Boletim Letras 360º #543

DO EDITOR
 
1. Olá, leitores! O próximo sorteio entre os leitores apoiadores deste blog deve ocorrer em 12 de agosto. Sortearemos um leitor para levar dois livros: a nova edição em capa dura de Memórias póstumas de Brás Cubas publicada pela editora Zahar e Passeio ao farol, a nova tradução de um dos principais romances de Virginia Woolf publicada pelo selo Penguin/ Companha das Letras.
 
2. Para participar é simples. Envia R$20 via PIX e depois o comprovante para blogletras@yahoo.com.br (a nossa chave do PIX é este mesmo e-mail). Feito isso, é aguardar o resultado, divulgado amplamente aqui no blog e nas nossas redes.

3. Agradecemos a todos que já se inscreveram e os que direta e indiretamente fazem esse projeto permanecer online da maneira como acontece hoje, livre, independente. Abraço a todos!

Salman Rushdie. Foto: Abaca Press



LANÇAMENTOS
 
O surgimento, a ascensão e a queda de um império e de sua criadora são os eventos que delineiam o primeiro romance de Salman Rushdie a ser publicado após o atentado sofrido pelo autor em 2022.
 
“Neste exato lugar uma grande cidade surgirá, para maravilhar o mundo, e seu império há de durar mais de dois séculos. E tu [...] lutarás para que nunca mais outras mulheres sejam queimadas dessa maneira e para que os homens vejam as mulheres de um jeito novo”, declara a deusa Parvati a Pampa Kampana, uma menina de nove anos que acabara de ver a mãe e outras mulheres se entregarem à fogueira após perderem os maridos para a guerra. Maldição e bênção caminham lado a lado: ao se tornar órfã em terras destroçadas, a criança se vê dominada pelos poderes da divindade, que começa a operar através dela. É dessa forma que Bisnaga, a cidade da vitória, nasce. A partir dos desejos de uma jovem indefesa, erguem-se os muros de um novo e próspero império. Seus cidadãos brotam da terra, suas histórias e memórias são sussurradas segundo a imaginação de Pampa Kampana, assim como suas conquistas e derrotas também são arquitetadas pela profeta — mas toda narrativa tem um jeito de fugir de seu autor. Com o passar dos anos, governantes vêm e vão, batalhas são vencidas e perdidas, e o próprio tecido da cidade se torna uma tapeçaria cada vez mais complexa. As fortalezas de Bisnaga, então, são comprometidas pela ambição e pela arrogância de quem está no poder. Narrada com o imaginário e a acidez característicos de Salman Rushdie, Cidade da vitória remete aos antigos poemas épicos para evidenciar as contradições do mundo. Uma saga de amor, aventura e mito que é em si uma prova do poder da ficção. O livro é publicado pela Companhia das Letras com tradução de Paulo Henriques Britto. Você pode comprar o livro aqui.
 
As editoras Sesc e Ateliê apresentam cinco novos títulos da Coleção Bibliofilia.
 
1. Bibliofilia e exílio reúne textos de Mikhail Ossorguin, os quais foram coligidos e traduzidos diretamente do russo por Bruno Barretto Gomide. Ao longo de oito capítulos, dispostos em ordem temática, o leitor tem a rara oportunidade de conhecer referências e fatos relativos à história do livro russo, ou mesmo de edições em língua eslava. Mas a leitura pode também ser feita em outra chave: a do autor exilado que encontra um nexo com seu passado e com sua cultura através dos livros. Talvez, o aspecto mais importante dessas experiências no campo da bibliofilia e da bibliomania tenha sido justamente o fato dos livros, aqui compreendidos como o continente e o conteúdo, serem os protagonistas das histórias. Afinal, como o autor nos ensina, os homens vão, mas os livros permanecem. Você pode comprar o livro aqui.
 
2. A vida notável e instrutiva do Mestre Tinius constitui um registro biográfico e sensacional de um bibliófilo cujas práticas estabeleceram os parâmetros entre o amor e a loucura pelos livros, na Europa do século XVIII. Johann Georg Tinius (1764-1846) foi pastor em Poserna, na Saxônia, e notável bibliófilo. Logrou colecionar volumes tão preciosos e caros, valiosos demais para os limites de suas posses, que não demorou o tempo em que a loucura e a ganância o conduzissem por caminhos sombrios. Leitura indispensável e instigante para todos os bibliófilos e bibliômanos, este volume lança luz sobre um personagem pouco conhecido na história do colecionismo, embora seu perfil tenha ocupado as páginas policiais da imprensa germânica e o imaginário de seu povo desde o limiar do século XIX. A tradução é de Maila Karen Thielen Reisewitz. Você pode comprar o livro aqui.
 
