Boletim Letras 360º #486

 
 
DO EDITOR
 
1. Leitores e apoiadores do Letras, eis mais uma edição desta publicação que foi criada aqui no blog a 486; por ela passam algumas das novidades que circulam durante a semana em nossas redes sociais e outras dicas exclusivas.
 
2. Relembro que na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste boletim, você ganha desconto e ajuda ao Letras sem pagar nada mais por isso. Você sabe outras formas de ajudar ao blog por aqui
 
3. Tenham um bom fim de semana, com livros e boas leituras!

Ignácio de Loyola Brandão. Foto: André Brandão


 
LANÇAMENTOS
 
Novo romance de Ignácio de Loyola Brandão.
 
Há 40 anos, o autor Ignácio de Loyola Brandão lançou Não verás país nenhum, livro que viria a se tornar um clássico literário. Com uma trama que traça paralelos com a ditatura militar brasileira, a obra mostra São Paulo dominada por um regime fascista, em um contexto ambiental onde as florestas desaparecem queimadas e a água é escassa. O caráter crítico embutido na narrativa de Loyola é claro e explícito, qualidade que sempre pautou as obras do autor e continua a ser uma constante nelas até hoje. Isso fica ainda mais intenso no inédito Deus, o que quer de nós? No livro, o leitor é introduzido em um cenário muito parecido com o da sociedade atualmente: o de uma pandemia. Com uma narrativa que mistura passado e presente, o protagonista Evaristo começa sua jornada enterrando sua mulher, Neluce. A pandemia, chamada de Funesta ou Infame, já dura anos e ele já não tem consciência do que é realidade, sentido e expectativa. Seus sentimentos se misturam e confundem, e o governo, liderado por uma figura que é referenciada como Desatinado ou Destemperado, causa desamparado, confusão e morte. Mestre em criar realidades distópicas, os capítulos de Deus, o que quer de nós? são curtos e a linguagem do livro abusa do uso de ironia para descrever situações absurdas. Na medida em que Evaristo relembra sua vida ao lado da mulher, isolado em seu apartamento, ele tem crises de ansiedade, depressão, ternura e felicidade. Esses sentimentos contraditórios servem não apenas para pontuar as consequências do isolamento e de um governo irresponsável, mas também para mostrar a história de amor dos dois protagonistas, fazendo com que o livro seja, principalmente, sobre humanidade, em todos os sentidos da palavra. O livro é publicado pela Editora Global. Você pode comprar o livro aqui.
 
Nova tradução direta do alemão para um dos livros centrais de Rainer Maria Rilke.
 
Hoje considerado o livro mais conhecido do poeta Rainer Maria Rilke, Cartas a um jovem poeta reúne as respostas do autor a um aspirante a escritor que buscava seus conselhos. Esse “jovem poeta” era Franz Xaver Kappus, e suas cartas a Rilke permaneciam inéditas no Brasil — até agora. Em 1903, o já famoso escritor Rainer Maria Rilke recebeu uma carta de um jovem aspirante a poeta, Franz Xaver Kappus, que buscava a orientação do “mestre”. Rilke não apenas respondeu aquela carta como seguiu com a troca de correspondências com Kappus por mais cinco anos. Entre 1903 e 1908, portanto, as cartas trocadas entre Rilke e Kappus levaram a uma conversa franca entre mestre e aprendiz, entre dois homens dedicados à arte, à literatura, à poesia. As experiências compartilhadas entre os dois dialogam também com o leitor, fazendo dessa correspondência pessoal algo extremamente universal, capaz de conectar-se há mais de um século com leitores do mundo todo. Além das cartas de Rilke ao jovem poeta e as do jovem poeta a Rilke, esta edição conta com os seguintes extras: “A transitoriedade”, texto de Sigmund Freud — nele, Freud relata um passeio feito em companhia de Rilke, na época um “jovem poeta” angustiado pela efemeridade das coisas e pelo fim de tudo que é Belo; nota de Franz Xaver Kappus, escrita em ocasião da publicação das cartas de Rilke; e posfácio do alemão Erich Unglaub, professor e estudioso da Literatura Alemã. A nova tradução do alemão é Claudia Dornbusch e sai pela editora Planeta. Você pode comprar o livro aqui.
 
Livro reúne poemas de um dos mais importantes autores da língua russa, Púchkin.
 
