Postagens

Colóquio internacional em homenagem ao centenário de nascimento de Jorge Amado

Imagem
A equipe de pesquisa ERIMIT (Equipe de Recherches Interlangues “Mémoires, Identités, Territoires”) da Université Rennes 2 – França, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural da Universidade Estadual de Feira de Santana-Bahia e com a Fundação Casa de Jorge Amado propõe a realização, nos dias 11, 12 e 13 de outubro de 2012, de um colóquio internacional em homenagem ao centenário de nascimento de Jorge Amado. De todos os escritores brasileiros, o baiano Jorge Amado é seguramente aquele que mais “exportou” imagens do Brasil. A proposta de explorar a dimensão internacional de sua obra e o diálogo intercultural que ela promove justifica-se plenamente. Traduzido em dezenas de línguas, Amado pode ser considerado uma espécie de “embaixador” da cultura brasileira, não somente pela circulação abrangente de sua obra, mas pelas suas múltiplas “navegações” pessoais que lhe permitiram desenvolver laços de amizades com grandes intelectuais e arti...

Miacontear - O nome gordo de Isidorangela

Imagem
Por Pedro Fernandes Não é apenas no nome “Isidorangela” que traz um transbordamento de forma. Ela é gorda, “sobrada” de si mesma. “Ela e o planeta: dois círculos concêntricos. O 'Monumento'”. Num tom do riso - aliás, este é o conto mais leve de todo O fio das missangas -,  lemos um narrador às voltas com uma ideia fixa de um pai, que enxerga em Isidorangela, uma espécie de futuro promissor para o filho e claro (!) para própria família. Tudo isso porque a menina, “um algodão-de-açúcar, com seu vasto vestido de roda, toda em pregas rosáceas”, nada mais é, do que filha do presidente da câmara, o Dr. Osório Caldas. Esse conto carrega, na verdade, antes de passarmos ao tão famigerado plano do pai desse menino, traços muito marcantes do pensamento colonizado. A ideia da troca de favores, do jeitinho social para se dá bem na vida, o sentimento de inferioridade perante aos do topo e ainda os veios de um preconceito sob todas as faces - da cor, da linguagem, do corpo...

Dois lapsos poéticos

Imagem
Katrin Coetzer. Neotropica . Peça 1 ‎E dentro de mim - entranhas estranhas - terras de sombras se formam todas as dores do mundo Peça 2 E já um dia disseram que um dia tudo seriam flores morreram os que disseram e o tempo dos espinhos ainda está no começo * Acesse  o e-book  Palavras de pedra e cal  e leia outros poemas de Pedro Fernandes.

J. M. Coetzee

Imagem
J. M. Coetzee é considerado por boa parte da crítica como um dos maiores escritores da atualidade. Mordaz crítico do mundo contemporâneo,  a obra de Coetzee é como seu autor: multifacetada. Tem produções no gênero do romance ao do ensaio, da novela às constantes colaborações com a imprensa. Coetzee também já cuidou de uma carreira acadêmica e foi tradutor de várias obras. Se tivéssemos que enumerar algumas de suas mais importantes produções, citaríamos, certamente, Desonra , traduzido no Brasil por José Rubens Siqueira. Desonra trata-se de um drama em que o escritor sul-africano reflete sobre o apartheid tomando como escopo a história de um professor de literatura que se perde entre a erudição humanista e os distúrbios que faz de seu país, a África do Sul, afundar-se junto com ele denotando aquilo que Ricardo Lísias chama de "martírio de uma sociedade que se vê oprimida por uma violência, às vezes simbólica e, outras muito concreta". Uma d...

Alejandra Pizarnik, a poesia, pelo humor e o sangue

Imagem
Por Mercedes Roffe A condessa sangrenta constitui o epíteto que Valentine Penrose acrescenta ao nome de Erzébet Báthory referente real da protagonista do poema em prosa e fonte para o texto de Alejandra Pizarnik. Igual a Valentine, a poeta argentina se concentra “na beleza convulsiva da personagem” para dar luz a este “texto marginal”. Marginal e sinistramente belo é o maldito de quatro séculos referendado por esta história e, melhor ainda que ela própria – os crimes de Erzébet – a trama de relações intertextuais que se tece através de uma luxuosa galeria de relembranças e citações que vão de Sade a Rimbaud, de Baudelaire, Artaud, Gombrowicz e, indiretamente, George Bataille. Autora das antologias A árvore de Diana , Os trabalhos e as noites , Extração da pedra da loucura e O inferno musical para nomear só os mais importantes, Alejandra Pizarnik faz de A condessa sangrenta um Aleph onde se concentram o que serão os tópicos básicos de sua obra poética. Mas se de Alep...

Zila Mamede para as telas

Imagem
Por Pedro Fernandes Em cena a atriz Rosamaria Murtinho como uma mulher tomada pela poesia de Zila Mamede.  Foto: Aurora Leão.  A novidade vem numa matéria assinada pelo repórter Yuno Silva para o caderno  Viver , do jornal  Tribuna do norte . Trata-se do curta  Pegadas de Zila , rodado entre Natal e Rio de Janeiro pelo diretor potiguar Valério Fonseca. O filme de 11min tem sua estreia nacional no Teatro José de Alencar, em Fortaleza, durante do Festival Cine Ceará. O filme tece colcha poética de retalhos tendo como protagonista a atriz Rosamaria Murtinho, na pele de uma mulher que revive e passeia pelas memórias da poeta potiguar que muito sonhava em conhecer o mar. O projeto do curta surgiu em junho de 2010, quando, segundo Valério,  voltava de um festival de cinema em Jericoacoara. Na época o diretor fora participar com o curta  Maria Ninguém  e passava por Natal para rever a cidade. Foi quando ele começo...