O mau selvagem de Lira Neto — que Oswald é esse?
Por Lucas Paolillo “É inevitável que o biógrafo se pergunte, em alguns —ou em vários — momentos do trabalho: até que ponto ele tem o direito de se esgueirar, sem maiores restrições, pelos desvãos da privacidade alheia? Quando a pesquisa passa a se confundir com o mexerico, a investigação com a fofoca, o estudo com a bisbilhotice? Aprendi não haver balizas definidas entre um território e outro. Tomo como regra ponderar sobre o quanto determinada informação – por mais indiscreta e inconveniente que seja – será relevante para a compreensão do biografado” – Lira Neto, em “Breve ‘biografia’ da biografia” , 2022. “Era uma vez O mundo” – Oswald de Andrade, em “Crônica”, 1927. Oswald de Andrade em retrato como candidato a deputado federal, 1950. Coleção Marilia de Andrade. Acervo CEDAE/Unicamp. Foto: autoria desconhecida Ao se manifestar sobre a atividade dos biógrafos, o experiente jornalista João de Lira Cavalcante Neto, o nosso Lira Neto, costuma mencionar a ausência de produções defin...