Ana mon amour

Por Eduardo Galeno Ana C., em 1978 A palavra se move . Ela traduz um movimento recíproco entre linha (sintagma) e velocidade. Essa velocidade não é, necessariamente, escalar; também pode ser vetorial. À medida que se move, deixa os rastros e, deixando, percorre do exato da presença ao seu desaparecimento iminente. Muitas vezes se cansa: como se vê, é um cansaço com a voz baixa, mas clara: um murmúrio esgotado e extremamente desvairado. Certeza, a claridade é a claridade original do que já foi, do que vai deixar de ser e do que aparecerá nos remendos do movimento. Sair para fora da identidade é seu resumo, sua astúcia. Deslizamento arriscado no princípio ( principício ) ou derrisão descontente no fim. Então pulula, se apoiando em excluir tanto a unidade quanto a dialética, encontrando, na sua mais alta glória anárquica, a maré da vigilância violenta. A palavra movente, assim, não reconhece nenhuma paisagem ou cultura, muito menos se enfeita de joias que não são as suas. O único pon...