A eterna juventude de Peter Pan

Por Pedro Fernandes

J M Barrie, o autor de Peter Pan


“A história do menino que não queria crescer faz parte do imaginário de diferentes gerações de leitores” – assim anuncia a Cosac Naify na resenha de lançamento de mais uma obra (de arte) para seu catálogo. A obra em questão trata-se da versão original do romance do escritor escocês J. M. Barrie, Peter e Wendy, traduzido integralmente por Sergio Flaksman e acompanhado da inovadora arte que Guto Lacaz que compôs as ilustrações para o livro.

O anúncio posto entre aspas no início desta postagem tem sua verdade: é a história do menino Peter Pan, nome que seria inspirado em Pan, o mítico deus grego conhecido por suas farras, que se recusa a crescer e suas aventuras com os irmãos Darling pelo imaginário lugar da Terra do Nunca.

J. M. Barrie nasceu em 1860 na Escócia e foi penúltimo entre um grupo de dez irmãos; com sete anos perdeu o seu irmão David, favorito de sua mãe, que morreu em decorrência de um acidente de patinação. A morte prematura de David terá sido uma das causas dos muitos traumas enfrentados por James e que foram posteriormente explorados em seus livros.

Peter Pan foi inventado numa situação corriqueira do seu tempo: enquanto contava histórias aos filhos da sua amiga Sylvia Llewelyn Davies, com quem manteve uma longa relação de amizade. O nome da personagem com ar mítico foi dado a partir de duas fontes: Peter Llewelyn Davies, o mais novo dos filhos de Sylvia; e Pan, como já dissemos, o deus grego das florestas. A morte da amiga fez de Barrie o cotutor dos garotos.

Mas, essa será apenas uma versão. O traçado da história de Peter Pan e o trauma com a perda de seu irmão David impresso noutras situações sugestivas de sua obra permite também sugerir que sugerir que base para o nome tenha sido mesmo a do irmão.

Fato é que a personagem apareceu pela primeira vez em 1902, num livro intitulado The little white bird, que foi adaptado para o teatro como Peter Pan, or the boy who wouldn’t grow, com estreia em Londres, dois anos depois. Em 1906, a parte do livro de 1902 foi publicada novamente com o título Peter Pan in Kensington Gardens, ilustrado por Arthur Rackham. A versão Peter and Wendy, que chegou até nós, só seria feita em 1911.



ilustrações de Guto Lacaz para edição de Peter e Wendy (Cosac Naify, 2012).
As imagens são do blog da editora. Clique sobre para ampliar.

O trabalho agora publicado no Brasil coloca o público do país em contato com a fonte original e as ilustrações de Guto Lacaz feitas a partir de recortes de papéis coloridos e vegetal e fotografadas em estúdio, conseguem capturar bem a atmosfera da narrativa.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Boletim Letras 360º #576

O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk

Boletim Letras 360º #575

Boletim Letras 360º #570

Dalton por Dalton

Boletim Letras 360º #574