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Boletim Letras 360º #514

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    DO EDITOR   1. Caro leitor, o Letras está no mês de recesso. As atividades neste blog ficam à própria sorte, caindo vez ou outra uma postagem nova; as redes permanecem ativas; e estes boletins deixam de apresentar as seções extras.   2. Assim como acontecerá deste lado, é tempo oportuno para re-visitar nosso extenso arquivo, sempre aberto à leitura, à partilha e ao comentário.   3. Aproveito a ocasião para informar foi divulgado o resultado do último sorteio de 2022 entre os apoiadores do blog. Se você ainda não viu, pode saber todos os detalhes aqui . 4. Reitero o convite para continuar com a participação nesse clube. Sempre tem sorteios interessantes acontecendo. Outra forma permanente de ajudar é na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste Boletim: você garante desconto sem pagar nada mais por isso . 5. A todos, um rico final de semana e, já em tempo, boas festas! Deborah Levy. Foto: Jérôme Bonnet   LANÇAMENTOS   Editor...

The happy few: lendo Stendhal

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Por Pablo Sol Mora Stendhal. Arte: Jean-Louis Ducis.   A anedota, contada pelo próprio autor em Roma, Nápoles y Florencia , é bem conhecida: ao contemplar os afrescos da Basilica di Santa Croce, em Florença, Stendhal vê-se tomado de grande emoção; seu pulso se acelera, ele sente vertigem, tontura e está a ponto de desmaiar. Assim nasce o que a psicologia batizaria mais tarde como a Síndrome de Stendhal, ou seja, uma reação psicossomática extrema diante de uma grande obra de arte. 1 Contudo, creio que poderíamos falar de outra Síndrome de Stendhal: a causada por ele mesmo e a fascinação por sua obra. Eu a contraí quando li O vermelho e o negro pela primeira vez e espero dela jamais me curar.   Li O vermelho e o negro relativamente tarde, ou seja, não na adolescência, quando lia, em estado de febre, os romancistas russos, mas só um pouco depois, aos vinte dois ou vinte e três anos. Um belo dia, em um sebo que havia na esquina da minha casa e na qual adquiri muitos livros, La ...

Boletim Letras 360º #513

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DO EDITOR   1. Caro leitor, o Letras entrou no mês de recesso. As atividades neste blog ficam à própria sorte, caindo vez ou outra uma postagem nova; as redes permanecem ativas; e estes boletins deixam de apresentar as seções extras.   2. Assim como acontecerá deste lado, é tempo oportuno para re-visitar nosso extenso arquivo, sempre aberto à leitura, à partilha e ao comentário.   3. Aproveito a ocasião para informar que sorteio do dia 17 foi adiado para o dia 20. Se você ainda não se inscreveu para o clube de apoios ao Letras , eis a oportunidade. Quer saber como, quais os livros estão na vez e tirar outras dúvidas mais? Passa aqui .   4. Outra forma permanente de ajudar é na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste Boletim: você garante desconto sem pagar nada mais por isso .   5. A todos, nossos agradecimentos. Um rico final de semana!   LANÇAMENTOS   Reunião inédita dos poemas da grande Adalgisa Nery, escritora que retorna...

Poesia completa, de Samuel Beckett

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Por Eduardo Galeno* Samuel Beckett, Paris, 1963. Foto: Lütfi Özkök Poesia completa , de Samuel Beckett (1906-1989), lançado pela editora mineira Relicário, talvez seja a publicação mais necessária para ser vista e debatida, em termos de estudos das poéticas moderna e contemporânea, neste ano no Brasil. Na dianteira da poesia beckettiana em território brasileiro, com traduções do poeta Marcos Siscar e da pesquisadora Gabriela Vescovi, o livro se concentra na dispersão dos elementos poéticos contidos em referência às experiências de Beckett, dramaturgo e escritor irlandês, autor de alguns titãs da literatura e teatro ocidentais como Esperando Godot , Fim de partida , O inominável . A finalidade que o livro engendra é reverberar, além do limite dos escritos ficcionais, o poeta Beckett. Demonstração da máquina literária que ainda não tinha lugar completo entre os leitores brasileiros, cuja intenção dos tradutores, ao fim, se verificou perto do totalizante, agarrando para si as passagens, ...

Edward Hopper, visionário da solidão

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Por Naief Yehya Edward Hopper. Automat (1927).   Edward Hopper nasceu em Nyack, Nova York, em 22 de julho de 1882, e morreu em Manhattan em 1967, depois de viver por quase sessenta anos (desde 1913) em um apartamento no número 3 da Washington Square North, em Greenwich Village, ao lado de sua esposa Josephine Jo Nivinson, que ele conheceu quando ambos eram estudantes de arte em 1905. Edward e Jo trabalharam até a morte em estúdios vizinhos no mesmo prédio; eles tiveram um relacionamento tão longo como tenso e tempestuoso.   Ela se encarregava de documentar o trabalho do marido, arquivar a obra, fazer diários, propor ideias para desenvolver e, por ser muito ciumenta, exigia ser sua única modelo. Brigaram violentamente e passaram períodos se ignorando em silêncio. Eduardo, como um bom vitoriano de seu tempo, era lacônico, inflexível, desprezava o trabalho da esposa e era incapaz de demonstrar a menor gratidão.   Ele era um leitor voraz de literatura, filosofia e poesia em f...