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José Manuel Caballero Bonald

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  A literatura salva de muitas coisas, do remorso de não escrever, do tédio da vida, do silêncio não criativo... É muito comum que se não fazemos algo que realmente nos recompense, entremos de uma forma perniciosa num tédio. E disso literatura me salvou. Disso e de estar vagando por aí, sem ofício ou benefício. Escrever me justifica, me alivia. Minha energia é liberada por meio da escrita e isso me tranquiliza.   — José Manuel Caballero Bonald, Letras Libres   O leitor de poesia não tem por que ler exatamente o que o escritor escreve. Pode ir mais longe ou não. O que importa é que linguagem o proporcione uma versão desconhecida da realidade, o leve a desaprender certas coisas para voltar aprendê-las de outra maneira.   — José Manuel Caballero Bonald, El Cultural   A literatura sempre contém uma boa dose de invenção, é coisa dela. A invenção é algo que está ligado à própria dinâmica da escrita.   — José Manuel Caballero Bonald, Zenda ...

Boletim Letras 360º #429

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DO EDITOR   1. Caro leitor, o Letras apresenta a seguir as notícias apresentadas durante a semana na sua página no Facebook e o conteúdo das demais seções de leitura criadas em momento posterior à existência deste Boletim. Reitero os agradecimentos pela companhia. Boas leituras! Annie Ernaux. Foto: Mehdi Chebil.   LANÇAMENTOS O novo projeto da editora Pinard inclui dois novos títulos para a coleção Prosa Latino-americana — iniciada pelo romance venezuelano Dona Bárbara, de Rómulo Gallegos . Seu apoio pode ser dado aqui .     1. Esgotado há mais de 30 anos no Brasil, Eu o supremo foi lançado em 1974 no Paraguai e se tornou um clássico instantâneo, sendo traduzido rapidamente para mais de 20 idiomas. Até hoje, é considerado o romance mais famoso e mais importante do país — sendo também uma das obras sobre ditaduras mais representativas da América Latina. Nesse romance, Roa Bastos parte da biografia do ditador José Gaspar Francia para tentar narrar o perfil do dirigen...

A violoncelista, de Michael Krüger

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Por Pedro Fernandes Michael Krüger. Foto: Matthias Ziegler   “O mundo nasceu de um soluço e vai acabar num soluço. Assim como Deus se entediou ao brincar com a matéria morta, com as esferas incandescentes que, numa órbita mais ou menos precisa, zuniam-lhe ao redor da cabeça, sem um desvio perceptível ou contingência, vai entediá-lo também assistir às mascaradas sempre renovadas dos homens. E, de qualquer forma, ele não entende nada de música contemporânea. Parou em Bach.”  O autor dessas palavras, se não enfurecidas, repletas de um cortante sarcasmo, é um compositor alemão que, situado no outono da sua vida — pessoal e profissional — se mostra interessado passar a limpo uma existência devotada ao interesse continuado pela música. A essa altura, transita entre o limite de compor uma peça musical acerca da morte da lírica tendo por base a vida e obra do poeta russo Óssip Mandelstam e o contato de maneira repentina com o seu passado a partir da chegada em sua vida de Judit, a jov...