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Mostrando postagens com o rótulo Urbano Tavares Rodrigues

Os terraços de junho (contos e sonhos), de Urbano Tavares Rodrigues

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Por Pedro Belo Clara No verão em que se conta quatro anos deste o desaparecimento deste notável autor, toma-se a que se considerou feliz decisão de dirigir novamente um foco de atenção sobre uma das suas obras, oferecendo assim aos leitores mais interessados vislumbres renovados da temática essencial do escritor, jornalista, crítico e professor com fortes ligações a Lisboa e ao Alentejo.     Não será um dos trabalhos mais conhecidos, tampouco dos mais antigos, este que aqui se toma em consideração, editado em 2011 pela D. Quixote, mas um dos mais significativos no que toca à capacidade de revelar a extrema mestria de Urbano na elaboração de narrativas curtas. Sem nunca enublar a nitidez dos contornos da sua identidade literária, o autor reúne textos de plena maturidade onde oferece sérias reflexões de carácter moral e social e breves – mas profundas – viagens pelo íntimo humano mais recôndito ou reprimido. Destacando desde já a toada poética de cada...

Urbano Tavares Rodrigues

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Até onde pudemos pesquisar – entre os muros do espaço virtual – encontramos que a obra de Urbano Tavares Rodrigues, assim como a de outros muitos nomes da literatura portuguesa merecedores da atenção do leitor, encontra-se inédita no Brasil. Também não há nisso empecilho para conhecê-la; Portugal pode ser logo ali e de lá para cá, zanguem-se alguns gramáticos de um e do outro lado, fala-se um mesmo idioma. Mas, é para romper esse desconhecimento que existem espaços como estes, embora também as fronteiras da web sejam ilimitadas e os daqui podem ler sobre qualquer literatura de qualquer parte do mundo. Ainda assim, importa mesmo é quem fala. Dizer de um nome pouco conhecido é um gesto de multiplicá-lo nesse universo sem fronteiras e fazê-lo mais próximo de outros leitores. Desde 2013, quando o escritor morreu, que era prevista uma entrada como esta para o Letras. Terá sido necessário esperar um ano para se falar sobre Urbano Tavares aqui; nada grave. Circula já outros textos q...

Nenhuma vida, de Urbano Tavares Rodrigues

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Por Pedro Belo Clara O escritor Urbano Tavares Rodrigues Nesta nova edição, retoma-se a debate sobre os trabalhos do autor referido em epígrafe com o intuito de dar a conhecer aquele que foi o seu derradeiro romance, concluído apenas poucas semanas antes da sua morte, em Agosto de 2013. Editado em Outubro passado, e com a particularidade de possuir um fac-símile fragmentado do original escrito pela mão de Urbano Tavares Rodrigues, Nenhuma vida é, nas palavras do próprio autor, um “romance breve ”  que, em quatorze capítulos, consegue ser transversal às principais ideias e temas defendidos por Urbano ao longo da sua existência terrena. Como obra, digamos, de “fim de vida”, e conhecendo o autor como a grande maioria do público português o conheceu, nada mais para além disso se poderia imaginar. Embora, sublinhe-se, em Urbano coabitavam pacificamente as linhas, firmemente desenhadas, de um pensamento nítido e interventivo com a gentil brandura de um trato - apare...

Bastardos do Sol, de Urbano Tavares Rodrigues

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Por Pedro Belo Clara O escritor alentejano, nascido em 1923, é um dos nomes mais recentes do universo das letras lusitanas a se despedir do mundo que o viu nascer. Perece o homem, permanece o legado. Por isso, o artigo de hoje é um humilde louvor póstumo ao nome e à obra do autor em causa. Bastardos do Sol foi, efectivamente, o primeiro romance que Urbano publicou, no ido ano de 1959. E, para primeira incursão num género que, até à data, havia sido posto de parte, o resultado obtido é digno de figurar num patamar bem próximo dos marcos de proa da literatura portuguesa do século XX – tal como o seu autor, diga-se, que muito justamente, ainda em vida, alcançou um destacado lugar de mérito entre os seus semelhantes. Dotado de uma personalidade ímpar, Urbano foi um homem gentil que nunca deixou de assumir as suas ideias e convicções perante o turbulento mundo social que o rodeava. Dono de um invejável currículo, destacou-se, além de escritor, como crítico e professor. Ma...