3. Em Os admiradores desconhecidos de La Nouvelle Héloïse, Daniel Mornet quebra a distância fria que amiúde se instala entre o Autor e o Leitor. A matéria-prima para a escrita deste ensaio vigoroso e original, publicado em 1909, foram as copiosas cartas que Jean-Jacques Rousseau recebeu dos leitores de seu romance epistolar, objeto de notável sucesso e que despertou a sensibilidade romântica do público no último quartel do século XVIII. A tradução é de Geraldo Gerson de Souza. Você pode comprar o livro aqui.
 
4. Em As paisagens da escrita e do livro, de Frédéric Barbier, o leitor é convidado a empreender uma longa viagem através da Europa, da planície de Peste à Península Ibérica; das cidades alemãs do Norte à costa do Mediterrâneo, na Península Itálica e na Grécia. Se os livros são um produto da humanidade, nada mais natural do que perscrutar as rotas, os rios, os mares, as montanhas e as imbricações que possibilitaram séculos de comunicações e contatos entre os povos. Sem dúvida, uma narrativa que se apresenta como um modelo notável de geo-história do livro. A tradução é de Elisa Nazarian. Você pode comprar o livro aqui.
 
5. Em As bibliotecas particulares do imperador Napoleão, Antoine Guillois compõe um retrato bastante original e pouco conhecido de uma figura épica. E que jamais descuidou das leituras e dos livros, mesmo (ou, talvez, sobretudo) nos momentos mais inglórios de uma jornada intensa. Ao ler este relato emocionante do processo de constituição das bibliotecas e de seleção das leituras de Napoleão, não raro de livros que eram encomendados durante as batalhas, mal se advinham as imagens e interpretações complexas e por vezes contraditórias que a história lhe reservou: de salvador da Revolução a Imperador, herói da França; de estrategista, homem de grandes batalhas, a conquistador e terror da Europa; ou herói trágico da Ilha de Santa Helena. Passados duzentos anos, Napoleão é objeto de debates, constrangimentos e defesas apaixonadas, seja por parte de acadêmicos, homens de Estado ou do próprio povo que ora o ama, ora o condena. Antoine Guillois compõe um retrato à prova de polêmicas. O que prevalece nesse belo ensaio destinado aos amantes dos livros é o leitor e bibliófilo dedicado e cioso de suas coleções. A tradução é de Geraldo Gerson de Souza. Você pode comprar o livro aqui.
 
O primeiro volume de dois livros que integram a seleta lista dos grandes títulos da literatura de guerra.
 
Considerado um dos grandes romancistas do século XX, Vassili Grossman transforma o terror da guerra em arte. Stalingrado é o primeiro volume do díptico que se estabeleceu como um dos maiores clássicos mundiais da literatura de guerra. Junto com Vida e destino, é considerado o Guerra e paz do século XX. Em abril de 1942, Hitler e Mussolini se encontram em Salzburgo, onde decidem atacar novamente a União Soviética. A investida logo se intensifica, e o Exército Vermelho é obrigado a regressar ao centro industrial de Stalingrado. Nas ruínas da cidade devastada, as forças soviéticas se preparam para uma última resistência. A trama de Stalingrado se desenrola na Rússia e na Europa, e seus personagens são conhecidas figuras históricas, mas também mães, filhos, maridos, enfermeiras, soldados, trabalhadores e ativistas políticos. No centro do romance está a família Chápochnikova, cuja matriarca se recusa a deixar Stalingrado, mesmo com o rápido avanço das tropas alemãs. Enquanto isso, Liudmila, sua filha, se vê frustrada e infeliz no casamento com o físico Viktor Chtrum. A pesquisa que Viktor desenvolve pode ser crucial para os militares, mas seu pensamento está voltado para a mãe na Ucrânia, perdida atrás das linhas inimigas. Com profunda compaixão e potência, Vassili Grossman narra em Stalingrado a crueldade de um regime opressor e os horrores da guerra sem jamais perder de vista a essência fugaz e delicada da existência humana.  Com tradução de Renato Marques de Oliveira, o livro sai pela Editora Alfaguara. Você pode comprar o livro aqui.
 
Um novo título da obra de Annie Ernaux.
 
