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Ben-Hur, de William Wyler

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Ben-Hur  é um filme grande sob todos os aspectos. Além das suas três horas e meia de duração, os números de produção impressionam ainda hoje. O orçamento total foi de US$15 milhões (o longa mais caro já feito, até então), e a bilheteria, de mais de US$70 milhões só nos Estados Unidos, tirou a MGM do buraco. Foram utilizados 100 mil figurinos e 300 sets construídos. A emblemática cena da corrida de bigas exemplifica o espírito grandioso: sua filmagem durou três meses e exigiu a presença de 8 mil extras em uma arena construída em um ano, ao custo de US$ 1 milhão. Uma meticulosidade típica de William Wyler, por anos tido injustamente como um diretor sem personalidade; um artesão, não um autor. A história da vingança do escravo Ben-Hur (Charlton Heston, que ganhou o papel após a recusa de Burt Lancaster e Paul Newman) contra seu traidor e ex-amigo Messala (Stephen Boyd), cheia de referências bíblicas e à vida de Cristo, foi adaptada do romance homônimo do general americano L...

Mais uma semana do filme cult

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Cena de Suspiria , clássico de Dario Argento que abre a programação da IV Semana do Filme Cult Com clássico de Dario Argento, o Cineclube Natal, o Teatro de Cultura Popular Chico Daniel e o jornalista Rodrigo Hammer deram início hoje, 18 de maio de 2010, a mais uma Semana do Filme Cult, evento que promete, pela quarta vez, trazer filmes underground ou ferrenhamente cultuados ao público natalense. Para abertura dessa quarta edição, o filme escolhido foi Suspiria , dirigida pelo mestre do horror italiano Dario Argento. Suspiria apenas antecipa uma sucessão de títulos definidos entre o bizarro e o burlesco, na qual também há lugar para Grand Guignol e experimentalismo barbarizante. A permanência da Semana do Filme Cult no calendário do Cineclube Natal confirma o sucesso da iniciativa, responsável por atrair amantes de raridades do gênero que, assim, podem ter a oportunidade de assistir a títulos nem sempre disponíveis em coleções particulares e muito menos nas ...

Revista Oeste

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Apesar dos atropelos marcados pelo excesso de atividades e curto tempo para todas elas,  posso comentar brevemente sobre a edição recente da Oeste - Revista do Instituto Cultural Potiguar . A apresentação desse número marca um renascimento do periódico e das atividades do ICOP cuja data foi assinalada no dia 7 de maio de 2010, em Mossoró, com uma atividade que contou com autores que escrevem para esta edição ora publicada e os que estão à frente do projeto. Recebi a revista na tarde de sexta-feira, 14 de maio, na Poty Livros de Mossoró, no belo espaço vizinho ao Teatro Municipal (que lugar bom de estar!); encontrei as figuras de David Leite, vice-presidente do Instituto, do poeta Clauder Arcanjo e dos escritores José Nicodemos e Rodrigues da Costa. Não preciso acentuar mais nada sobre o reencontro. Devo apenas dizer sobre a edição, que, para uma revista já em idade adulta - afinal sua primeira edição veio a lume em 1958 - ficou primoro...

Duas revistas que são marcos do modernismo no Brasil

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1. Uma delas é a  Revista de Antropofagia ; seu marco é de registrar os sismos de um dos períodos de maior efervescência artístico-literária do Brasil. Nela gestou-se e circulou as linhas de pensamento mais ousadas e as ideias mais polêmicas desse período. Lançada em São Paulo, em 1928, por Oswald de Andrade e um grupo de amigos, como Raul Bopp e António de Alcântara Machado, com proposta gráfica ousada, o periódico teve duas fases bem diferenciadas, divulgando editoriais questionadores, textos ficcionais, artigos provocadores, comentários breves, notas de efeito cômico. Embora animada pelo espírito inovador, há escolhas bastante contraditórias. Foi nas páginas da revista que circulou o famoso Manifesto Antropófago, escrito por Oswald de Andrade e que ditava  ao modo de outros manifestos de vanguarda o espírito da nova literatura brasileira a partir de então. Por ela passaram nomes como Mário de Andrade, Jorge de Lima, Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Pedro Nav...

Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto, de Mário de Carvalho

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Se pararmos para pensar a nossa vida e o cotidiano dela, sobretudo os modos de vidas e as ações triviais; se pararmos para pensar o modo como nos tornamos sujeitos... Eis a tentativa bem alcançada de Mário de Carvalho, escritor português que descubro agora nessa seara pós-José Saramago. A edição sobre a qual faço essas breves notas foi publicada no Brasil há cinco anos pela Companhia das Letras. Se formos atribuir um perfil temático a este romance –  Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto (frase-clichê de uma secretária personagem do livro) é nisso em que se resume: a vida e o cotidiano. Pode ser que, à primeira vista não tenham a universalização construída pelo romance contemporâneo, porque estamos numa Lisboa pós-ditadura que se metamorfoseia no corpo de uma personagem, o Joel Strosse. Mas, é só questão de avançarmos com a leitura para vermos que a trivialidade dessa capital portuguesa diz um tanto da minha trivialidade de leitor afasto alguns mil qu...

Sobre os novos centros de lavagem cerebral

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Por Pedro Fernandes Volto novamente a tocar no assunto porque ele me incomoda e os incomodados não devem se retirar, mas falar, o quanto puderem. O que me faz escrever mais uma vez sobre é que um amigo outro dia escreveu na sua página pessoal do Orkut: "Nossa como é bom ser católico, ter a certeza do céu, a certeza da verdade...". Logo o assunto aqui tem a ver com a nova estripulia religiosa que tem tomado conta da sociedade contemporânea. E nesse intercurso há uma que está para além de tudo aquilo que já pude escrever aqui acerca da religião. Trata-se das diversas correntes dentro do catolicismo que têm como missão congregar jovens. Não há nada, de minha parte, ser contra às tais correntes, mas quando elas se transformam em redutos para aperfeiçoamento das desgraças humanas, aí sim tenho muita coisa contra. O que está embutido na frase desse meu amigo reitera o papel que tais comunidades ditas de evangelização tem propiciado aos jovens que dela se aproximam: a refun...