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Roberto Bolaño: dez anos sem o autor que conquistou os jovens escritores

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Por Santiago Gamboa Parece incrível que já tenha se passado tanto tempo desde sua morte, embora ao ver o êxito de sua obra poderia pensar que é pouco, que no fundo, tudo foi muito rápido. Seja como for, não há dúvidas que Roberto Bolaño é o autor de língua espanhola depois do boom com mais impacto na literatura mundial. Em todas as culturas e línguas tem sido uma revelação e em língua espanhola é um dos mais influentes, não apenas entre os leitores de hoje como também entre os jovens escritores. O que é que faz de Bolaño um autor universal e, ao mesmo tempo, sacralizado em sua própria língua? A juventude latino-americana o lê de joelhos e faz juras para ele. Os escritores jovens encontram em seus livros um mundo que lhes fala ao pé do ouvido. Um de seus grandes temas tem a ver com eles: a épica triste de uma juventude sacrificada, a juventude que quer mudar o mundo com gestos valiosos e com poesia. Querem mudá-lo, mas sucumbem, e apesar de saber que sua luta está perdid...

Dez autores que você não sabia que escreveram ficção científica

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Eduardo Galeano define a ficção científica como narrativas imaginárias que não pode suceder-se no mundo que conhecemos, devida a diversidade com que se transforma o cenário da narração, ora baseado na alteração das coordenadas científicas, espaciais, temporais, sociais ou descritivas, mas de tal maneira que o relatado é aceitável como especulação racional. Mas, a história nos tem demonstrado que muitos desses cenários imaginários deram pé a grandes avanços tecnológicos como as viagens ao espaço. Talvez a construção de um futuro seja dado graças à imaginação de quem não teme ver adiante, desde a simples ideia de um dia vivermos vigiados, sem que haja sociedades cuja intimidade esteja preservada, à possibilidade de uma catástrofe nuclear ou invasão terrestre por seres de outro planeta.  De certo modo, a ficção científica abre possibilidades de avanços e desvio de determinados cursos errados que a humanidade por acaso tenha vindo alcançar. As histórias como as de Julio Verne ...

Ruy Belo

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Enfim, o Brasil terá contato em definitivo com a obra de um dos expoentes da poesia contemporânea portuguesa. Já anunciamos – tem suas semanas – que a obra de Ruy Belo passa a ser editada em terras tupiniquim. De fato, alguns dos primeiros títulos já estão nas prateleiras das livrarias. Agora, a pergunta que há de rondar os que não conhecem a obra ou pouco a conhece é, quem de fato é este português. E qual sua dimensão literária. *** Bom, em termos de extensão, sua obra segue o fôlego dos escritores portugueses. Apesar de ter morrido precocemente: em 1978, quando só tinha 45 anos, deixou grande leva de livros de poesia e crítica. Deste último gênero, grande parte está compilado na antologia de textos Na senda da poesia ; gênero, aliás, lido pela crítica como uma atividade de esclarecimento do ofício poético, na esteira do que fizeram Ezra Pound, T. S. Eliot, entre outros. O trabalho de Belo, nessa seara não finda, entretanto, nessa fronteira. Há uma necessidade igualment...

Boletim Letras 360º #21

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Este boletim se inicia com um apelo: Lima Barreto como homenageado da FLIP 2014. Quando findou a Festa Literária Internacional de Paraty 2013 a única coisa que ficamos sabendo é que o evento no próximo ano será adiado para o mês de agosto devido a Copa do Mundo. Mas, não foi definido qual será o autor homenageado; apenas sinalizado alguns nomes. Desde então, Josélia Aguiar, Álvaro da Costa e André Vallias através do blog não gosto de plágio , de Denise Bottmann, colocaram on-line uma espécie de convocação a assinaturas pelo nome do romancista Lima Barreto. Nós do  Letras in.verso e re.verso  já pedimos nossa assinatura e estendemos o convite aos amigos. É muito fácil: basta ir  aqui  e deixar um comentário.  Sem mais, vamos ao que foi notícia na nossa página no Facebook durante esta semana? Cartaz selecionado para divulgação da Feira do Livro de Frankfurt 2013. O evento tem o Brasil com país homenageado. Leia mais sobre neste boletim. (clique sobre a image...

Crônica de um leitor de O jogo da amarelinha (2)

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por Juan Cruz Ruíz Em seu livro Los nuestros (sem tradução no Brasil), que é a bíblia maior do boom latino-americano , Luis Harss explica seu encontro com Julio Cortázar, que o havia deixado maravilhado com O jogo da amarelinha . Harss publicou sua coleção de entrevistas e encontros (com Guimarães Rosa, com Borges, com García Márquez, com Carlos Fuentes, com Mario Vargas Llosa, com Onetti, com Cortázar...) em 1966, três anos depois que havia aparecido o livro mais importante da bibliografia de quase um autêntico argentino (Harss nasceu no Chile, mas se criou em Buenos Aires, como Clarín nasceu em Zamora). Esse livro insuperável, mítico e até um ano depois quase que não encontrável foi publicado outra vez pela Alfaguara, e é de novo um gozo mergulhar nele para redescobrir, por exemplo, que exaltação espanhola rayuelita (a palavra é de Harss) que todos os leitores dessa novela encontro em nós em muitos casos até agora. Todos os ruyelitas quisemos viver dentre desse livro e H...

Prenda-me, de Jean-Paul Lilienfeld

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Este filme é um exemplo que corrobora para a tese de que não importa o acontecimento: por simples e bestial que pareça um cineasta francês, um bom cineasta, consegue arrancar dele um enredo que a depender do seu humor pode descambar para uma comédia, para um romance, para um drama. Na maioria das vezes, é verdade, prevalece o drama, afinal, parece que é mais fácil fazer das situações corriqueiras algo do tipo. E é o que acontece em Prenda-me , de Jean-Paul Lilienfeld. Mas o filme não é todo um drama, ele está aí como gênero-base, mas tem seu pé na comédia e no thriller psicológico. Dois gêneros, diga-se, bem vivos no currículo do cineasta francês: basta dizer que Lilienfeld deu início à sua carreira cinematográfica no início dos anos 1980 como ator de comédias, enquanto isso, escrevia para televisão e para o cinema materiais diversos como o filme L’Oiel au beur(re) noir , um drama que trata do racismo no cotidiano; em seguida produz quatro longas-metragens que são comédias e ...