No final da primeira década dos anos 2000, Annie Ernaux recebeu um convite para participar da coleção francesa Les Affranchis, que pede a escritores que façam a carta que nunca foi escrita. É este chamado do presente que a ajudará a abordar um trauma da infância e dará à luz este, que talvez seja seu livro em diálogo mais direto com a psicanálise. Aos dez anos, no verão de 1950, Ernaux escuta uma conversa da mãe com uma cliente e descobre que antes dela, seus pais tiveram outra filha, morta aos seis anos de difteria. A mãe relata à confidente que nunca contaram nada a Annie para não a entristecer e emenda: “ela era mais boazinha do que aquela ali”. A irmã mais velha jamais voltou a ser mencionada, exceto quando tias ou amigos deixavam escapar alguma lembrança. Desde aquele dia na infância, Ernaux também oculta seu conhecimento: “Tenho a impressão de que o silêncio nos convinha, a eles e a mim”. Mas as palavras de sua mãe calaram fundo na criança, e mais tarde na mulher, cuja obra é marcada pelo pensamento crítico e pela renúncia de uma moralidade limitadora de sua liberdade. É então nesta pseudocarta endereçada à irmã ― à menina boazinha e espécie de santa ― que a autora destrincha suas memórias e os significados que essa ausência sempre presente teve em sua vida, sua identidade e sua relação com os pais. Ernaux escreve frases breves e cortantes para lidar com a sombra de alguém que nunca conheceu e com a dor da comparação implícita. “Você é a própria impossibilidade do erro e do castigo”, diz à irmã. E vai além, conectando a morte dela com o próprio princípio de sua existência: “eu vim ao mundo porque você morreu e eu te substituí”. Em seu esforço para dar contornos a um fato impreciso de sua história, Ernaux hesita entre interpretar a morte da irmã como a gênese de seu destino de escritora ou como um mero dado biográfico. Sem resolver essa ambivalência, ela testa os limites da linguagem e, como de costume, reflete a respeito da própria escrita: “Você está fora da linguagem dos sentimentos e das emoções. Você é a antilinguagem.” Num jogo de espelhos, A outra filha evoca duplos como pulsões de morte e vida, sonho e realidade, revelações e tabus e convida a uma leitura psicanalítica. Entretanto, a própria autora adverte que as matérias do inconsciente também têm a ver com a História e rejeita interpretações que não tenham em conta seu contexto. Para a vencedora do Nobel, atrelar memória, história privada e social é o único modo de escrever a vida. Publicação da editora Fósforo com tradução é de Marília Garcia. Você pode comprar o livro aqui.
 
Uma nova tradução para os Tristia, de Ovídio.
 
Por que ler os Tristia, do poeta Ovídio? Primeiramente, porque com este livrinho irás a Roma, partindo do Ponto Euxino; porque, com esta obra, conhecerás a alma sensível de um poeta exilado que esculpiu seu próprio epitáfio, partindo da revisão de seu monumento literário. Depois, porque navegarás por um texto com múltiplos estratos, que vai da superficial narrativa de exílio até as profundezas de um instrutivo manual de significado metapoético. Embora úmidos das lágrimas de um exilado, os Tristia não levam ao choro, mas ao bom humor de um poeta que descreve seu desterro com fina ironia e com a costumada mordacidade itálica, um toque realístico-cruel que permeia a literatura latina. A competente autora da tradução, Júlia Avellar, captou bem o convite do poeta de não o deixar no esquecimento e trazê-lo vivo, ainda que não salvo de seus intrigantes e inesquecíveis crimes. Mas como se pode captar tudo o que está registrado pelas penas de um performático poeta, que escreveu no latim do século I de nossa era? É pela tradução verso a verso que Júlia conduz o leitor pelas linhas do poema, buscando deixar íntegro o sentido textual, seja preservando as figuras de linguagem e o espírito poético das expressões, seja aliterando as construções portuguesas em busca de uma musicalidade original quase impossível de se alcançar. A tradutora conduz, com maestria, a “barca” dos Tristia, carregada de narrativas míticas e de referências contemporâneas da Roma Augustana, e a faz deslizar — manejada pelo estilo ovidiano — por um mar às vezes calmo, às vezes tempestuoso da sintaxe latina. Destaca-se o zelo com que a tradutora, hábil classicista, trabalhou o texto em latim, que, ao ser composto, exigiu do poeta conciliar arte e engenho numa temática complexa e obediente à métrica do dístico elegíaco. Júlia Avellar, com esta bela tradução, metamorfoseou os Tristia e nos entregou obra leve, fluente e de bom português, o que, por si só, faz dela uma qualificada divulgadora da literatura latina. A obra tem o pendor de aproximar o leitor brasileiro da poesia produzida num dos dois séculos mais notáveis do classicismo latino. (Heloísa Penna). Tristezas sai pela Relicário Edições. Você pode comprar o livro aqui.
 
