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Algumas reflexões acerca dos momentos permanentes trágicos da sociedade brasileira: a redução da maioridade penal

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Por Pedro Fernandes Lee Ufan O alarido provocado pelo sensacionalismo midiático em torno da morte do garoto João Hélio foi tamanho que, logo em seguida, a sociedade brasileira acordou com outra discussão: a redução da maioridade penal. Não sei o porquê. Não haveria nenhum momento para essa discussão pós o fato João Hélio porque ao que me consta não havia nenhum menor no volante do carro envolvido na tragédia, apenas um jovem de dezessete anos no banco traseiro. O fato é que a carência por assuntos do tipo "sensacionalista", e esse pode se tornar se não discuti-lo com cautela, fez com que a mídia focalizasse no lado mais fraco dos envolvidos no assassinato, o menor. Falar em redução da maioridade penal no Brasil é algo que foge completamente da racionalidade nossa. O sistema penal brasileiro é bom; parece-me, pelo pouco conhecimento que tenho acerca, avançado em várias questões. O foco que deveríamos estar preocupados agora em discutir abertamente não seria redu...

Pedro Bandeira, do contato que tive

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Por Pedro Fernandes 1.  No ano de 2007, paralelo a Bienal do Livro em Fortaleza, houve em Aracati - cidade do interior do Ceará conhecida pelo rico patrimônio histórico, cultural e literário e pelas belezas naturais da Praia de Canoa Quebrada - uma edição do que na época se chamou de Festa do Livro de Aracati. No ano subsequente, ao que me parece, o encontro não foi mais realizado. Uma pena. 2. Foi na ocasião de 2007 que fiz minha primeira viagem a esta cidade e também meu contato fora do Rio Grande do Norte com esse tipo de evento. Até então só participara da Feira do Livro de Mossoró. Tive ainda o privilégio de me hospedar na casa da mãe do professor e poeta Leontino Filho, onde fui muito bem recebido e tive, posso dizer, dias de excelentes. 3.  Do evento, destaco a palestra do escritor de livros juvenis Pedro Bandeira. Num país que faz tão pouco pela leitura é uma febre nacional entre os adolescentes por uma obra capaz de unir narrativas com as quais est...

O privado, o público e o trabalhador

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Por Pedro Fernandes Angeli Todos os textos ou pelo menos a maioria deles certamente têm algum motivo pelo qual são escritos. Evidente que, dificilmente, o autor apresenta tal e tal motivo ao seu leitor. Acho que isso é mais frequente nos textos acadêmicos, pelo fato de pedirem uma justificativa para a idéia apresentada. Tudo isso é para introduzir a exposição a que se presta este texto. Para tanto, começarei expondo o motivo que me leva a produzi-lo. Outro dia conversava com um amigo acerca de concurso público para prefeituras do interior do Estado, quando ele me sai com uma afirmativa de que jamais faria concurso para qualquer cidade que não pertencesse à zona metropolitana. E eu insisti que, hoje, pela estabilidade, as pessoas estão fazendo de tudo, inclusive se deslocar de seus lugares preferidos para lugares ermos. Depois disso, ele me rebate que isso era sensacionalismo. E emendou que o melhor é trabalhar no setor privado porque lá estão as melhores oportunidades de cres...

Camões, uma nova visão sobre o amor

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Marte e Vênus. Carlo Saraceni [Diotima*] Eis, com efeito, em que consiste o ceder corretamente nos caminhos do amor ou por outro se deixar conduzir: em começar o que aqui é belo e, em vista daquele belo, subir sempre, como que servindo-se de degraus, de um só para dois e de dois para todos os belos corpos, e dos belos corpos para os belos ofícios, e dos ofícios para as belas ciências até que das ciências acabe naquela ciência, que de nada mais é senão daquele próprio belo, e conheça enfim o que em si é belo. Nesse ponto da vida, meu caro, Sócrates, se é que em outro mais, poderia o homem viver, a contemplar o próprio belo. Se algum dia o vires, não é como ouro ou como roupa que ele te parecerá ser, ou como os belos jovens adolescentes, a cuja vista ficas agora aturdido e disposto, tu como outros muitos, contanto que vejam seus amados e sempre estejam com eles, a nem comer nem beber, se de algum modo fosse possível, mas a só contemplar e estar ao seu lado. Que pensamos então que ...

Auto-ajuda

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Praticar meditação; Escrever um diário; Anotar os sonhos; Anotar as alterações de humor: Relato de vida em sentenças; Ingressar em um grupo. Depois disso, procure a vida possivelmente ela não estará mais neste plano. * Acesse  o e-book  Palavras de pedra e cal  e leia outros poemas de Pedro Fernandes.

Diário pedagógico: o primeiro dia aula, constatações

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Por Pedro Fernandes Perguntei: What is your name? E o que dominou foi o silêncio. A aluna sentada no canto da sala, olhava para mim com o rosto nu de expressões. O ano letivo ficou acordado na reunião pedagógica para dar início em 02 de março de 2009. 02 de março de 2009 viajei novamente ao município. A distância de aproximadamente 45 km da capital me permite em 1h30 de viagem estar no local de trabalho. Cheguei à escola às pressas. Mochila com planos de aula, livros e anotações para o que seria meu primeiro dia de aula numa escola que, como fiquei sabendo na reunião pedagógica, os alunos em sua maioria são quase ou são analfabetos e que os índices de evasão gritam. Esqueci de dizer no texto passado, quando falei desses índices, dos números de uma turma de 6º ano, mas aproveitando que toco novamente no assunto, falo agora: nesta turma de 6º ano, disseram-me, em 2008 havia 65 alunos e o ano letivo findou na média de 8 a 10 alunos apenas. Pois bem, cheguei com esses e outros...