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A pintura de D. H. Lawrence

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D. H. Lawrence e a dedicação à pintura.  Não é fácil imaginar que D. H. Lawrence jamais voltará a ser lido com a paixão e o reconhecimento depositado pelos leitores de há 40 anos, quando sua guerra cultural contra o puritanismo britânico ainda não havia sido ganha. Guerra que era contra a Inglaterra morta do pescoço para baixo, contra uma cultura que negou insistentemente a força da vida, uma cultura que esteve sempre revoltada com a própria natureza do corpo. O legado puritano envenenou todo o século XX; instituiu o medo em torno do sexo a partir de toda forma de perversidade. Educou corpos a parecem paredes frias; higienizados ao excesso, alheio ao fluxo sujo da existência como Midlands, bairro de favelas formado por trabalhadores que vinham alimentar a fome da indústria inglesa naquela época. Foi a frigidez dos ingleses que levou, em 1960, ainda, a Penguin Books ser processada pela publicação de O amante de Lady Chatterley , o romance mais conhecido de ...

Mil rosas roubadas, de Silviano Santiago

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Por Pedro Fernandes “Será que escrevo esta biografia porque me quero perseguido e ferido por quem eu persegui e feri toda a vida? Escrevo-a para guardá-lo ainda ao lado, como se fosse criado-mudo à minha disposição? Ou a escrevo para sorver a inspiração dos pulmões que o rejuvenescia a caminhar pelas ruas de Belo Horizonte e o fortalecia no palco do Teatro Francisco Nunes? Escrevo-a para respirar o ar que ele não respira mais? ” – Silviano Santiago, Mil rosas roubadas Silviano Santiago. Foto: Louis Monier Não sei se o leitor despido do contexto a que se refere o mais recente trabalho do crítico literário e romancista Silviano Santiago poderá fazer uma leitura totalmente descompromissada de avaliar se o narrado tem referência histórica fora dele próprio. Dizemos referência histórica como quem diz uma relação com o fato acontecido, porque em se tratando de criação literária, não há obra que não se alimente daquilo que se passa fora do universo escrito. A quantidade significativa de ...

Boletim Letras 360º #83

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Escrever o nome de José Saramago no Guiness Book . Como? Veja a imagem e leia a notícia ao longo deste boletim. Esta semana realizamos dois sorteios para os amigos que acompanham o  Letras in.verso e re.verso . No Twitter, uma edição de  Amor em jogo , da Simone Elkeles. Esse foi coisa rápida e o brinde está em vias de ser encaminhado à ganhadora. Mas, no Facebook, iniciamos outra: daremos aos leitores dois exemplares do romance inacabado de José Saramago a ser publicado nesse final de mês. Quer notícia melhor que essas para iniciar o final de semana? Pois, só em contato com a 81ª edição do BO Letras 360º, a seguir: Segunda-feira,15/09 >>> Brasil: Homenagens a Rodrigo de Souza Leão O autor ganha um documentário e site especial. Tudo vai ficar da cor que você quiser  tem estreia no Festival do Rio. Com direção de Letícia Simões (autora de Bruta aventura em versos , sobre Ana Cristina Cesar), produção de Pedro Cezar (de Só dez por cento é me...

Do porquê sou feminista (ou pró-feminismo)

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Por Rafael Kafka Eu era uma criança sensível demais. Chorosa demais. E estava rodeado de homens gabando-se de sua masculinidade, dizendo que em nossa família existiam ladrões, bandidos, mas não “viados”, muito menos putas. Cresci rodeado de amigos homens falando besteiras chulas em sequência, o tempo todo procurando provar o quanto eram homens ou como eram mais homens do que os seus colegas homens. Formei-me enquanto ser humano falando muito mais com mulheres, achando muito mais divertida a sua presença cheia de uma profusão de assuntos maior e mais diversificada, do que aquelas rodas de conversas masculinas cujo único assunto eram as mulheres. Mas não mulheres de carne e osso: mulheres de carne apenas, mulheres carne, mulheres que deveriam ser comidas sem dó nem piedade. Sensível, comecei a questionar a forma estúpida com a qual aqueles garotos agiam. O modo como eles passavam o tempo todo falando besteiras e fazendo idiotices para conquistar mulheres tolas em sua forma...

Moacyr - Escritor de Porto Alegre

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Por Regina Zilberman O primeiro romance de Moacyr Scliar, A guerra no Bom Fim , foi editado em 1982. Não é seu primeiro livro, pois, antes, tinha lançado as narrativas de Carnaval dos animais , publicado contos em parceira com Carlos Stein e participado de antologias, acompanhado de outros escritores do Rio Grande do Sul. A guerra no Bom Fim , contudo, ocupa lugar especial, porque lida com Porto Alegre. Não apenas a ação se passa na cidade, falando de seus bairros, morros, parques: a vida porto-alegrense anima a ação da narrativa, motiva o comportamento das personagens, estabelece os parâmetros de comportamento e afeto. Nossa capital está ali, de corpo inteiro, seduzindo os homens que a habitam e explicando a razão de ser de suas existências. Por sua vez, A guerra no Bom Fim  não é o único texto em que Porto Alegre reside nas páginas dos livros de Scliar: O exército de um homem só , Os deuses de Raquel , O ciclo das águas , Os voluntários , O centauro no jardim ...

Sorteio de 2 exemplares do romance inacabado de José Saramago

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Depois de sortear as novas edições de Memorial do convento e Levantado do chão , o blog  Letras in.verso e re.verso  volta a obra do escritor José Saramago e sorteia entre os amigos de sua  fan page no Facebook  dois exemplares do romance inacabado  Alabardas, Alabardas (Companhia das Letras). A promoção é válida apenas para os amigos que estão em solo brasileiro e cumprirem com as etapas descritas a seguir: 1. Curtir a página do Letras no Facebook ; 2. Compartilhar o banner da promoção, localizado no topo da time line (o compartilhamento deve ser no modo "público"); 3. Marcar dois amigos nos comentários do banner; 4. Na fan page ir na aba “ Promoções ” (localizada abaixo da foto de capa da fan page) e clicar em “Quero participar” a fim de validar o processo. O sorteio será realizado via sorteie.me no dia 28 de setembro. O sorteado deverá entrar em contato por mensagem na página do Facebook para que providenciemos...