As ilustrações muito contemporâneas para um país de maravilhas
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Uma das ilustrações de Luiz Zerbini para Alice no país das maravilhas, edição da Cosac Naify, 2010. As imagens revigoram a poeira do clássico e põe novas rodagens de sentido em ação no texto de Carroll. |
Depois de já ter sido ilustrado por nomes como John Tenniel, Salvador Dalí, Peter Newell, o clássico de Lewis Carroll ganha, passados 144 anos de sua publicação, mais 31 ilustrações singulares criadas a partir de cartas de baralho, recortadas e remontadas compondo vários cenários da obra.
A façanha é do artista plástico Luiz Zerbini. A edição veio a lume em 2010, pela Cosac Naify, mas só agora pude pegar o livro e acompanhar de perto o trabalho do artista; e vejo que Zerbini consegue captar sentidos totalmente novos do clássico de Carroll, além do que, as ilustrações são de encher a vista de qualquer leitor.
Não é a nova edição uma nova tradução. A Cosac Naify tomou o cuidado de selecionar entre as versões já publicadas no Brasil aquela que até hoje tem sido a melhor delas: a de Nicolau Sevcenko. Ana Maria Machado, por exemplo, concorda que a tradução feita pelo autor de A revolta da vacina (reeditado pela mesma editora em 2010) e Orfeu extático na metrópole (1992) é uma das mais criativas porque não despreza o humor do nonsense original e trata de inventar equivalências para o leitor. "Essa constelação de jogos de palavras, trocadilhos, alusões culturais de todo tipo não se dirige preferencialmente ao adulto (como a de Sebastião Uchoa Leite) nem à criança (como a minha), mas se equilibra com êxito (como a de Maria Luís Borges) numa delicada corda-bamba".
No Brasil, além dessas traduções citadas por Ana Maria Machado, há a de Monteiro Lobato, a de Ruth Rocha, de Tatiana Belimky, Ruy Castro e a de José Paulo Paes. A edição traduzida por Castro foi publicada em 1992 pela Companhia das Letrinhas (selo infantil da Companhia das Letras) com ilustrações de Laurabeatriz; e grande parte das traduções aqui referidas são lidas como adaptações. Nisso, também o texto de Sevcenko se diferencia.
Belíssimo trabalho. Abaixo, deixo um vídeo com entrevista ao artista que fala do processo de montagem desse material para Alice. A entrevista foi concedida ao Portal Saraiva e vale a pena assistir para compreender sobre um trabalho de criação que mantém um diálogo muito próximo com o propósito do texto de Carroll.
A façanha é do artista plástico Luiz Zerbini. A edição veio a lume em 2010, pela Cosac Naify, mas só agora pude pegar o livro e acompanhar de perto o trabalho do artista; e vejo que Zerbini consegue captar sentidos totalmente novos do clássico de Carroll, além do que, as ilustrações são de encher a vista de qualquer leitor.
Não é a nova edição uma nova tradução. A Cosac Naify tomou o cuidado de selecionar entre as versões já publicadas no Brasil aquela que até hoje tem sido a melhor delas: a de Nicolau Sevcenko. Ana Maria Machado, por exemplo, concorda que a tradução feita pelo autor de A revolta da vacina (reeditado pela mesma editora em 2010) e Orfeu extático na metrópole (1992) é uma das mais criativas porque não despreza o humor do nonsense original e trata de inventar equivalências para o leitor. "Essa constelação de jogos de palavras, trocadilhos, alusões culturais de todo tipo não se dirige preferencialmente ao adulto (como a de Sebastião Uchoa Leite) nem à criança (como a minha), mas se equilibra com êxito (como a de Maria Luís Borges) numa delicada corda-bamba".
No Brasil, além dessas traduções citadas por Ana Maria Machado, há a de Monteiro Lobato, a de Ruth Rocha, de Tatiana Belimky, Ruy Castro e a de José Paulo Paes. A edição traduzida por Castro foi publicada em 1992 pela Companhia das Letrinhas (selo infantil da Companhia das Letras) com ilustrações de Laurabeatriz; e grande parte das traduções aqui referidas são lidas como adaptações. Nisso, também o texto de Sevcenko se diferencia.
Belíssimo trabalho. Abaixo, deixo um vídeo com entrevista ao artista que fala do processo de montagem desse material para Alice. A entrevista foi concedida ao Portal Saraiva e vale a pena assistir para compreender sobre um trabalho de criação que mantém um diálogo muito próximo com o propósito do texto de Carroll.
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