Escrever para...



Situações opostas no universo da escrita: Mario Lago e Vera Fischer: um, conseguiu ir bem e produziu trabalhos medianos  na literatura;  já a atriz, tem sido um fiasco.

Recentemente no Brasil tivemos algumas experiências de atores que foram do dia para outro (modo de dizer) aparecendo como autores. Não é fato novo, é verdade, cá já tivemos casos à parte, como Mario Lago. Mas quando digo dos recentes estou é pensando em fiascos como o da Vera Fischer romancista; depois dela veio (pelo que acompanhamos de maior badalação na imprensa) os versos de Juliano Cazarré, versos 'bem ditos', por sinal. Tivemos acesso à caprichada edição de Pelas janelas, editado pela Dublinense e tem muita coisa ali que vale uma leitura.

Agora, outros versos vêm a lume: os do hollywoodiano James Franco. De lá saiu coisas recentes da Marilyn Monroe, coletânea que só tem destaque para o bom acabamento editorial; pode se salvar o símbolo sexual leitor como dizem por aí que era (quem não terá visto já variadas vezes a pose da atriz lendo James Joyce ou com outro livro qualquer em mãos? Talvez se tivesse viva, lendo Joyce, não tivesse cérebro para ler Paulo Coelho, o queridinho dos astros na biblioteca de muitos astros de Hollywood). Mas, o caso aqui é James Franco. E como ele poderá ser diferente. Poderá. O ator já tem publicado trabalhos do gênero prosa e também poesia: Palo Alto, coletânea de contos publicada em 2011 e o opúsculo de poesia Strongest of the litter, neste 2012. Sabe-se que, além de mestre em Belas Artes, Franco tem uma especialização em poesia. Pela vivência, pode ser uma promessa, não?

James Franco. Depois de publicar uma coletânea de contos e um opúsculo de poemas, o ator reaparece autor em 2014 com uma coletânea de poemas intitulada Directing Herbert White.

O que está por vir é uma coletânea de poesia já batizada por Directing Herbert White e será publicada por uma pequena editora estadunidense em abril de 2014. O título é uma referência ao poema "Herbert White", de Frank Bidart; a personagem é um assassino de crianças e a obra de White um “retrato” perturbador sobre a psicopatia. O poema já foi encenado por Franco num curta-metragem.

Frank Bidart é um poeta e acadêmico estadunidense; suas primeiras obras foram publicadas ainda na década de 1970 e têm foco no temário da culpa. O autor ficou conhecido a partir de The Sacrifice, publicado em 1983. Directing Herbert White inclui não só trabalhos sobre a relação do autor com poema de Bidart, mas poemas que misturaram cinema e poesia, performance e persona.

Antes que venha 2014, o ano vindoura principia cheio de novidades envolvendo o nome de Franco. Em janeiro estreia no Festival Sundance que se realiza em Salt Lake City o filme que dirigiu, Interior. Leather Bar. O enredo dessa produção se guia a partir de material que William Friedkin teve de retirar da versão final de Cruising, filme polêmico da década de 1980, que faz uma visita à cena underground gay de Nova Iorque.

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