Organizado, traduzido e anotado por Felipe Franco Munhoz, O cavaleiro de bronze e outros poemas reúne 41 textos do maior poeta da língua russa, Aleksándr Púchkin (1799–1837). O texto central, a narrativa em versos “O Cavaleiro de Bronze” (1833) é publicada pela primeira vez integralmente no Brasil; o texto consagra o mito de São Petersburgo e de seu criador, deflagrando o embate do “pequeno homem” (málenkii tcheloviek) com esferas de poder e a loucura. Além de icônicos, os outros poemas selecionados — que vão do puro lirismo à ironia sarcástica, do amor cortês à sensualidade erótica — desvelam o talento versátil de Púchkin, que consolidou o modelo poético até hoje usado na Rússia e cuja particularidade formal a tradução lapidada buscou recriar. O livro sai pela Kalinka. Você pode comprar o livro aqui.
 
A poesia de Krystyna Dąbrowska.
 
Nas salas abafadas e úmidas cresciam fileiras de deuses. O encontro com a poesia de Krystyna Dąbrowska desabriga as pequenas seguranças, as mitologias miúdas do habitual. De Heráclito a um agricultor da aldeia Wasily, do umbigo de um bebê às security questions na página da embaixada dos Estados Unidos, do orfanato etíope à lavadeira grega num avental surrado, produz-se nesta poesia uma cronologia própria da voz, que faz da presença do outro seu meio de propagação: é esta a viagem de Dąbrowska, paciente, veloz, humilde e insolente. Apresenta-se em Agência de viagens uma seleção de poemas recolhidos dos quatro livros da premiada poeta polonesa, uma das mais importantes de sua geração. Krystyna Dąbrowska constrói com sua poesia uma cartografia de minúcias, com versos de rigor e erudição, de nitidez e erotismo: Dois traços horizontais trêmulos — os nossos corpos; Que nome os seus dedos têm para mim? Dąbrowska não é uma poeta prolífica, o que sublinha a rigidez do seu silêncio. Da visualidade arisca de alguns versos às pequenas narrativas que ocasionalmente florescem, as vozes que se entrecruzam ao longo dos poemas são áridas; são zelosas; são conscientes de toda a tradição que a linguagem move em torno de um eu. Não sei dizer nós, a não ser que nós / seja o travessão entre eu e tu, / que conduz a fagulha, mas às vezes / é cabo de guerra. Agência de viagens tem tradução de Piotr Kilanowski e é publicado pela editora Âyiné. Você pode comprar o livro aqui.
 
Um romance inédito da esquecida escritora Amélia Rodrigues ganha forma de livro.
 
Ambientada numa fazenda do Recôncavo baiano, a narrativa situa as discussões raciais da época e traz a mestiçagem brasileira para um debate aprofundado, além de ser uma denúncia sobre a violência que foi a Guerra do Paraguai, pano de fundo para o romance. O enredo envolve um triângulo amoroso, senhores de terras, pessoas negras escravizadas, coronéis e o envio arbitrário de soldados e civis ao conflito. Publicada num dos principais jornais do Recôncavo baiano, uma das últimas regiões a abolir a mão de obra escrava, a obra se insere entre os marcos da literatura nacional do século XIX, ecoando a questão da nacionalidade brasileira e a sua formação racial. No ensaio “Amélia Rodrigues e a Escrita das Mulheres do Século XIX”, que fecha o livro, Britto mostra como o romance de Rodrigues se insere lado a lado aos demais romances publicados no Brasil na época. Segundo a ensaísta, “o livro é um diálogo com o cânone literário brasileiro que oferece complexidade ao debate da formação da identidade nacional. Como uma obra escrita por uma mulher brasileira de final de século, é também um documento que evidencia as temáticas sobre as quais as mulheres se debruçaram e que, como se nota, não trata apenas de temas romantizados ou religiosos.” No ano em que foi escrito, O Mameluco foi publicado em episódios no jornal Echo Sant’Amarense. Para esta edição, o texto foi resgatado do último exemplar sobrevivente do ano de 1882 do periódico, arquivado no acervo da Biblioteca do Estado da Bahia. A edição vem acompanhada de ilustrações de Flávia Bomfim feitas exclusivamente para o romance. A artista faz algumas releituras de imagens conhecidas da arte e cultura pop brasileiras, e apresenta as personagens interpretando-as a partir da visão da época para chamar a atenção sobre os estereótipos também presentes na iconografia brasileira. A obra compõe a coleção Escritoras das Américas e foi selecionada pelo Rumos Itaú Cultural 2019-2020; sai pela paraLeLo13S.
 
A Assírio e Alvim Brasil publica uma seleta de Eugénio de Andrade com os sonetos de Luís Vaz de Camões.
 
Os sonetos de Camões são uma obra prima do classicismo, e mostram um poeta mais lírico que o épico de Os Lusíadas. A coletânea Sonetos de Luís de Camões reúne os melhores sonetos de Camões, escolhidos pelo também laureado poeta português Eugénio de Andrade. Como ele mesmo diz na introdução, sem modéstia, é o melhor livro de poesia da história, que só poderia ser de Camões, porém com a seleção dele mesmo, Andrade. Não falta o poema célebre escrito para Ti Nam Men (“Porta das Terras do Sul”, a Porta do Paraíso”, que ele aportuguesou para Dinamene, referência à ninfa inspiradora dos heróis marítimos). “Alma minha gentil que te partiste”, um dos versos mais célebres de todos os tempos, evoca o naufrágio perto da foz do rio Mekong, perto atual Camboja, durante uma tempestade que, reza a lenda, o teria obrigado a escolher entre salvar os originais de Os Lusíadas e a amada. É este Camões lírico, por vezes dramático, que aparece nos sonetos, no lugar do épico-heróico. Escolha de Eugénio Andrade, que traz perto a maravilha deixada pelo grande bardo da língua portuguesa para a contemporaneidade. Você pode comprar o livro aqui.
 
A mulher que flana.
 
Definido por Walter Benjamin a partir da obra de Baudelaire, o flâneur, é um sujeito errante e observador típico da literatura europeia do século 19. Ao tornar-se símbolo da modernidade ocidental, este homem protagonizou as páginas dos livros e as ruas da cidade com largueza, sendo foco de muitos estudiosos, apesar de seu intrínseco anonimato. No entanto, Lauren Elkin questiona: onde estava a flâneuse? E ao fazer isso, muda a direção do nosso olhar e deixa perceber que as mulheres caminhantes sempre estiveram ali, pelas mesmas vielas, nos mesmos cafés. Ao longo dos capítulos, cada um dedicado a uma cidade diferente — Paris, Nova York, Tóquio, Veneza e Londres — Elkin mescla sua experiência pessoal como andarilha com a de escritoras e artistas que a antecederam: Jean Rhys, Virginia Woolf, Sophie Calle, Martha Gellhorn e George Sand (pseudônimo masculino escolhido a fim de desfrutar o privilégio de passar despercebida), rememorando o itinerário e o pensamento dessas mulheres. Flâneuse é uma verdadeira ode à exploração das cidades a pé, e clama pela presença de mulheres no espaço público e como figura literária. Intertextual por excelência, o livro, nas palavras de Bianca Tavolari, é “uma narrativa deliciosa e astuta, um verdadeiro manifesto peripatético que, além de um convite para calçar os sapatos e sair em uma caminhada pela cidade, é também uma proposta de rever o que entendemos por modernidade e, sobretudo, para que todos possam reivindicar o espaço urbano em seus próprios termos”. A tradução de Denise Bottmann é publicada pela Editora Fósforo. Você pode comprar o livro aqui.
 
Uma antologia com três contos inéditos de F. Scott Fitzgerald.
 
Um editor vivendo as fortes emoções de publicar um best-seller, um médico atendendo pacientes um tanto confusos e um lendário homem cujas amantes nunca se recuperam após o fim do relacionamento. Com personagens únicos em situações peculiares, estes três contos inéditos de F. Scott Fitzgerald revelam o sarcasmo e a genialidade do consagrado escritor norte-americano. Eu morreria por ti e outras histórias, com tradução de Leonardo Alves, ilustrações de Virgílio Dias, é publicado pela Editora Antofágica. Você pode comprar o livro aqui.
 
Entrar pelas raízes no fértil solo de Simone Weil.
 
No contexto do processo de transformação selvagem da humanidade e dos atuais modelos sociais, todos tendencialmente totalitários, quão importante é o enraizamento, ou seja, a relação orgânica e vital do homem com seu povo, o seu ambiente e a tradição? “Quem é desenraizado desenraiza, quem é enraizado não desenraiza”, afirma sibilina Simone Weil, apontando o desenraizamento como a mais perigosa doença das sociedades humanas, capaz de multiplicar-se. E é justamente sobre esse conflito essencial entre o que extirpa e a necessidade humana de raízes que se concentra a atenção da filósofa: uma necessidade fundamental, solo fértil essencial para o florescimento de outras necessidades humanas primárias, e uma das mais difíceis de definir, em uma sociedade contemporânea cuja proporção de desenraizamento atingiu um grau tão elevado que transformou esta doença crônica em normalidade. Em um livro extremamente denso e com um ritmo implacável, povoado por centelhas de pensamentos inesperados, a análise de Simone Weil revela o que parece ser o mal do nosso tempo: um processo enlouquecido que transforma a sociedade orgânica em sociedade mecânica, dá ao sentimento de fragmentação o nome de liberdade, e destrói a nossa relação plena com o espaço e o tempo, a nossa história e o ambiente no qual aprofundaríamos as nossas raízes espontaneamente. Enraizamento tem tradução de Giovani T. Kurz e é publicado pela editora Âyiné. Você pode comprar o livro aqui.
 
Um novo livro do escritor russo Sologub ganha tradução e edição no Brasil.
 
Do autor, os leitores brasileiros conhecem O diabo mesquinho; agora a Kalinka publica Esconde-esconde & Lembra, não vai esquecer?, livro que reúne dois contos que desvelam o olhar singular deste expoente do simbolismo russo. Além de lidar com questões como memória, tempo, loucura e contrastes sociais, os textos selecionados denotam o grande embate filosófico de Fiódor Sologub (1863–1927): a realidade mundana, imersa em sombras, destoa do mundo vivo, espontâneo, lúdico e etéreo, normalmente encarnado nas crianças, que como que transcendem da existência terrena. Como escreveu Andrei Biély, Sologub — com um estilo que reúne contrários, “simplicidade e refinamento”, “frio e fogo”, “delicadeza e aspereza” — “declama a morte com a ternura de uma prece”. Diante do desfazimento da vida, da não existência, ele é capaz de “ouvir o silêncio”. Com tradução de Moissei Mountian e edição bilíngue, o livro integra a Coleção Mir. Você pode comprar aqui.
 
REEDIÇÕES
 
Nova edição de A preparação do escritor, de Raimundo Carrero, intitula-se agora A luta verbal.
 
Este livro é um manifesto literário que se define como um grito de dor contra a fome, a miséria, o racismo, a discriminação e o preconceito de toda ordem, unindo a um só tempo a técnica e a expressão literária popular. É também uma proposta pedagógica destinada a levar a rua para dentro da sala de aula através de obras de Jorge Amado, Graciliano Ramos, Marcelino Freire, Itamar Vieira Júnior, Jeferson Tenório, Sidney Rocha, Ney Anderson, Lima Barreto, Nivaldo Tenório, Cícero Belmar... escritores rebeldes em permanente confronto com a agressiva e violenta realidade brasileira. Sugerem-se assim a leitura de contos, como “Muribeca”, de Marcelino Freire, de romances de Jorge Amado e outros autores, e possíveis atividades a serem trabalhadas a partir desses textos, como, por exemplo, a improvisação do rap, do slam ou do duelo de violeiros, que podem ser adaptados, em seguida, para teatro e dança... O autor analisa as técnicas de escrita de Vida secas, de Graciliano, e Suor, de Jorge Amado, revelando ao leitor aproximações e diferenças, fazendo também uma breve reflexão sobre o movimento armorial. Escrever exige leitura, paciência, humildade e estudo. É preciso conhecer as técnicas e os movimentos internos do texto, sem eliminar, de forma alguma, a intuição. Consciente de tudo isso é que o autor investe no campo do aprendizado com a clareza de quem já escreveu e publicou dezenas de livros de ficção. A Luta verbal é a segunda edição do livro A preparação do escritor, publicado também Iluminuras em 2007, acrescido deste ensaio que enriquece o estudo da literatura brasileira. Você pode comprar o livro aqui.
 
Nova edição de Um rio chamado Atlântico.
 
Neste livro estão presentes as mesmas qualidades encontradas em dois outros livros de Alberto da Costa e Silva, que se tornaram clássicos de leitura obrigatória: A enxada e a lança e A manilha e o libambo. Qualidades, por sinal, que explicam por que um crítico exigente como Wilson Martins considera o autor “o maior africanólogo em língua portuguesa”. Nestes 16 textos sobre as relações históricas entre o Brasil e a África e sobre a África que moldou o Brasil e o Brasil que ficou na África, o pesquisador cuidadoso e o analista percuciente e instigante não se desatam um só momento do poeta. Se é o poeta quem anda pelas ruas dos bairros brasileiros de Lagos e Ajudá, quem desenha as fachadas das casas térreas e dos sobrados neles construídos pelos ex-escravos retornados do Brasil e quem traz das páginas dos documentos e dos livros as personagens com que se povoam estes ensaios, é o historiador quem lhe guia cuidadosamente os passos e recupera, para pô-los em primeiro plano, situações, enredos e episódios que tinham saído, ou quase, de nossa memória. A nova edição de Um rio chamado Atlântico sai pela Editora Nova Fronteira. Você pode comprar o livro aqui.
 
