Nota sobre Sontag (II): como ela me ensinou a pensar
Por A. O. Scott * Susan Sontag. Foto de Peter Hujar usada na contra-capa da primeira edição de Contra a interpretação . Passei toda a minha adolescência em uma pressa terrível de ler todos os livros, assistir todos os filmes, ouvir todas as músicas, ver tudo em todos os museus. Essa obsessão exigia muito esforço à época, quando não existia streaming e tudo tinha que ser caçado, comprado ou emprestado. Mas essas mudanças não são o assunto deste ensaio. Os jovens culturalmente famintos sempre foram insuportáveis e incomuns, muito embora eles tendam a investir em ser diferentes — em aspirar (ou fingir) algo mais profundo, mais elevado do que o comum. Com seriedade, o olhar contido da vida adulta mostra seu lado ridículo, mas o desejo que move isso não é brincadeira. É uma fome não só por conhecimento, mas por um tipo particular de experiência. Dois tipos, na verdade: a experiência específica de encontrar um livro ou obra de arte, e também a experiência futura que aguarda por você ao...