todos aqueles que produzem, estudam ou simplesmente apreciam um bom romance. A tradução de Teresa Bulhões Carvalho da Fonseca é reeditada pelo selo Companhia da Bolso, da Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
 
Edição de bolso de uma das obras mais marcantes do poeta, tradutor e ensaísta José Paulo Paes.
 
Marcado pela lucidez, pela ironia, pela concisão verbal e pela aversão ao sentimentalismo, este volume — publicado originalmente em 1992 — percorre os principais temas que compõem a obra de José Paulo Paes, um dos principais nomes da literatura brasileira do século XX. Entre outros motes, os poemas abordam o amor, a força da memória, a proximidade da morte e a crítica política — com alguma descrença, mas também com intenso lirismo e uma boa dose de experimentação formal. Nas palavras do escritor Marcelo Coelho, “o autor faz uma poesia que, sem ser confessional, é íntima, cheia de lembranças e experiências biográficas. Fala de seus pais, de amigos mortos, da perna que teve de amputar, mas não cede nunca às tentações da autopiedade e do desespero”. Prosas seguidas de odes mínimas é uma publicação da Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.

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