O 12.º volume da série A comédia humana traz seis obras que analisam fatos políticos e militares e notas de Paulo Rónai.
 
Depois de Cenas da Vida Privada, da Vida Provinciana e da Vida Parisiense, este novo volume nos apresenta o gênio de Balzac sob um novo aspecto: como historiador, analista e juiz de acontecimentos políticos e militares de sua época. Cenas da Vida Política e Cenas da Vida Militar apresentam as vicissitudes de uma existência agitada, que a morte veio interromper inesperadamente e impediu o romancista de terminar a maioria delas. Aqui estão as páginas que ele conseguiu finalizar, obras ainda assim completas em si mesmas e fecundas. “Um caso tenebroso” relata um acontecimento real da crônica policial da época: o rapto do senador Clément de Ris. Em volta de um enredo rico em lances patéticos, o escritor conseguiu reviver toda a história íntima do consulado e do império francês. Já “O deputado de Arcis”, obra inacabada, introduz as ferozes lutas de poder em uma pequena vila da província francesa onde dois partidos se confrontam. “Z. Marcas” conta a história quase autobiográfica de um grande talento político, malogrado pela miopia dos poderosos do momento. "Um episódio do terror" é um conto da fase romântica do autor, e pertence ao gênero então popularíssimo das reminiscências sobre a Revolução Francesa. A edição inclui ainda o romance de estreia de Balzac, “A Bretanha em 1799”, que nasce da longa fase clandestina de suas obras em cordel e no qual já se manifesta um grande escritor. Por fim, “Uma paixão no deserto”, um pequeno conto que narra a relação singular entre um soldado e uma pantera. A obra está presente em um grande número de antologias ao redor do mundo como introdução ao gênio de Honoré de Balzac, esse grande retratista da burguesia do século XIX, considerado o fundador do Realismo na literatura moderna. Publicação digital da Biblioteca Azul. As traduções são de João Henrique, Vidal de Oliveira, Mario Quintana e Brito Broca. Você pode comprar o livro aqui.
 
O novo romance de Natalia Timerman. 

Enquanto aguarda um voo, Natalia encontra o médico de cuidados paliativos que atendeu seu pai, Artur. A conversa desperta nela toda a experiência da perda, ainda próxima e repleta de cicatrizes. Artur era médico, então a notícia da volta do câncer vem seguida da certeza da finitude. A morte vira um assunto de família, e acompanhamos com rara delicadeza não apenas o seu declínio físico, mas seus efeitos na vida dos filhos, da esposa e dos netos. À narradora cabe reconstruir todo esse caminho que, embora dramático, vem carregado pela ternura da memória. As pequenas chances é um romance de extraordinária beleza, uma indagação cortante sobre família, lembrança, judaísmo, vida e morte. O livro sai pela Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
 
Livro de Mark Haber sai no Brasil.
 
Um crítico de arte americano viaja a Berlim para visitar no leito de morte Schmidt, seu ex-melhor amigo e nêmesis intelectual. Ambos são obcecados há décadas por uma mesma pintura, O abismo de São Sebastião, de autoria do conde Hugo Beckenbauer, pintor renascentista obscuro do século XVI. Ao longo da viagem até a Alemanha, o narrador mergulha em reflexões profundas sobre a vida e a obra de Beckenbauer, assim como sobre as complexas dinâmicas de seu relacionamento com Schmidt. Um romance sombrio e cômico sobre arte, crítica e obsessão. Para Laird Hunt, “Evocativo da obra de Thomas Bernhard, László Krasznahorkai, Gilbert Sorrentino e outros grandes obsessivos literários de um estilo satírico, O abismo de São Sebastião, de Mark Haber, é extremamente inteligente, afiado como um bisturi, diabolicamente engraçado e, em última análise, genuinamente emocionante.” Com tradução de Fábio Bonillo, o livro sai pela DBA Editora. Você pode comprar o livro aqui.
 
Terceiro e último volume das Obras completas de Rabelais publicadas pela Editora 34.
 
