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Mostrando postagens de abril 8, 2019

Breve (e solto) devaneio sobre "Outono azul a sul", de Calí Boreaz

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Por Pedro Belo Clara Prepare-se o leitor para escutar, na desfolha de cada poema, o ritmado pulsar dum coração de dupla raiz. Será, como a autora afirma, prova do seu firmado atlanticismo, que quando posto em conversa se assume numa atlanticofonia redonda, assim inteira e sem asperezas. Nesse eco quase em surdina reverberando pelos versos que se vão sucedendo, oferecem-se as linhas daqueles vastos horizontes onde um olhar de poeta de bom grado morre num sorriso de flores. (E também o dum bom leitor, acrescente-se.) Dir-se-á que em contemplações se plantou este livro de clandestinidades, de exílios e de amor ausente – ambos perfumados pela mais inebriante maresia, dando ênfase ora à vida que esbraceja ora à melancolia que lentamente se insinua. Mas o poema entre dá aos mais incautos um justo aviso: entre observar o mundo e viver no mundo há um frágil quase etéreo espaço De nada serve a testemunha passiva. Como conhecer o sabor vivo da amora sem ferir a mão no