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Boletim Letras 360º #48

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Nova edição publicada nos Estados Unidos de A metamorfose , de Franz Kafka. Saiba mais ao longo do boletim. Este boletim anuncia que tão demorado recesso (ufa!) findou. A partir de segunda-feira nossos colunistas abrem 2014 e seguimos no ritmo diário, sem lentidões. Para marcar esse retorno, faremos já a partir de amanhã nossa tradicional primeira promoção do ano. Aguardem, portanto! Aproveitamos a ocasião ainda para dizer que não se acanhem; o blog recebe contribuições e para isto, não há mistério, basta ir ao menu ENVIE SEU TEXTO ler o brevíssimo regulamento, escrever e mandar. Vamos ao que foi notícia em nossa página no Facebook? Sábado, 11/01 >>> Brasil: Morreu o poeta Moacy Cirne O poeta, artista visual e professor Moacy Cirne tinha 70 anos. Há pouco tempo descobriu um câncer no fígado e se submeteu a uma cirurgia. Pouco tempo depois sofreu parada cardíaca. Ainda ficou em coma induzido, mas não resistiu. Autor de vários livros sobre histórias-em-qua...

O terror nas dobras do pastelão. “O desaparecido”, de Franz Kafka

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Por Alfredo Monte Iniciado em 1912, antes de seus companheiros mais célebres ( O processo  e  O castelo ),  O desaparecido  pertence à fase de “filhos” de Franz Kafka, que inclui também  O veredicto  e  A metamorfose . Em todos, filhos são punidos e banidos pelos pais. A diferença é que, enquanto os outros dois permanecem no âmbito da casa paterna, numa concentração claustrofóbica, a história de Klaus Rossmann, enviado a uma América totalmente recriada pela imaginação de Kafka (ou seja, uma Amerika), após ter sido seduzido pela criada, já aciona o mecanismo  de “lançar no mundo” o filho pródigo, cuja maior realização ocorrerá em  O castelo .   Curiosamente, mesmo lançado no mundo, Rossmann viverá a experiência do banimento repetidas vezes (pelo tio, pelo camareiro-mor do hotel onde se emprega) e só encontrará guarida em ambientes desabonadores, sórdidos e permeados pela sexualidade. O sexo é a grande ameaça aos “esforços” dos personagens...

Álbum de família, de John Wells

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Álbum de família. Os termos assim dispostos levam, pela circunstância do escrito, a outra obra conhecida de parte dos brasileiros, escrita por Nelson Rodrigues, o mestre se não na compreensão, na construção pela vida da literatura daquilo que há de mais escondido no desejo humano. As semelhanças, entretanto, param aí na nomeação das obras; ao menos, a perversão sexual não está de um todo explícita como na obra lembrada. O que não significa dizer que ela aí não esteja. Paira nas muitas das situações que chegam à superfície da narrativa – como é caso na relação entre cunhados, na relação entre irmãos advinda desta relação e no envolvimento de um cara mais velho com sua própria sobrinha, relações sobre as quais não devemos destrinçar mais adiante para não transformar este texto num minério de spoilers . O que vigora, entretanto, de uma ponta a outra da trama é apenas uma única coisa: uma certa amargura, produto de primeira de um conjunto de relações complexas e sustentadas pe...

Conjunto de correspondências inéditas de Mary Shelley virão a lume em breve

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Até então desconhecido, selo com carimbo para correspondências de Mary Shelley. O achado faz parte de uma "descoberta do acaso" da pesquisa Nora Crooker. Foto: Keith Crook/ The Guardian Era apenas um clique ocioso num site para Nora Crook fazer uma descoberta das mais importantes para sua carreira acadêmica. Professora emérita na Anglia Ruskin University e especialista no período romântico da literatura estadunidense, na ocasião ela buscava na internet informações sobre a romancista Mary Shelley. No clique ocioso, uma lista de 13 arquivos associados ao site Essex Record Office – uma plataforma de arquivos on-line. A lista de treze arquivos estava denominada com o título “Carta de Mary Wollstonecraft Shelley”. “Eu pensei, mas o que é isso, e cliquei no link” – relembra a pesquisadora que logo teve certeza da originalidade dos arquivos e do seu ineditismo. Graças ao puro acaso, Crook tinha à sua frente a maior coleção de cartas inéditas da autora de Frankenstein ; ...

Boletim Letras 360º #47

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O escritor José Saramago e Lanzarote. No início desta semana, a descoberta de uma nova espécie de molusco que recebeu homenagem a partir do nome do escritor. Estamos pelo fim de nosso breve recesso aqui no blog; próxima semana, voltamos de fôlego novo pronto para mais uma postagem por dia até o fim do ano. E quem tem seus escritos postos na gaveta, pode desengavetá-los e enviar para nós. Quem sabe não rola uma publicação? É só da uma olhada aqui nas normas de envio e, se tudo aí se encaixar, o conselho é: não se acanhe, envia-nos! Por enquanto, deixamos dois sabores: um, que na semana de retorno, teremos nova promoção – a famosa primeira do ano; outra, as nossas informações que correram durante esta semana na nossa página no Facebook. Segunda-feira, 06/01 >>> Espanha: Há literatura por toda parte; até embaixo do mar  Ao menos coisa rara: dar o nome de um escritor a um animal. Agora, Saramago - alcunha já herdada do nome de uma pequena planta comum em t...

No mundo de Alice: “O amor de uma boa mulher” e um Nobel indiscutível

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Por Alfredo Monte   “Uma escolha fluida, a escolha da fantasia, é derramada no chão e endurece instantaneamente: adquiriu seu formato inegável…”   — Em “As crianças ficam”, de Alice Munro Ninguém pode se queixar, desta vez, de que o Nobel tenha contemplado um autor “obscuro”, de algum país praticamente desconhecido, e do qual não há traduções circulando.  No Brasil, por exemplo, foram publicados até agora quatro títulos de Alice Munro:  Ódio, amizade, namoro, amor, casamento ;  Fugitiva ; Felicidade demais  e  O amor de uma boa mulher , 1 este último editado em 2013, embora mais antigo que os demais: foi lançado originalmente em 1998.   São oito histórias que demonstram como é indiscutível a escolha de um dos nomes mais extraordinários da literatura contemporânea. Quem não conheça o universo dessa canadense octogenária poderá estranhar, ao começar a leitura do conto-título, que abre o volume, o andamento do relato: em 1951, três meninos (Bu...