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E o seu nível de leitura, como está?

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No dia em que se abre a 8ª Feira do Livro de Mossoró, evento que também abre o Circuito Potiguar do Livro, que finda com uma edição semelhante para Caicó e Natal, associaremos o anúncio dado pela Maria Popova, no Brain Pickings , pegando carona em The top ten: writers pick their favorite books (ainda sem tradução do Brasil), para perguntar, e o seu nível de leitura, como está? As listas, sabemos todos, são falhas. Deixará de fora sempre alguma coisa que um ou outro acrescentaria como importante ou deslocaria de uma posição a outra no ranking . Mas também as listas podem representar um caminho ou possibilidades de respostas para determinadas questões. Suponho, que também todos hão de concordar. Feiras de livro, festas literárias e outros acontecimentos ao redor dessa instituição onde cabe toda a existência humana e para além da humana, são termômetros para avaliar, por exemplo, em que pé anda o consumo de letras. Daí toda proximidade com o ranking do The top ten. O...

Escritores insatisfeitos e um inédito de Nabokov

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Como sofrem os escritores nas mãos dos editores! Sejam os de editores de fundo de quintal, sejam os de editoras cinco estrelas, todos têm um grave defeito que é não compreender, muitas vezes, o gosto exigente (e quase sempre exótico) de quem está publicando seu livro. Há aqueles escritores que não estão nem aí porque acreditam que tudo o que sabem fazer é só mesmo escrever, mas, atentemos, fazer um filho de tinta e papel tem seus trabalhos para outros que estão longe apenas da briga corriqueira com as palavras. Sim, e entram a dar pitacos sobre formas de capa, tipografia, editoração e por aí vai.  Quando por ocasião do especial sobre Carlos Drummond de Andrade, publicamos aqui um fôlder que traz no seu rol de imagens um desenho criado pelo próprio poeta para o que seria a capa de seu livro Lição de coisas . O editor José Olympio acatou ipseris literis  e fez a capa dentro das linhas do desenho.   (clique na imagem para ampliar. Capa desenhada por Jack Kerouac pa...

Vídeo com imagens (únicas) de Mark Twain

2010 foi ano do centenário de Mark Twain. Até falamos aqui , na coluna Os escritores sobre. Agora devemos voltar ao escritor estadunidense porque o Flavorwire descobriu - o que não será novidade para muitos porque foi lançado na web  naquele ano do centenário - um vídeo com filme mudo no qual o protagonista é ninguém menos que Twain.  Nele, damos com o escritor em seu terno costumeiramente branco passeando pelo terreno de sua casa, fumando charuto, tomando chá com as filhas e o olhando (abismado, será? tal qual o César Vallejo, em captura única, aqui , ó) para a câmera de Thomas Edison. Isso em 1909. Ah! Pelo visto eu tinha razão na postagem sobre o Vallejo, ninguém está imune às lentes da mídia, nem os mortos. Vê aí abaixo.

Jorge Amado e Nelson Rodrigues para as telas (parte 2)

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Nelson Rodrigues visita o  set de filmagens de Os sete gatinhos  nos anos 1970. Foto: Arquivo Globo. Depois de listarmos aqui  alguns dos principais filmes produzidos a partir da obra de Jorge Amado, fazemos a segunda parte, agora, com as obras produzidas a partir da literatura de Nelson Rodrigues. Dica: intercalar um filme desses com os da lista anterior durante a proposta maratona de agosto.  1. Meu destino é pecar , de Manuel Pelufo (1952). Este filme é baseado em texto homônimo que Nelson Rodrigues publicou assinando com o pseudônimo de Suzana Flag. Depois da produção para o cinema, também chegou à televisão; foi adaptado por Euclydes Marinho para ser uma minissérie na Globo. 2. Bonitinha mas ordinária , de J. P. de Carvalho (1963). Foi a primeira versão da peça para a sétima arte. Conta também com mais duas adaptações, uma em 1981, e outra em 2010. A melhor é a segunda, com Lucélia Santos. Como muito do teatro rodrigueano, a peça também foi adapta...

Os 35 anos da eleição de Rachel de Queiroz para a Academia Brasileira de Letras

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Rachel de Queiroz em posse na Academia Brasileira de Letras. Arquivo: ABL As mulheres levaram um largo tempo para conquistar os espaços públicos. No universo das letras, as que primeiro se aventuraram foram pelo terreno da mística: as experiências com o sagrado, os diálogos entre o plano divino e o plano terreno deram-lhe, por algum tempo, o respaldo para uma escrita também mística: uma, ditada para os homens, outra, escrita na surdina. Essa é história é longa, feita de muitos silêncios e silenciamentos. Uma história ainda com muito por se contar. No Brasil os lugares da mulher na literatura foram subestimados até muito recente. E sua aquisição só terá respaldo público em gestos como o que aconteceu a 4 de agosto de 1977, quando a Academia Brasileira de Letras (ABL) decide no seu território habitado por homens empossar Rachel de Queiroz para a 5.ª cadeira, do falecido Cândido Motta Filho.  Vejam só: a Academia Brasileira de Letras existe desde 20 de julho de 1897. Mas p...

Os desenhos de Silvia Plath (I)

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Curioso gato francês por Sylvia Plath. Semana dessas fizemos um passeio pelos desenhos do poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade. Mas, como temos visto por aqui, o motivo até para abertura de uma sequência de publicações do gênero, o poeta mineiro não foi a única figura da literatura que praticou a fuga da escrita para o desenho, ou melhor que encontrou nas artes plásticas certo refúgio para materializar suas inquietações perante o mundo exterior, aquele pelo qual também transita.  Recentemente, soubemos que foi divulgado um conjunto de 44 desenhos da poeta estadunidense Sylvia Plath. A novidade chegou sob forma de uma exposição em cartaz na Mayor Gallery, em Londres, no final de 2011. Certamente, o material exibido ganhará, mais tarde, as páginas de livro, afinal, há muito o mercado editorial descobriu o apreço pela miudeza produzida por seus autores de predileção. E este é um caso muito específico. O blog  Brain Pickings chegou a publicar a reprodução de alguns...