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Mostrando postagens de outubro 5, 2011

Miacontear - Peixe para Eulália

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Por Pedro Fernandes Reiterando o tom do fantástico, do maravilhoso, Mia Couto engendra uma narrativa cujo foco está em Sinhorito - um doido de um vilarejo dado a formulações sobre o futuro e logo matéria de galhofa para os habitantes do lugar. A única pessoa que por sentir-se tão solitária e à margem social quanto Sinhorito é Eulália, funcionária dos correios. É numa grande seca que os do vilarejo inventam de se 'aconselhar' com Sinhorito. Levado na troça por suas formulações, a única que parece entender ou compartilhar delas é Eulália. Mais tarde o aparecimento de uma doença em Eulália pela escassez do tempo leva Sinhorito a inventariar não mais uma formulação, mas uma atitude: iria de barco ter no céu para mandar chuva à terra em favor de Eulália. Este gesto é de uma sensibilidade tão aguçada que não perde para outros momentos desses ao longo de O fio das missangas . O fato é que pela força da imaginação, capaz esta de fundar a própria realidade, eleva Sinhorito