Postagens

Mostrando postagens com o rótulo César Aira

O que se passou entre Roberto Bolaño e César Aira?

Imagem
Por Juan Tallón Roberto Bolaño. Foto: Revista Paula . Em julho de 2008, César Aira (Argentina, 1949) ministrou um curso em Santander, organizado pela Universidade Internacional Menéndez Pelayo. Custava cem euros e incluía uma bolsa para se hospedar quatro noites no Palacio de la Magdalena. Por acaso, naquele exato momento eu tinha o dinheiro e me inscrevi. No primeiro dia, uma hora antes de começar, desci para o café da manhã e encontrei Aira sozinho, tomando um suco de laranja vagamente natural, e com um ovo frito no prato, que era meu café da manhã favorito, mas para o jantar. Sentei-me ao lado dele e depois de um tempo me dizia que o nome do seu avô era Robustiano e que era de Sobradelo, em Ourense. Aira não sabia, nem eu, que em Ourense existem três vilas com esse mesmo nome. Pouco depois, Michel Lafon, professor de literatura argentina na Universidade Stendhal de Grenoble, romancista e tradutor de Aira, Borges e Bioy Casares para o francês, juntou-se ao café da manhã. Cascavilhamo...

Entre os mecanismos de Aira

Imagem
Por Tiago D. Oliveira Depois de atravessar as páginas de A trombeta de vime , de César Aira, fiquei pensando sobre os limites de um texto e percebi que entrava paulatinamente em um universo que se revigora conforme o mundo gira em torno de seu próprio eixo. São doze textos que dificilmente serão classificáveis, o que promove o livro para um lugar que corta o próprio tempo em que foi escrito para se apresentar além, muito além do que nos acostumamos a conformar.   A mistura de gêneros e de discursos faz com que as narrativas desenvolvam um híbrido entre as palavras, leva o leitor a sentir analiticamente a expansão das fronteiras e limites do fazer literário. Ao ponto que a leitura acontece, percebe-se que o atravessamento dos textos acontece como parte do projeto estético e filosófico que Aira pensou e conseguiu desenvolver lançando seu livro para fora, em um lugar que não para de crescer. Logo no primeiro texto do livro fiquei ensimesmado com a datação, o que me fez pensar em ...