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Mostrando postagens de julho 16, 2020

De fotobiografias. A formação de Antonio Candido

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Por Pedro Fernandes Uma fotobiografia é um arquivo pessoal aberto para o mundo. Quando o registro fotográfico abandona o espaço íntimo todo um sentido é ampliado ou tornado outro. E na era da reprodutibilidade, toda fotografia encontra-se suscetível à manipulação e revisão de seu estatuto. O que dizer das centenas de milhares de partilha de não fotografias de Clarice Lispector, ou do retrato manipulado de Frida Kahlo como a adolescente sensual de arma na mão, ou da montagem dos encontros de Rimbaud e Verlaine sobre os quais não sobram o registro por foto, ou a falsa imagem de um George Orwell no front depois de adotar um cão abandonado? Tudo isso significa que a ideia original segundo a qual uma fotografia é a transformação de um instante em força perene não é mais, sozinha, um conceito sobre o seu papel. É óbvio que a lógica do mais puro realismo a ela atribuída começou por se modificar desde o aparecimento do cinema e das diversas técnicas de manipulação da imagem, nascid