Elisa Lispector, Retratos antigos
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Da esquerda para a direita, as irmãs Tania, Elisa e Clarice Lispector em fotografia tirada na década de 1920. Fonte: Ilustríssima. Folha de São Paulo |
Na semana em que se celebra o aniversário de Clarice Lispector a Ilustríssima, caderno de cultura da
Folha de São Paulo, revirou a memória da família para reencontrar com uma irmã
da autora de A hora da estrela também
escritora, Elisa Lispector. Não será por razões de fazer justiça a uma memória
na sombra. E talvez seja mesmo. Mas é que agora a Editora da UFMG publica sob
organização da professora Nádia Gotlib um texto da Elisa, Retratos antigos, acompanhado de dois cadernos de fotos, na maioria
inéditas, que dão contas da família Lispector, no início do século XX.
Retratos antigos é um texto autobiográfico
e foi escrito por Elisa para a dar contas do passado familiar a uma sobrinha depois
de crescida. Segundo matéria da Ilustríssima
a história é contada a partir das fotografias de um álbum de família trazido da
Rússia como uma lembrança dos tempos em que os Lispector ainda resistiam aos
ataques contra judeus e outras minorias comuns naquele país.
O texto não é de um todo inédito uma vez que trechos e informações de Retratos antigos já foram publicados em Clarice,, de Benjamin Moser. Mas, a
publicação na íntegra desse material é, certamente, um importante achado para alguns
pontos nebulosos na própria biografia da Clarice, como a doença que matou sua
mãe, esclarece o texto da Ilustríssima.
Elisa Lispector estreou na literatura em 1945 com o romance Além da fronteira. Em 1948, publicou No exílio, o mais autobiográfico de seus livros.Em 1963, recebeu os prêmios José Lins do Rego e Coelho Neto – este oferecido pela Academia Brasileira de Letras – pelo romance Muro de pedras.
Publicou ainda os romances Ronda solitária (1954), A última porta (1975) e Corpo-a-corpo (1983), além das coletâneas de contos Sangue no sol (1970), O inventário (1977) e O tigre de bengala (1985) – premiado com o Pen Clube.
A coleção é composta por livros, revistas, recortes de
jornais, correspondências, manuscritos e documentos diversos, hoje sob custódia do Instituto Moreira Salles,
está em processamento técnico.
* Texto escrito com notas da matéria publicada na Ilustríssima e informações do Instituto Moreira Salles.
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