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Mostrando postagens de setembro 30, 2025

Planvs ad coeli lilia

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Por Eduardo Galeno  A segunda freira. Chaucer. MeisterDrucke. A hagiografia nem seria um gênero. (Às vezes, pensando no nome pelo qual ela insere sua estrutura, seu discurso e sua prática, sinto que seja.) O que me dá, certamente, uma conclusão, e prefiro começar o texto assim, é que a forma hagiográfica não pode ser exposta à penúria da biografia (ver o ensaio de Flora Süssekind que exagera a proposição referida). O viés do elogio, isto é, da sutileza em resguardar a autoridade, mas ao mesmo tempo a humildade, é o que reparte. Ao contar a história dos santos, não se conta nada além da ascensão (mesmo, por exemplo, que eles tenham vivido uma vida de pecado anteriormente). Tudo é sobre o Amor, a clausura da revelação e do domínio sagrado, tudo é sobre como um santo pode salvar os outros fiéis (e, quem sabe, os gentios). Hegel cita que o saber não subtrai a substância divina, já que ela própria se designa a se mostrar conhecimento. Essa é a tese que a dialética hegeliana interpõe. O...