Um jardim fiel de materialidades em fé
Por Tiago D. Oliveira Adélia Prado. Foto: Nana Moraes Respondendo a um de seus seguidores nas redes sociais, Adélia Prado — que aos 89 anos se reinventa lendo poemas, lançando perguntas e dialogando com leitores a partir de sua obra — diz que um de seus salmos favoritos é “Pequei, Senhor, misericórdia”. Em seguida, cita: “livrai-me da memória do pecado em meu espírito”, reafirmando a voz inigualável dessa poética que constrói destinos. “Eu queria ter escrito isso, porque a memória do crime praticado é pior do que o crime. O perdão pleno é esse que nos livra da memória do crime.” A poesia, para Adélia, seria talvez um campo de reações e experimentos onde a fé se ancora diretamente nas diversas fases da vida. Vencedora dos prêmios Camões e Machado de Assis, a autora reúne reconhecimentos que contemplam “o conjunto da obra”, que se tratando de Adélia, nunca deixa de surpreender. A “paciência das tardes” pode sugerir uma boa metáfora para o percurso de leitura do novo livro da poeta m...