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Uma distopia e uma vida nua para chamarmos de nossa

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Por Rafael Kafka Stuart Pearson Wright  Há dois livros que vejo sendo citados com relativa frequência para falar da atual conjuntura da pandemia de Covid-19. A peste , de Albert Camus, talvez seja a rememoração mais realista por abordar um clima existencial de confinamento o qual lembra demais o que atualmente vivemos. