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Biblioteca Mindlin - Um mundo em páginas

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José Mindlin. Apaixonado pelos livros, o jornalista, advogado e empresário reuniu, em mais de 80 anos de garimpagem, quase 40 mil títulos e raridades de valor inestimável, além de uma rara e rica coleção de gravuras, a única que se tem notícia no Brasil. O filme-documentário já teve em cartaz na TV Brasil e na TV Escola. Trata-se de um filme que antes de servir ao registro de uma das personalidades mais significativas para a cultura do livro no Brasil é um gesto de homenagem ao bibliófilo José Mindlin e que depois de ser homenagem é um gesto de beleza artística em que dialogam num mesmo território mundos diversos, vozes diversas. E exala e pulsa, sobretudo, literatura. Sob direção de Cristina Fonseca, o filme conta a história de José Mindlin e de sua fantástica biblioteca de livros raros, uma das maiores e mais importantes bibliotecas particulares do Brasil e da América Latina, dando foco a preciosidades inestimáveis que dão conta da formação histórica e literária n...

Ricardo Domeneck

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Por Pedro Fernandes Ricardo Domeneck. Foto de Amós Fricke. Disponível no blog de Sylvia Beirute A primeira vez que li esse nome - Ricardo Domeneck - foi quando em conversa com o poeta Leontino Filho, antes de sua palestra sobre Raduan Nassar, em agosto de 2008. Leontino Filho me apresentava uma coleção chamada "Ás de colete" lançada pelas editoras 7Letras e Cosac Naify em 2007 e entre os títulos estava a cadela sem Logos . Nascido em Bebedouro, São Paulo, 1977, Domeneck vive há sete anos em Berlim, onde dá aulas de inglês e organiza perfomances multimídia, entre outras atividades. Descobriu a poesia na adolescência, quando estudava nos Estados Unidos, lendo Poe, Walt Whitman, Emily Dickinson e Salinger. Entre seus poetas favoritos, costuma citar autores franceses, estadunidenses, argentinos e portugueses e, com certo desdém, diz não está interessado nas "intrigas de boteco" da poesia brasileira, ainda que alguns nomes lhe chamem atenção, como Paulo Lemin...

Do novo livro de Iracema Macedo, dois poemas

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Iracema Macedo. Foto: Alex Régis / Tribuna do Norte 1. Na segunda-feira, dia 27 de dezembro, chega às livrarias um novo livro da poeta Iracema Macedo. Poemas inéditos e outros escolhidos são publicados pelo Sebo Vermelho. A sessão de apresentação da obra acontece a partir das 19h na Livraria Siciliano do Shopping Midway Mall. 2. Iracema Macedo nasceu em Natal em 1970. Formada em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Mestra na mesma área pela Universidade Federal da Paraíba e Doutora pela Universidade de Campinas. Sua estreia na literatura se deu com a publicação de Lance de dardos  (Estúdio 53, 2000). Depois vieram Invenção de Eurídice  (Editora da Palavra, 2004) e o livro que agora se publica; este, como sugere o título, uma reunião de poemas inéditos e outros escolhidos dos livros anteriores.  3. O caderno de cultura Viver , do jornal Tribuna do Norte , por ocasião da apresentação do novo livro da poeta, publicou uma...

Feliz Natal

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Já desde o dia 20 que o blog tem dado uma de Papai Noel virtual, não distribuindo presentes como gostaria, mas deixando um cartão de Natal para esta época ano. Tradição começada ainda em 2009, seguimos ainda e enquanto existirmos, insistindo na ideia de que a tão simbólica e importante data dentro do calendário cristão não deve servir apenas para ser uma euforia que morre depois de findar o mês de dezembro. O texto de Carlos Drummond de Andrade que ilustra o cartão de Natal deste ano se associa ao texto de José Saramago do cartão do ano passado e traduz muito desse sentimento. Para baixar o cartão, clica aqui   (é preciso dar um zoom para ler o texto).

Rachel de Queiroz

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Primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. O ano que finda marcou o centenário de nascimento da escritora nascida em Fortaleza (CE). Quando Rachel de Queiroz se estreia na literatura com o seu romance O quinze , em 1930, já a seca do sertão nordestino figurava enquanto elemento na ficção. O fato é Rachel não apenas ambienta a seca, mas faz dela tema e persona na sua obra. Além do que ela inaugura, como faz todo grande escritor, um estilo próprio. Dona de uma prosa árida, despojada, o avesso completo das possibilidades que se vinham sendo experimentadas nos territórios de escrita de sua época, Rachel de Queiroz está situada no início de um dos movimentos mais ricos de nossa literatura - o movimento regionalista. Além romancista, Rachel foi cronista e dramaturga, sendo desta última profissão textos como Lampião (1953) e  A beata Maria do Egito (1958). Depois de poemas esparsos publicados em li...

A pedra do reino, de Ariano Suassuna

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Por Pedro Fernandes Li este romance ainda no período de minha Graduação em Letras. Ainda não estava contaminado por essa coisa que vai infestando a quem se debanda para a vivência acadêmica. A coisa que digo é a teoria. A necessidade de apelo ao jogo teórico que corrói e adoece as mentes acadêmicas. Era o período em que o tempo ainda me sorria. Encarar um catatau de mais de 600 páginas foi proeza rara só vencida quando tive diante de mim a leitura do Dom Quixote . Por falar nesse clássico da literatura universal, enxergo, guardando, é óbvio, as devidas proporções, muito do romance-epopeia de Cervantes. Já veremos o porquê. A pedra do reino foi publicado em 1970, e é até o presente, um romance cuja completude não é firme. Isso porque, o próprio escritor, ao comentar do projeto de escrita desse romance, assinala a existência de duas outras partes, compondo, assim, uma trilogia. Entretanto, nenhuma das duas vieram a público; fato justifi...