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Este ano também é de Nelson Rodrigues

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Nelson Rodrigues. Foto: Cedoc/Funarte Se em 2012 já colocou na lista de autores brasileiros a serem celebrados Jorge Amado e Carlos Drummond de Andrade - ambos com uma célebre programação a rodopiar por todo o país - não pode deixar de acrescentar o nome de um dos maiores dramaturgos que por aqui viveu. Ora, efeméride importantíssima! Nelson Rodrigues chega ao seu primeiro centenário. O dramaturgo nasceu no dia 23 de agosto de 1912, no Recife, em Pernambuco. A princípio, destaque para o silencioso trabalho de Renato Borghi e Élcio Nogueira Seixas que conduzem o projeto de tradução para o espanhol e para o inglês da obra teatral do escritor pernambucano.  Ainda no que diz respeito a sua obra, a editora Nova Fronteira pretende renovar o contrato para a publicação de novas edições de peças como Vestido de noiva , A mulher sem pecado , Álbum de família , Toda nudez será castigada , Senhora dos afogados , entre outras.  Uma boa seria a publicação de algumas coi...

Reminiscências de Oswald de Andrade

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Oswald de Andrade em retrato pintado por Tarsila do Amaral O título deste post poderia ser outro.  Mas, a sugestão que algumas imagens da Exposição Oswald de Andrade - O culpado de tudo , sob curadoria de José Miguel Wisnik parece denotar um Oswald ainda em total pulsação com certos rumos artístico-literários contemporâneos. Além do que a exposição é fechamento de um ciclo de homenagens a uma das peças - senão a mais a importante, uma das principais peças - do Modernismo no Brasil. A exposição está em cartaz no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, até o dia 30 de janeiro . Segundo o realise disposto na página do museu, o ponto de partida para essa exposição é a frase "Direito de ser traduzido, reproduzido e deformado em todas as línguas", escrita por Oswald em 1933 no verso da folha de rosto da edição original de Serafim ponte grande . A frase, aliás, é a que saúda os visitantes da exposição. Para Miguel Wisnik, “o projeto teve por objetivo organizar um...

A necessidade humana de expressão artística – parte II

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Nota: Em maio de 2010, publiquei no jornal Correio da tarde um texto que se intitulava "A necessidade humana de expressão artística - parte I"; meses depois voltei com o mesmo tema. Essa é uma das publicações que provavelmente pode ter saído, mas a certeza, só alguns leitores terão, porque não acompanhei se de fato o texto foi para as páginas do jornal ou não. Como aqui reúno - à medida que posso - as publicações que saem nos jornais, deixo, depois já de tanto tempo, aquilo que se constitui na segunda parte para "A necessidade humana de expressão artística". (Pedro Fernandes) A Cidade Desperta - Umberto Boccioni Ainda naquele tour de force da arte enquanto elemento instintivo, consiste voltar a ele para mais algumas considerações. Entre os instintos de conservação e de reprodução, a arte dá a ideia (pela presença constante em todos os ambientes sociais humanos) de um instinto “intermediário” entre eles dois, ou, por que não, um primo legítimo deles. E há...

Exposição Paisagem compartilhada, de Mauro Silper

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Por Pedro Fernandes  Em agosto de 2011, era publicada a edição Variações de um mesmo tom: diálogos sobre a poesia de José Saramago , número especial do caderno-revista 7faces dedicado à poesia do escritor português. Nesta edição, vários artistas plásticos apresentaram suas leituras para trechos da obra saramaguiana. Um deles era o Mauro Silper, que enviou um conjunto de 10 telas organizadas numa exposição que eu chamei de “Variações em torno da obra de José Saramago”. Pois bem, o artista plástico mineiro está em parceria com Beatriz Abi-Acl, no período de 15 de dezembro até o fim desse mês, com a exposição Paisagem compartilhada . Isso no espaço cultural Otto Cirne Sede AMMG, Av João Pinheiro, 161, Centro, Belo Horizonte, Minas Gerais. Para saber mais informações, basta ligar para (31) 32 91 21 01 ou mandar e-mail para o correio eletrônico galeriabeatrizabiacl@gmail.com. Mauro Silper reside e trabalha em Belo Horizonte. Sua trajetória artística é pautada por participaçõ...

Judith Teixeira

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Por Eduardo Pitta   Vinham longe os tempos de Trainspotting e da hipocrisia dos consensos quando Judith Teixeira (1880-1959) disse a um jornal de Lisboa que a morfina era a sua amante. Naquele tempo, aquilo era uma aberração. Marcello Caetano, então redactor da Ordem Nova , chamou-lhe, sem rodeios, desavergonhada. Quando publicou o primeiro livro, Decadência (1923), os alunos das escolas superiores, enquadrados na Liga de Acção dos Estudantes de Lisboa, não estiveram pelos ajustes: “Vamos tomar aos nossos ombros a tarefa de queimar a ferro em brasa, expondo-os à luz do sol, esses cancros nauseabundos que têm medrado à custa da fraqueza de uns e da tolerância incompreensível de outros.” Palavras de Pedro Teotónio Pereira. Os cancros eram três: a 2.ª edição (1922) de Canções de António Botto; Sodoma Divinizada (1923) de Raul Leal; e o livro de estreia de Judith Teixeira. Um módico de transgressão que a moral dominante não tolerou. No auge da traquibérnia, Pessoa saiu, no seu fa...

Cantigas de um velho tempo para um novo tempo

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Cancioneiro da Ajuda. Iluminura "Nobre, jogral com cítola, executante de pandeiro redondo com soalhas exteriores" Fonte:  Projeto Cantigas Medievais Galego-Portuguesas Nota:  Revirando algumas coisas que guardo anotadas desde meu período de Graduação em Letras, encontrei um texto que rabisquei sobre a importância de se estudar as cantigas trovadorescas. Os rabiscos foram feitos no fim do curso de Literatura Portuguesa I. A ideia é boa, mas o texto é ruim ao ponto de não merecer uma publicação. Quem sabe com a experiência (cambaleante) que tenho hoje com o verbo escrito venha a escrever esse texto, de verdade, e mandá-lo a algum jornal. Fica, entretanto, na ideia. Mas, veja bem, não introduzi esta post com essa historieta para falar dos malogros com esse texto, mas sim porque faz uns vinte dias que tenho explorado um projeto virtual inédito e digno de ser comentado e noticiado em quaisquer pedaço de pergaminho, em papel ou online (Pedro Fernandes). Trata...