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Benjamim, de Chico Buarque

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Por Pedro Fernandes Benjamim integra, em 2006, o ciclo dos quatro romances escritos por Chico Buarque. Ou seja, é o segundo dessa leva de escritos, já que o escritor publicara antes apenas Estorvo , em 1991. Trata-se de romance que poderíamos adjetivar como “dobrado”, no sentido de que, são as ações e a vida de personagens do presente constantemente invadidas por projeções do passado. O protagonista desse romance integra a galeria dos desgraçados e perturbados consigo próprio; é invadido o tempo inteiro por uma corrente de culpa que aponta-lhe inquisitorialmente o dedo. Digo isso, porque lembro-me agora de sua perturbação pela morte de uma tal Castana, que fora, no passado, uma namorada de Benjamim e que morrera fuzilada. A projeção passado-presente se instala quando entra no romance e, consequentemente, na vida dessa personagem, Ariela Masé, que, de início se é confundida com filha daquela namorada do passado. Ariela será a responsável, com todas as letras, para uma remodel...

João Gilberto Noll vem ao Festival Literário da Pipa

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Um rápido passeio pela web  vai dar ao leitor as seguintes informações sobre o escritor João Gilberto Noll: ele nasceu em 1946 na cidade de Porto Alegre (RS). Em 1969, após ter abandonado o Curso de Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar como jornalista nos jornais Última Hora e Folha da Manhã . Em 1970, publicou seu primeiro conto na antologia Roda de Fogo , organizada por Carlos Jorge Appel, de Porto Alegre. Em 1970 mudou-se para São Paulo, retornando ao Rio em 1971. A partir de 1974, voltou aos estudos de Letras e passou a lecionar no Curso de Comunicação na PUC do Rio de Janeiro. Em 1980, publicou seu primeiro livro, O  c ego e a dançarina . A partir daí começou a acumular prêmios, como o Revelação do Ano, da Associação Paulista de Críticos de Arte; Ficção do Ano, do Instituto Nacional do Livro e o Prêmio Jabuti. Noll é um autor prolífico. De 1981 a 2010 já publicou A fúria do  c orpo ,...

Um depoimento biográfico sobre Leontino Filho

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Por Pedro Fernandes Conheci Leontino Filho quando do primeiro dia de aula na cadeira de Teoria da Literatura I, no curso de Letras, na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. No semestre seguinte, reencontro-o na cadeira de Teoria da Literatura II. E, no fim da graduação, o curso de Literatura Potiguar. Mas, no intervalo desses quatro anos de convivência acadêmica foi-me ainda orientador de meu trabalho de fim de curso e das atividades de monitoria por dois semestres nas Teorias . Essa figura é a do professor que se completa com a do crítico literário autor de Sob o signo de Lumiar: uma leitura da trilogia de Sérgio Campos e Lavoura arcaica: o narrador solto no meio do mundo . O primeiro trabalho resultado do Mestrado em Estudos da Linguagem na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e o segundo do Doutorado em Estudos Literários na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Os dois primeiros papéis não são exercitados isoladamente, visto que a...

As obras de Brecht no cinema

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A relação do dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956) com o cinema vai além das inúmeras adaptações que foram feitas de sua Ópera dos Três Vinténs desde quando Pabst dirigiu sua primeira versão, em 1931, e da influência que exerceu sobre cineastas como Rainer Werner Fassbinder e o dinamarquês Lars von Trier. Para quem ainda desconhece como essa relação começou, a Versátil Home Vídeo colocou no mercado uma caixa com os primeiros trabalhos de Brecht no cinema, desde sua estreia, em 1923, dirigindo o ator Karl Valentin em Os Mistérios de Uma Barbearia (1923), ao clássico dirigido pelo alemão Fritz Lang no exílio americano, Os Carrascos Também Morrem (1943). A caixa de Brecht traz ainda um premiado documentário com imagens raras e entrevistas do dramaturgo. Dirigido por Joachim Lang há quatro anos, A Vida de Bertolt Brecht é uma introdução valiosa ao pensamento de um homem que representou para teatro o que Einstein foi para ciência e Chaplin para o cinema. Aliás, ...

Lídia Jorge, o mundo isolado

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Por Marlise Vaz Bridi Lídia Jorge (1946) quando surge para a literatura portuguesa, em 1980, é com uma obra que marcará toda sua carreira: O dia dos prodígios . O romance, ainda que de estreia, apresenta em si os elementos de uma obra madura e em perfeita sintonia com as características das grandes obras contemporâneas. De construção fragmentária e com variação gráfica no corpo do texto, volta-se para a discussão de valores que perpassam uma comunidade aldeã do Algarve. Na obra, todos os acontecimentos da vida cotidiana da aldeia são mostrados pelo olhar de uma comunidade inteiramente fechada em si mesma e isolada do mundo. Nela, o padrão de comunicação é a oralidade, pois o letramento dos aldeãos é rudimentar e todos os acontecimentos são vazados por uma linguagem peculiar que, representa a oralidade regional do Algarve. No plano temporal, os acontecimentos que compõem o enredo estão concentrados em um intervalo relativamente curto de tempo, que inclui o momento da Revol...

Aniversário de 3 anos do Letras in.verso e re.verso

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A primeira novidade que chega agora aos leitores do Letras in.verso e re.verso pela ocasião dos 3 anos do espaço e da entrada no seu quarto ano de atuação na web que tem data para ser comemorada, no próximo dia 27 de novembro, é a de uma promoção. Com esse intuito, mas ainda sem perder-se do ideal de ser este um espaço voltado à literatura, sobretudo, a promoção que agora é posta online visa ainda a promoção da Literatura Potiguar. Interessados podem baixar o regulamento em formato PDF logo abaixo e participar da ideia. A ficha de inscrição que nos referimos é o envio para pedro.letras@yahoo.com.br  dos seguintes dados: nome completo, endereço residencial e os links de suas páginas no Orkut, Facebook e Twitter. Baixe aqui o regulamento