O ciclo de Gargântua e outros escritos apresenta uma verdadeira miscelânea de narrativas, almanaques, cartas, versos, textos em prosa e tratados atribuídos ao autor, quase todos inéditos em português. Do chamado Ciclo de Gargântua, que inclui as Grandes crônicas e O verdadeiro Gargântua, publicados em 1532 e 1533, até o Tratado do bom uso de vinho e os 120 bizarros desenhos do livro Sonhos bufonescos de Pantagruel, lançado em 1565, doze anos após a morte de Rabelais, a coletânea oferece ao leitor uma oportunidade de se conhecer as múltiplas facetas desse inimitável humanista francês. Assim como nos volumes anteriores, os variados registros de linguagem de Rabelais são aqui recriados de forma brilhante pelo premiado tradutor Guilherme Gontijo Flores, autor também das notas introdutórias que abrem cada seção do livro. Você pode comprar o livro aqui.

RAPIDINHAS
 
Os ventos argentinos 1. Depois do excelente Comemadre, a Editora Moinhos se prepara para colocar na praça mais um título de Roque Larraquy entre os leitores brasileiros. 

Os ventos argentinos 2. A mesma casa também anuncia um próximo título de Gabriela Cabezón Cámara, de quem publicou por aqui As aventuras de China Iron; no anúncio, está a previsão de algo de Macedonio Fernández.

Nova tradução. A editora Carambaia publicará nova tradução, de Marília Garcia, para o primeiro romance de Gaël Faye. Pequeno país, como sai agora, chegara aos leitores brasileiros pela desaparecida Rádio Londres.
 
DICAS DE LEITURA
 
Na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a manter o Letras.
 
1. Madona com casaco de pele, de Sabahattin Ali (Trad. Marco Syrayama de Pinto, Tabla, 232 p.) Ambientado na Berlim dos anos 1920, a narrativa desse romance se desenvolve em torno de Maria Puder, uma jovem independente e extrovertida, e Raif Efêndi, um jovem que vida às custas do pai e introvertido. A editora Tabla apresenta essa história como uma “espécie de Romeu e Julieta contemporâneos e redescobertos”. Você pode comprar o livro aqui
 
2. História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão, de Ariano Suassuna (Nova Fronteira, caixa com dois volumes, 688 p.) Esta é sequência da narrativa de Pedro Quaderna, iniciada ainda em A Pedra do Reino. Trata-se do segundo depoimento dessa personagem ao Juiz Corregedor, em que passa em revista sua infância e as raízes das dimensões de sua formação e imaginário. A edição de agora acrescenta um volume até agora inédito. Você pode comprar o livro aqui

3. Sequências, de Júlio Castañon Guimarães (Círculo do Livro; Fósforo; Luna Parque, 96 p.) O regresso do poeta mineiro à literatura se faz por um percurso que desafia o próprio gênero ao interpor diálogos há muito caros à poesia, como a imagem, seja na forma do retrato ou da pintura.  Você pode comprar o livro aqui
 
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
 
Vez ou outra aparece material interessante entre os Youtubers. Há algum tempo, o Livrada! voltou a entrevistar Rubens Figueiredo, desta vez, a excelente conversa se desenvolve em torno da tradução e da obra traduzida Evguiêni Oinéguin, de Aleksandr Púchkin.
 
Voltou a permanecer em evidência a célebre entrevista que Clarice Lispector concedeu em outubro de 1976 no Museu da Imagem e do Som (MIS) a Affonso Romano de Sant’Anna, João Salgueiro e Marina Colasanti.
 
BAÚ DE LETRAS
 
Em fevereiro de 2023 por ocasião da reaparição da longa entrevista de Clarice Lispector para MIS, Pedro Fernandes escreveu uma matéria para o Letras — leia aqui
 
No próximo 10 de agosto passa-se o aniversário de Jorge Amado. Recordamos o texto de José Saramago sobre o amigo brasileiro. 
 
DUAS PALAVRINHAS
 
O que fazer para que a arte deixe de ser expressão da nossa mediocridade e volte a ser expressão da nossa grandeza, beleza, poesia? Eis o meu programa. Primo, tomar consciência, por mais doloroso que seja, da nossa trapalhada. Secundo, descartar todas as teorias estéticas produzidas nos últimos cinquenta anos que furtivamente almejam o enfraquecimento da personalidade; todo esse período está envenenado pela aspiração de nivelar valores e pessoas. Fora com isso! Tertio, abandonadas as teorias, voltar-se para as pessoas, para as grandes personalidades do passado e, aliado a elas, encontrar nas nossas próprias pessoas as fontes eternas da imaginação, inspiração, ímpeto e graça.
 
— Witold Gombrowicz, Diários

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* Todas as informações sobre lançamentos de livros aqui divulgadas são as oferecidas pelas editoras na abertura das pré-vendas e o conteúdo, portanto, de responsabilidade das referidas casas.
 

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