Sylvia Plath no topo da Torre dell'Orologio, Veneza, 1956. Arquivo Faber Books LANÇAMENTOS A Biblioteca Azul publica uma edição especial ilustrada de A redoma de vidro. Único romance escrito por Sylvia Plath, publicado em 1963, A redoma de vidro retorna em uma edição especial. Em capa dura, com nova tradução assinada por Ana Guadalupe e ilustrações em giz pastel da artista francesa Beya Rebaï, esta edição celebra uma das obras mais importantes do século XX e um grande marco da literatura feminista. O livro conta a história de Esther Greenwood, uma jovem estudante universitária e aspirante a escritora. Nascida no subúrbio, ela se muda para Nova York para estagiar em uma prestigiada revista de moda, onde a pressão pelo sucesso e a sensação de distanciamento em relação às demais pessoas a faz desenvolver um quadro sério de depressão e ansiedade. A obra reflete a batalha da própria autora contra a depressão e a bipolaridade, que acabou culminado no seu suicídio um mês depois do l
Martin Amis Foto: Lisbeth Salas LANÇAMENTOS O premiado livro de ensaios de Ursula K. Le Guin ganha edição no Brasil . Por anos, a escritora Ursula K. Le Guin conquistou gerações de leitores com seus mundos imaginários. Durante a última parte de sua vida, a velhice, ela explorou um novo território: ensaios para o público geral, publicados em seu blog. Esses textos estão reunidos aqui e representam a junção perfeita da escrita envolvente e evocativa de suas narrativas ficcionais com temas universais como envelhecimento, família e... amor, seja por seus amigos, seja por seus animais de estimação. Com maestria ímpar e um domínio narrativo sem igual, Le Guin conduz o leitor por seus questionamentos e reflexões sobre como envelhecer muda a percepção que temos do mundo a nossa volta. Sem cair em um monólogo piegas nem em uma glorificação infundada, ela consegue mostrar com clareza os sofrimentos e as grandezas de um período da vida tão pouco explorado na literatura. Sem tempo a perder: r
Por Pedro Fernandes Clarice Lispector, 1972. Correio da Manhã / Arquivo Nacional. É possível que a popularidade não esteja entre os desejos mais visíveis de um escritor. Mas, quando alcançada, talvez tenha um significado tão ou mais importante que o reconhecimento. Se a popularidade pode significar em algum grau sobrevida, o paraíso para quem a alcança não é um todo perfeito como talvez se imagina. Há nele algumas porções de inferno. Nesses casos proliferam os especialistas, os fãs — a pior claque para quem apenas necessita de bons leitores —, e os que se dedicam ao jogo das atribuições. Na Era do Viral, quando se juntam esses três tipos, qualquer escritor se perguntaria se ser conhecido não seria integralmente uma condena. Certamente o leitor conhece muitos desses casos de escritores populares no universo da literatura brasileira. A Era do Viral significou ainda, dizem alguns, a manutenção dos informantes de ocasião, atravessadores da notícia. Esses são acusados de comprarem facilm
Por Pedro Fernandes Zila Mamede. Arquivo particular. Zila Mamede está entre os principais nomes da poesia brasileira pós-45 e esta não é a primeira vez que se escreve esta constatação. A lista é generosa. Manuel Bandeira, Câmara Cascudo, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Nei Leandro de Castro, José Mindlin, cada um sublinhou à sua maneira o valor e a importância da obra da poeta nascida na Paraíba e fixada no Rio Grande do Norte desde os seis anos de idade. Os nomes e a atitude reiterativa nem são necessários porque a melhor prova encontra-se, evidentemente, nos seis livros de poesia que escreveu: Rosa de pedra (1953); Salinas (1958); O arado (1959); Exercício da palavra (1975); Corpo a corpo (1978) e A herança (1984). Com “Corpo a corpo”, Zila Mamede fez o primeiro e único balanço de sua literatura — dada sua morte abrupta sete anos adiante. Chamou de Navegos . Uma pequena biblioteca construída com a unidade fruto do trabalho sério e o cioso esmero com a
Por Pedro Fernandes José Luiz Passos. Foto: Arquivo O Globo . A obra de José Luiz Passos se distingue pelo interesse constante de renovação criativa, algo que pode ser compreendido através de duas linhas: a do escritor que se experimenta à procura de uma dicção capaz de moldar seu trabalho excepcional ou a do escritor que faz da experiência criativa o ponto nodal do seu universo. Uma possibilidade, claro está, não exclui a outra, embora o mais comum seja encontrar escritores que melhor se ajustam na primeira ou segunda. No caso em questão, ainda é preciso observar o destino da literatura do escritor pernambucano; como é recorrente em toda obra artística, as conclusões possíveis só alcançam tempos adiante ao ponto final de um projeto. Entre os títulos publicados por José Luiz Passos mais conhecidos estão os romances Nosso grão mais fino , O sonâmbulo amador e O marechal de costas . Mas, na narrativa curta, expressão talvez mais restrita entre os leitores, parece ainda residir um e
Por Raúl Rojas Ilustração de Diego Rivera para Popol Vuh . Os maias foram a única cultura na América indígena que chegou a ter um sistema de escrita avançado. Tão desenvolvido, de fato, que lhes permitiu esculpir seus mitos e lendas em estelas de pedra, capturá-los em cerâmica ou murais, ou registrá-los em livros feitos de finas folhas de casca de árvore, os chamados códices. Poucos exemplares dessa incipiente literatura mesoamericana sobreviveram à destruição na fogueira, produto do fanatismo religioso dos clérigos espanhóis. No entanto, o Popol Vuh , a narrativa sagrada dos maias quiché, pode ser salva do esquecimento. Antes da conquista, as lendas maias eram transmitidas principalmente oralmente, algumas das quais com séculos de existência. Após a conquista, talvez em 1550, o Popol Vuh foi preservado usando o alfabeto latino. Aparentemente os autores da transcrição eram nobres maias da área cultural quiché, onde hoje fica Santa Cruz, na Guatemala. Popol Vuh significa “Livro
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