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Cinco poemas de Robert Lowell

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Por Pedro Belo Clara   Robert Lowell. Foto: Alfred Eisenstaedt  DIAS TERMINAIS EM BEVERLY FARMS   Em Beverly Farms, um grande bloco de pedra ocupava, imponente e desconfortável, o centro do jardim — um irregular toque japonês. Depois do seu “velho” Bourbon, o Pai, bronzeado e jovial, de compleição demasiado rosada, balançava, como se estivesse de serviço no convés, sob a lanterna em forma de estrela de seis pontas — a prenda de anos no passado mês de Julho. Sorria com aquele sorriso oval dos Lowell, trazia vestido o smoking creme com a faixa índigo. Sua cabeça era eficiente e calva, sua figura, alvo de uma recente dieta, bastante elegante.   O Pai e a Mãe mudaram-se para Beverly Farms para estarem a dois minutos a pé da estação, a meia hora de comboio dos médicos em Boston. Não tinham vista para o mar, mas os carris com a cor azul do céu brilhavam qual espingarda de dois canos através do sumagre escarlate de fins de Agosto, multiplicando-se como cancro no canteiro...

Boletim Letras 360º #514

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    DO EDITOR   1. Caro leitor, o Letras está no mês de recesso. As atividades neste blog ficam à própria sorte, caindo vez ou outra uma postagem nova; as redes permanecem ativas; e estes boletins deixam de apresentar as seções extras.   2. Assim como acontecerá deste lado, é tempo oportuno para re-visitar nosso extenso arquivo, sempre aberto à leitura, à partilha e ao comentário.   3. Aproveito a ocasião para informar foi divulgado o resultado do último sorteio de 2022 entre os apoiadores do blog. Se você ainda não viu, pode saber todos os detalhes aqui . 4. Reitero o convite para continuar com a participação nesse clube. Sempre tem sorteios interessantes acontecendo. Outra forma permanente de ajudar é na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste Boletim: você garante desconto sem pagar nada mais por isso . 5. A todos, um rico final de semana e, já em tempo, boas festas! Deborah Levy. Foto: Jérôme Bonnet   LANÇAMENTOS   Editor...

The happy few: lendo Stendhal

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Por Pablo Sol Mora Stendhal. Arte: Jean-Louis Ducis.   A anedota, contada pelo próprio autor em Roma, Nápoles y Florencia , é bem conhecida: ao contemplar os afrescos da Basilica di Santa Croce, em Florença, Stendhal vê-se tomado de grande emoção; seu pulso se acelera, ele sente vertigem, tontura e está a ponto de desmaiar. Assim nasce o que a psicologia batizaria mais tarde como a Síndrome de Stendhal, ou seja, uma reação psicossomática extrema diante de uma grande obra de arte. 1 Contudo, creio que poderíamos falar de outra Síndrome de Stendhal: a causada por ele mesmo e a fascinação por sua obra. Eu a contraí quando li O vermelho e o negro pela primeira vez e espero dela jamais me curar.   Li O vermelho e o negro relativamente tarde, ou seja, não na adolescência, quando lia, em estado de febre, os romancistas russos, mas só um pouco depois, aos vinte dois ou vinte e três anos. Um belo dia, em um sebo que havia na esquina da minha casa e na qual adquiri muitos livros, La ...

Boletim Letras 360º #513

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DO EDITOR   1. Caro leitor, o Letras entrou no mês de recesso. As atividades neste blog ficam à própria sorte, caindo vez ou outra uma postagem nova; as redes permanecem ativas; e estes boletins deixam de apresentar as seções extras.   2. Assim como acontecerá deste lado, é tempo oportuno para re-visitar nosso extenso arquivo, sempre aberto à leitura, à partilha e ao comentário.   3. Aproveito a ocasião para informar que sorteio do dia 17 foi adiado para o dia 20. Se você ainda não se inscreveu para o clube de apoios ao Letras , eis a oportunidade. Quer saber como, quais os livros estão na vez e tirar outras dúvidas mais? Passa aqui .   4. Outra forma permanente de ajudar é na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste Boletim: você garante desconto sem pagar nada mais por isso .   5. A todos, nossos agradecimentos. Um rico final de semana!   LANÇAMENTOS   Reunião inédita dos poemas da grande Adalgisa Nery, escritora que retorna...