Os desenhos de Silvia Plath

(clique sobre os desenhos para ampliar)



Semana dessas fizemos um passeio pelos desenhos do poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade (Ver a post Carlos Drummond de Andrade e a arte de desenhar), mas, como temos visto por aqui, não é o poeta mineiro a única figura da literatura que praticou a fuga da escrita para o desenho. 

Recentemente, soubemos que foi divulgado um conjunto de 44 desenhos da poeta estadunidense Sylvia Plath. A novidade chegou sob forma de uma exposição em cartaz na Mayor Gallery, em Londres, no final de 2011. 

O blog Brain Pickings publicou a reprodução de alguns desses desenhos, que, juntamente com outros pescados na web compõem as ilustrações nesta matéria. O material revelado são esboços de caneta e tinta muito bem elaborados e acabados, ricos na precisão de detalhes e na firmeza do traço, revelando um mundo da paisagem natural, da arquitetura, entre outros exemplos, em fino contraste com o que conhecemos da atmosfera de sua literatura.





Reconhecida principalmente pela sua poesia, Sylvia Plath além de se mostrar uma exímia desenhista, escreveu pelo menos um romance, A redoma de vidro, publicado na época sob o pseudônimo de Victoria Lucas. Este romance segue com o estilo confessional reconhecido na sua poesia e apresenta caminhos para uma leitura sobre sua conturbada vida psicológica de uma mulher situada numa difícil encruzilhada social, entre a transição para a liberdade e as responsabilidades até então a ela impostas.




A extensa parte dos desenhos agora revelados datam de 1955 a 1957, período quando Sylvia Plath passou, como bolsista Fulbright, no Newnham College, em Cambridge. Foi durante esse período que conheceu e se casou com o também poeta Ted Hughes. Depois do casamento, os dois viajaram em lua-de-mel por Paris e Espanha. Chegam aos Estados Unidos em junho de 1957.

Assim, os registros de Plath incluem entre os temas o que observava: o ambiente rural ou marítimo, árvores, os telhados parisienses, igrejas, objetos pessoais ou retratos de Hughes. Um material com traço original, que significa uma nova face da autora de Ariel e que, certamente, será explorado pelo mercado editorial em edições futuras.

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