Memórias de Lázaro, de Adonias Filho

Por Pedro Fernandes Adonias Filho. Foto: Brigitte Friedrich Memórias de Lázaro marca a estreia de Adonias Filho no romance. Antes do livro, o autor era conhecido por sua presença na crítica literária, outro ramo da sua obra que se desenvolveu amplamente e nos legou publicações dedicadas à obra de Cornélio Pena, Tasso da Silveira, o romance brasileiro de 30 e outros temas indispensáveis para pensar seu lugar e seu tempo. A vertente crítica e ensaística, aliás, ultrapassa a do romancista — em quantidade de obras, porque em qualidade, o escritor se revela, a julgar por este livro de 1952, primoroso. Trata-se de um romance que, se os conterrâneos do romancista ou não, nossos contemporâneos, conseguissem o milagre da humildade de reconhecê-lo não cairiam em erros tão grosseiros nas suas produções que só por escuso interesse, excesso de camaradagem e claro desconhecimento de obras como Memórias de Lázaro são designadas excepcionais e aceitas como tal por um público quase sempre alienad...