Desculpe-me, mas literatura não é o que eu quero que seja literatura
Por Pedro Fernandes Jonathan Wolstenholme, A Literary Joust . 1. No auge da vida social na internet fui um opinador contumaz: dos costumes, da política, da literatura e das artes que mais frequento. Um mal crônico iniciado quando comecei a frequentar as colunas de opinião nos jornais — muita coisa desse período, aliás, passou para este blog; talvez eu deva admitir que a existência deste espaço é uma prova viva desse meu público mea culpa . Quando me centrei nos estudos literários, quando a vida prática passou a exigir mais tempo que a nossa disponibilidade diária para a reflexão, quando se instalou a terrível crise da leitura vivida neste século de escravidão silenciosamente imposto pelas redes sociais, quando as opiniões políticas ganharam o estatuto de diálogo surdo de animais, decidi me aquietar. Uma decisão sensata, admito toda vez que leio um assunto útil à minha inútil opinião. Vez ou outra, na dificuldade dessa minha incontinência verbal, solto qualquer tuíte e me do...