Então eu li J. D. Salinger
Por Guilherme França J. D. Salinger. Foto Antony Di Gesu/San Diego Historical Society Fazia uma releitura de Dom Quixote quando me deparei com um filme biográfico sobre J. D. Salinger, O rebelde no campo de centeio (2018), do diretor Danny Strong. Embora o filme não se configure exatamente como uma obra-prima cinematográfica, ele despertou em mim um profundo interesse pela leitura da obra mais célebre de Salinger, The Catcher in the Rye , publicada como romance em 1951. A partir desse contato com a vida do autor, marcada por seu notório isolamento e pelas sucessivas tentativas de consolidar um texto literário de valor, fiquei curioso para conhecer a razão do sucesso estrondoso e duradouro daquela obra. Mesmo com certa desconfiança e o peso de ter momentaneamente preterido Cervantes, mergulhei por três dias seguidos na narrativa de Salinger para tirar minhas próprias conclusões. O uso da figura de linguagem ao me referir a “ler o autor” justifica-se pelo fato de o contexto bi...