Boletim Letras 360º #617
Adília Lopes. Foto: Joana Dilão |
Com uma carreira consolidada no
cenário literário estadunidense e canadense, o poeta Ricardo Sternberg
estreia no Brasil com esta coletânea cuidadosamente organizada e traduzida por
Maria Lúcia Milléo Martins.
Os poemas de Ricardo refletem uma pluralidade de experiências, com relatos que transitam por terras vividas ou visitadas, mesclando temas universais com a peculiaridade de sua vivência pessoal. Elementos da memória coletiva aparecem em retratos de personagens como a Ana-Louca ou o mascate, e em cenas que evocam o universo familiar, como em “Linha e Agulha” e “Primeira dança”. Esta primeira edição brasileira convida o leitor a conhecer um poeta que une experiências transnacionais em versos que atravessam fronteiras. Sua obra é uma celebração da poesia como um espaço de encontro, entre o sagrado e o profano, entre o pessoal e o coletivo, e entre o exílio e o lar. De uma alquimia única, a poesia de Ricardo é feita de linguagem clara, imagens surpreendentes e boa dose de humor e mistério. Tem o dom do encantamento que faz o leitor mergulhar nas histórias, ou até mesmo ver a si próprio dentro delas, como sombra em uma antiga tela de cinema. Primeira dança é publicado pela editora 7Letras. Você pode comprar o livro aqui.
Os poemas de Ricardo refletem uma pluralidade de experiências, com relatos que transitam por terras vividas ou visitadas, mesclando temas universais com a peculiaridade de sua vivência pessoal. Elementos da memória coletiva aparecem em retratos de personagens como a Ana-Louca ou o mascate, e em cenas que evocam o universo familiar, como em “Linha e Agulha” e “Primeira dança”. Esta primeira edição brasileira convida o leitor a conhecer um poeta que une experiências transnacionais em versos que atravessam fronteiras. Sua obra é uma celebração da poesia como um espaço de encontro, entre o sagrado e o profano, entre o pessoal e o coletivo, e entre o exílio e o lar. De uma alquimia única, a poesia de Ricardo é feita de linguagem clara, imagens surpreendentes e boa dose de humor e mistério. Tem o dom do encantamento que faz o leitor mergulhar nas histórias, ou até mesmo ver a si próprio dentro delas, como sombra em uma antiga tela de cinema. Primeira dança é publicado pela editora 7Letras. Você pode comprar o livro aqui.
Carlos Henrique Coimbra inicia na ficção.
Na verdade, um romance com todas as características do gênero: muitas
personagens, amplo palco para os acontecimentos narrados, além de uma bem
urdida trama. Posso dizer também, e disso estou convicto, que o livro se
enquadra na melhor tradição do ciclo romanesco, ocorrido no final dos anos 1920
e durante os anos 1930, constituindo o tão estudado e louvado movimento
regionalista (Romance regionalista). Porém, Carlos Henrique Coimbra não só
escreveu um romance nordestino, mas, principalmente, um romance pernambucano,
com especial interesse nas coisas, no modo de falar dos nativos, nos hábitos e
costumes consolidados, na religiosidade do povo, nos logradouros, com citação
de personalidades reais, fossem autoridades públicas, como também de escritores
que aqui ambientaram seus romances. É realmente um acontecimento importante
quando vemos surgir um novo ficcionista, talentoso, culto e, acima de tudo, cuidadoso
com a língua. Catimbó caboclo é publicado pela Arte & Letra. Você pode comprar o livro aqui.
Walter Benjamin leitor de Franz Kafka.
Kafka
em quatro retratos-relâmpago é um testemunho do encontro entre duas
grandes forças pensantes do século XX: o pensador alemão Walter Benjamin e o
escritor Franz Kafka, conhecido pelas obras A metamorfose e O processo. Os ensaios que compõem o
livro foram produzidos entre os anos de 1925 e 1939. O livro conta com prefácio
e notas do tradutor Gustavo de Carvalho, que contextualiza historicamente a
obra, além de tecer comentários sobre os textos presentes na coletânea: “A
Moral Cavalheiresca”, “Franz Kafka: Na construção da muralha da China”, “Franz
Kafka: por ocasião do 10º aniversário de sua morte” e “Max Brod: Franz Kafka.
