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Mostrando postagens de setembro 1, 2016

Como se estivéssemos em palimpsesto de putas, de Elvira Vigna

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Por Pedro Fernandes O termo que salta aos olhos do leitor nesse título de Elvira Vigna é, não o que parece ao olhar comum, o que encerra a expressão, e sim palimpsesto . Isso porque é essa a maneira como a narradora compõe a narrativa: uma variação sobre um mesmo tom, ora derivado de um acontecimento, ora uma repetição, ora ainda um acontecimento sobre outro, como se num processo de contínua recriação. Essa maneira que é, por fim, a composição da própria estrutura desse romance se não é um todo inédita no tratamento do fato ficcional é uma maneira muito original no âmbito da literatura brasileira contemporânea. Vejam: não se trata de uma narrativa estratificada pela diversidade de pontos de vista ou pela exploração de uma mesma situação por ângulos diferentes – para citar duas possibilidades estruturais há muito repetidas por escritores; trata-se de um conjunto de situações marcadas pelo mesmo tema que tanto se repetem, quanto se sobrepõem uma a outra; um texto construindo-se