DICAS DE LEITURA
 
Há quem aposte nos livros como um passatempo. O que não é, fique claro para quem ainda não descobriu, algo com que concordemos efetivamente. Mas, atendendo àqueles que assim consideram, separamos três bons livros para tanto. Na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a manter o Letras.
 
1. A aventura do estilo: ensaios e correspondência de Henry James e Robert Louis Stevenson. Talvez você precise aliar o desfrute com a aprendizagem. E os livros da Coleção Marginália, publicada pela Editora Rocco, podem ser um bom começo. Este título, por exemplo, reúne dois importantes ficcionais do século XIX. Organizado por Marina Bedran, também tradutora dos textos aqui reunidos, o livro percorre desde o início de uma discussão cara a James e Stevenson, os meandros da ficção, isto é, a partir da publicação pelo primeiro do célebre ensaio “A arte da ficção”, publicado nas páginas da revista inglesa Longman’s. Os textos da discussão e seu prolongamento pelas cartas que se seguiram entre os dois formam um pequeno pedaço de uma das páginas mais ricas da literatura de então. Você pode comprar o livro aqui
 
2. Saramago. Os seus nomes: um álbum biográfico, de Alejandro García Schnetzer e Ricardo Viel. É a primeira vez que José Saramago é contemplado com um livro fotográfico que faz as vezes da ausente fotobiografia. Dividido em quatro partes, os autores revisitam a vida de José Saramago interseccionada ora pelas vivências fatuais ora pela ficção — extensão essencial dos acontecimentos na vida de qualquer um mas que se reveste de enorme importância num autor como o escritor português — este álbum é um arquivo saboroso de aprendizagens pela vida e obra saramaguiana. Publicação da Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui
 
3. Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz: correspondência amorosa completa. “Todas as cartas de amor são ridículas”, disse Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa. Mas, o próprio Pessoa se mostrou ao ridículo no atabalhoado romance com Ofélia Queiroz, entre 1919 e 1935. Todas as cartas, incluindo mais de uma centena de inéditas, foram reunidas por Richard Zenith numa primorosa edição editada pela Capivara Editorial.  Você pode comprar o livro aqui
 
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
 
1. As revistas modernistas brasileiras foram afamados produtos da Semana de Arte Moderna de 22, já tiveram publicadas várias versões digitais e passaram a ocupar lugar central na história das artes e das letras contemporâneas. Agora, cem anos depois, Klaxon, Estética, A Revista, Terra Roxa… e Outras Terras, Verde e Revista de Antropofagia são publicadas como fac-símiles em seis websites, incluindo um conjunto de estudos, documentos e análises. O projeto é resultado da parceria entre a Biblioteca Brasileira Guita e José Mindlin (BBM) da USP e o Centro de Humanidades da Universidade Nova de Lisboa, em Portugal. As revistas estão disponíveis aqui.
 
2. Neste domingo, 3 de julgo, aniversário de Franz Kafka. Um convite ainda em torno dos seus desenhos. Quatro dos pequenos desenhos a tinta que Kafka fez durante seus dias de estudante. Esta série particular de desenhos foi recortada de um caderno maior por Max Brod e colocada em envelopes por segurança. Seis deles foram publicados na década de 1930, mas esses quatro nunca foram publicados antes. Veja aqui.
 
BAÚ DE LETRAS
 
1. No baú do blog, encontram várias publicações sobre Franz Kafka e sua obra. Recordamos duas das mais recente delas: em 2022, publicamos a tradução deste ensaio sobre os seus diários; e, dois anos antes este ensaio sobre o judaísmo de Kafka — na post podem contemplar mais alguns raros desenhos do escritor. 

2. Ainda entre os ilustres aniversários. Foi no dia 30 de junho de 1911 que nasceu Czesław Miłosz. Recordamos duas publicações do Letras sobre a obra e o poeta polonês: este breve perfil acompanhado de um encarte com poemas;  e aqui sobre o seu livro Mente cativa.

DUAS PALAVRINHAS
 
A poesia não é um modo de libertar a emoção, mas uma fuga da emoção; não é uma expressão da própria personalidade, mas uma fuga da personalidade.
— T. S. Eliot

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