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Os escribas cresceram

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Por Pedro Fernandes Thiago de Goes, Carlos Fialho, Daniel Minchoni e Patrício Jr. retomam os trabalhos dos Jovens Escribas. Foto: Tribuna do Norte Com este título a repórter Maria Betânia Monteiro, caderno Viver , jornal Tribuna do Norte faz uma matéria acerca dos avanços da força literária independente no Rio Grande do Norte. A literatura independente no estado não está morta, está vivíssima, crescente e atuante. Fiquei muito entusiasmado com a notícia e por isso o motivo de divulgá-la aqui neste espaço. Isso porque é já a concretização de um passo para furar as paredes do castelo de louça que se tem forjado nas letras potiguares. Novos movimentos, independentes de grupinhos privilegiados, são bem-vindos para a oxigenação das atmosferas bolorentas como as que sempre andamos a respirar por aqui. Pois, "Jovens escribas" era já o nome de um selo criado pelos escritores Patrício Júnior, Daniel Minchoni, Thiago de Góes e Carlos Fialho e desse selo surge...

Rever Os sertões, de Euclides da Cunha

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Por Pedro Fernandes Os sertões , de Euclides da Cunha, obra singular na Literatura brasileira suscitou uma leva de opiniões diversas tomando como foco a linguagem e a estruturação do texto. Como se sabe a obra tem uma linguagem marcadamente "técnica", com fortes traços "cientificistas" e apresenta-se dividida em três partes: "A terra", em que são descritos o espaço físico do sertão nordestino; "O homem", em que é feita uma análise sobre a formação social do sertanejo; e, por fim, "A luta", em que se desenvolvem os acontecimentos da guerra de Canudos. Em torno desses elementos formaram-se duas fortes correntes de opinião: uma preserva o caráter eminentemente científico da obra e não a coloca com obra literária e a outra corrente se define pelo seu caráter literário já que ela na sua totalidade dá contas de uma forma de construção textual cuja estética e o trabalho com a linguagem estiveram presentes. Recentemente li um texto ...

A 18, encontro com José Saramago (VII)

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Iniciativa posta na rede desde o dia 18 julho de 2010; todo 18 de cada mês durante noves meses leitores saramaguianos do mundo inteiro reúnem-se para ler um fragmento de sua obra e brindá-lo com uma taça de vinho. Este blog segue a iniciativa. Como até fim desse mês estou com a recepção de textos para a edição especial do Caderno-revista 7faces que tratará da poesia saramaguiana, o fragmento que leio hoje é, na verdade, um poema do escritor que está em Provavelmente alegria .  E vós, Tágides minhas, pois criado /Tendes em mim um novo engenho ardente (Camões, Os lusíadas ) Imagem: Camões invocando as Tágides, 1894, Columbano Bordalo Pinheiro (pintor naturalista e realista português, 1857-1929), óleo sobre tela, Museu de Grão Vasco, Viseu, Portugal Poema para Luís de Camões Meu amigo, meu espanto, meu convívio, Quem pudera dizer-te estas grandezas, Que eu não falo do mar, e o céu é nada Se nos olhos me cabe. A terra basta onde o caminh...

Concurso Uma página para Saramago: resultado

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O Concurso Uma página para Saramago foi criado no intuito de provocar os leitores da obra do escritor português a com ela estabelecerem um diálogo através da escrita. O concurso também integra a leva de atividades postas em prática desde que foi lançada a ideia de organização de uma edição especial do Caderno-revista 7faces acerca da produção poética do escritor. Durante o mês que esteve no ar a chamada para recepção de textos, o concurso recebeu uma leva de 30 textos de leitores espalhados por todo o país. Hoje é divulgado o resultado.  O vencedor receberá a edição do livro de José Saramago especificada na sua ficha de inscrição e terá o referido texto publicado na edição especial do  Caderno-revista 7faces . Os demais participantes da ideia terão seus textos, aos poucos, por ordem de classificação, indexados no espaço Palavras dos leitores no blog-espaço Um caderno para Saramago,  aqui . Para baixar o parecer com o resultado do c...

Oswald de Andrade

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O poeta Oswald de Andrade, aos 21 anos.  As coisas são As coisas vêm As coisas vão As coisas Vão e vem Não em vão As horas Vão e vem Não em vão (Oswald de Andrade, "Relógio") Haroldo de Campos em seu ensaio Uma poética da radicalidade assim define a poesia de Oswald de Andrade: "Se quisermos caracterizar de um modo significativo a poesia de Oswlad de Andrade no panorama de nosso Modernismo, diremos que esta poesia responde a uma poética da radicalidade. É uma poesia radical." E emenda: "A radicalidade da poesia oswaldiana se afere, portanto, no campo específico da linguagem, na medida em que esta poesia afeta, na raiz aquela consciência prática, real, que é a linguagem." A radicalidade de Oswald de Andrade é a de engendrar no material poético uma fala social, externa ao puritanismo lingüístico. Além do que, é a de reinventar a própria estrutural formal do poema (quando é o caso), que agora busca um despojamento e uma síntese (comp...

Você vai conhecer o homem dos seus sonhos, de Woody Allen

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Por Pedro Fernandes Anthony Hopkins e Naomi Watts em cena de Você vai conhecer o homem dos seus sonhos Lembro-me de ter visto poucos filmes do Woody Allen, apesar de toda a crítica especializada ou não falar por uma boca só de que ele é, sem dúvidas 'o cara' do cinema. Pode ser verdade. A julgar por produções com  Vicky Cristina Barcelona e Tudo pode dar certo - dois dos filmes de Allen que vi e que me vêm à mente agora. Este Você vai conhecer o homem dos seus sonhos vim vê-lo numa sessão daquelas que pingam ao acaso no meio dos filmes comerciais de Hollywood. E retoma um estilo de Allen que é a valorização do cotidiano como matéria de composição de seus filmes, um estilo meio 'europeizado' de se fazer cinema. Tem o tom de uma crônica porque é para ser visto como se ler um texto do gênero. Gosto desse tom, por várias razões - primeiro, porque muitas das vezes enxergamo-nos no interior do filme, dada a semelhança entre o drama das personagens e nosso ...