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Um caderno para Saramago, um novo hotblog

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Às vésperas de completar dois anos on-line , o espaço Um caderno para Saramago tem cumprido seu interesse, muito embora tenha ainda pela frente alguns desafios e o principal deles é disponibilizar tudo o que já coletei de material impresso sobre o escritor português. Na verdade, pouquíssima coisa desse material foi aí disponibilizada porque me custa, sobretudo, tempo para sua digitalização. Mas, é preciso reconhecer que o trabalho de acompanhamento quanto ao que aparece na web isso tem sido feito com plena satisfação.  Entendendo que o espaço funciona como uma espécie de memória ou como foi dito na sua apresentação como uma enciclopédia em torno de José Saramago já havia notado a necessidade de manutenção de um espaço paralelo para o acompanhamento das atividades aí desenvolvidas e-ou das atualizações feitas. Por isso, foi que canalizei um grupo de postagens no Letras in.verso e re.verso para a publicação disso que chamei de hotblog .  Bom, a novidade de agora é que es...

Sim, o problema é conosco

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Por Pedro Fernandes Quem dera eu pudesse ver na prática o que já testemunharam as páginas da história! Mas, desastre, a história não se repete. É fluxo contínuo e não permite voltas. Talvez possa ensaiar voltas, mas trajetos idênticos não se repetem. Mas, ver na prática o que testemunharam as páginas da história não seria ainda uma querença particular de, a todo custo, repetir um passado não vivido? Sim, eu pertenço a uma geração que pegou um estado já mais ou menos delimitado pela luta de meus pais, avós, bisavós... Mas, eu não tenho vocação para remoer passados. Ao acreditar no passado como irrepetível, eu não posso ter uma querença de uma repetição a todo custo. “Ver na prática o que já testemunharam as páginas da história”,  demonstrarei, não tem nada a ver com um apego ao passado tampouco com a querença de sua repetição. A coisa é mais complexa. Nesse mesmo percurso que faço em vistas para o passado também posso fazer para o futuro. E como acredito na irrepetibili...

Camilo Pessanha

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Por Pedro Fernandes   Eu vi a luz em um país perdido. A minha alma é lânguida e inerme. Oh! Quem pudesse deslizar sem ruído! No chão sumir-se, como faz um verme… O texto mais significativo de crítica literária que li até agora sobre o poeta português Camilo Pessanha — e não sou um leitor versado no tema — é da professora Leyla Perrone-Moisés e está publicado no livro  Inútil poesia e outros ensaios breves . Chama-se “Camilo Pessanha e as miragens do nada”. Depois, encontrei com a edição de  Clepsydra  — única obra de Camilo — que no Brasil foi reeditada pela Ateliê Editorial organizada pelo professor Paulo Franchetti, quem também assina um ensaio crítico e notas explicativas ao longo do livro. Tive interesse, logo, em comentar sobre o autor por aqui. Mas, acossado ainda pelo ensaio de Perrone-Moisés, achei por bem não tocar no assunto.   Agora, outra vez o destino me coloca diante da questão: descubro que a Biblioteca Nacional de Portugal, ao modo do que fez...

Bastardos inglórios, de Quentin Tarantino

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Por Pedro Fernandes Christoph Waltz na pele do coronel nazista Hans Landa. Sua atuação foi lida, por unanimidade, com o up de Bastardos inglórios . Há em Quentin Tarantino uma ironia sangrenta; quem assistiu Kill Bill e depois este Bastardos inglórios entenderá o sentido ou o conceito impresso nesses termos. O anterior é, numa leitura de duas palavras, um blasé entre uma “ex-gângster” e seus ex-parceiros do esquadrão. Dividido em dois volumes, o filme bebe na fonte dos textos escritos pela forma como está estruturado e é altamente contaminado por um jogo intercinematográfico difícil de precisar os seus limites. O modo se repete no filme de 2009. Usando dos momentos históricos do nazismo e da Segunda Guerra Mundial, Tarantino dá espaço para a atuação de dois planos elaborados por contraventores ao regime de Hitler; planos que vão desembocar na ideia de assassinato do próprio ditador, muito embora não pareça ser esta a direção inicial da narrativa. Prevalece aqui certa ...

Os lusíadas on-line

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Camões, 1907, óleo sobre tela José Malhoa Que Os Lusíadas , de Luís de Camões, é um dos mais importantes textos da literatura em língua portuguesa, todos hão de concordar; outros até acrescerão que o épico camoniano é já clássico para a cultura ocidental. Agora, fazer do clássico leitura para leitores comuns, nem todos hão de acreditar na possibilidade. E a situação é ainda mais absurda se formos ver de perto que a imensa maioria dos estudantes de Letras no Brasil, público que lida diretamente com leitura, nunca leu a obra. Considero absurda porque – e isso eu já comentei por aqui – há títulos que integram aquela lista de leitura obrigatória a certo público por mais que não o apeteça. Agora, um projeto conduzido pela Biblioteca Nacional de Portugal, país de nascimento do poema, traz o texto na sua primeira impressão em formato digital . Entendendo Os Lusíadas como obra importante no cânone universal, integra a proposta a digitalização da primeira edição em diferen...

Exposição “Intracenas”, do artista plástico Mauro Silper

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Mauro Silper abre exposição Intracenas , em Belo Horizonte. Foto: site do artista plástico Com o título de “Intracenas”, que significa estar no âmago, no interior, dentro da cena, ao ponto de uma se ligar à outra em composições e intenções, o artista plástico Mauro Silper, autor de um conjunto telas compostas a partir da obra de José Saramago e publicadas na edição especial do caderno-revista 7faces Variações de um mesmo tom: diálogos sobre a poesia de José Saramago , em julho de 2011 , abre exposição individual amanhã, dia 29 de maio , às 19h , na Galeria de Arte Beatriz Abi-Acl, na rua Santa Catarina, 1155, bairro de Lourdes, em Belo Horizonte . A mostra fica aberta ao público até o dia 23 de junho, sempre das 9 às 18 horas, de segunda a sexta-feira, e das 9 às 13 horas, aos sábados. O artista explica que a ideia — ou inspiração — para criar as obras, todas inéditas, que vão compor a exposição, adveio de uma frase pinçada da letra de uma música composta por Chico Buar...