Uma biografia (lembranças e documentos)”. Trata-se de “um verdadeiro monumento
ensaístico em homenagem a um dos grandes clássicos da literatura mundial”,
mérito da rara profundidade da leitura de Benjamin em comparação à abundante
fortuna crítica produzida a respeito de Kafka. Publicação da editora 100/
Cabeças. Você pode comprar o livro aqui.
Nova edição de um dos mais originais livros de história.
E também um dos mais gostosos de ler.
Nele, Robert Darnton arma um fascinante quebra-cabeça em que surge o perfil
inesperado de um grupo cujo papel instrumental na queda do Antigo Regime foi,
até então, negligenciado pelos historiadores. Tal grupo constitui o submundo
literário: philosophes falidos, editores piratas e livreiros clandestinos — ou
os “Rousseaus de sarjeta”, termo que, já no século XVIII, havia sido
aplicado a Restif de la Bretonne. Assim, Darnton analisa o final do Iluminismo
do mesmo modo como historiadores recentes vêm examinando a Revolução Francesa:
de baixo. Num estilo ágil e cativante, ele
contrasta a carreira de subliteratos como Jean-Baptiste-Antoine Suard ou o
abade La Senne, hoje merecidamente esquecidos, com o prestígio gozado por
autores como Voltaire ou D'Alembert; dá uma visão desmistificadora do futuro
líder girondino Jacques-Pierre Brissot de Warville, que se tornou espião da
polícia após sua prisão na Bastilha, em 1784; traça um panorama do comércio de
literatura proibida no século XVIII — os chamados livres philosophiques,
denominação sob a qual se abrigavam obras pornográficas, contra a religião ou
sediosas; ou examina um gênero típico da época, o libelle ou panfleto obsceno. Com isso, Darnton contribui de
forma decisiva para aquilo que outro célebre historiador daquele período,
Daniel Mornet, chamou de “as origens intelectuais da Revolução”. A nova edição de Boemia
literária e revolução: o submundo das letras no Antigo Regime sai pela
Companhia das Letras. Tradução de Luís Carlos Borges. Você pode comprar o livro aqui.
OBITUÁRIO
Morreu Adília Lopes.
Adília Lopes nasceu em Lisboa no dia 20 de abril de 1960. Iniciou os estudos em Física na Universidade de Lisboa, mas tão logo abandonou a faculdade passou a se dedicar à poesia. Os primeiros versos vêm ao público no coletivo Anuário de poetas não publicados. A descoberta para a literatura conduzirá, em parte, a decisão por um novo curso superior na mesma instituição, em Literatura e Linguística. São os anos oitenta o de consolidação da atividade com a poesia; saem Um jogo bastante perigoso (1985), O poeta de Pondichéry (1986) e O decote da dama de espadas (1988). Nas décadas seguintes sua obra se expande vigorosamente aperfeiçoando-se na estratégia de significação do cotidiano e do coloquial; saem títulos como Os cinco livros de versos salvaram o tio (1991), Maria Cristina Martins (1992), O peixe na água (1993), A continuação do fim do mundo (1995), A bela acordada e Clube da poetisa morta (1997), Florbela Espanca espanca e Sete rios entre campos (1999), Irmã barata, irmã batata (2000), Quem quer casar com a poetisa? (2001), A mulher-a-dias (2002), César a César (2003), Caras baratas (2004), Apanhar ar (2010), Andar a pé (2013), Manhã e Capilé (2015), Bandolim e Z/S (2016), Estar em casa (2018), Dias e dias (2020), Pardais (2022) e Choupos (2023). A obra completa da poeta foi reunida em Dobra (2024). Adília Lopes morreu no dia 30 de dezembro de 2024, em Lisboa.
Esta é uma edição de recesso, por isso o Boletim Letras 360º é apresentado sem as seções complementares desta publicação.
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