Postagens

Mostrando postagens de agosto 27, 2025

Eddington, de Ari Aster

Imagem
Por Naief Yehya A era da pandemia de Covid oferece uma ambientação ideal para inúmeras distopias e pesadelos apocalípticos, bem como uma excelente metáfora para uma variedade de catástrofes. O isolamento, os contágios, as máscaras, o vírus, a pausa na vida social e econômica, os embates ideológicos e a politização das medidas de controle e mitigação deixaram cicatrizes profundas nas sociedades, que ainda não se revelaram completamente.  Ari Aster lançou sua carreira com os perturbadores Hereditário (2018) e Midsommar: o mal não espera a noite (2019), que o consolidaram como um jovem mestre do terror. Depois desses vieram a frenética e edipiana “odisseia neurótica” (Aster dixit ) Beau tem medo (2023), com a qual se lança ao humor negro mais volátil. Seu terceiro longa-metragem, Eddington, retoma a ironia brutal do anterior, mas se concentra na disfunção cataclísmica da política e da cultura estadunidense, particularmente após as fraturas no tecido social intensificadas pelo trauma...