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Mostrando postagens de novembro 11, 2025

Michel Houellebecq e a felicidade

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Por Marcos Abal  Michel Houellebecq. Foto: Renaud Monfourny Se Honoré de Balzac queria competir com o cartório em sua Comédia humana , uma obra que se destaca no século XIX pelo brilhantismo da mais variegada quantidade de personagens, Michel Houellebecq, em seu romance O mapa e o território , parece querer competir com um catálogo de loja de departamentos, visto que é uma obra de destacado brilhantismo no campo da literatura pós-moderna. Ficava bem a Don DeLillo, que se move como um verdadeiro poeta entre o lixo — exemplo disso é o magnífico Ruído branco . Há um afiado — e afinado — jogo com o DeLillo, além de todo aquele sopro de geleiras que nos é apresentado como uma metáfora para o medo da morte. É o ruído elétrico que não conseguimos parar de ouvir, assim como não conseguimos parar de ouvir o murmúrio da morte, como uma abstração que um dia se tornará carne dentro de nós. A morte também está muito presente no romance de Houellebecq. Aliás, tudo está presente; é impossível pen...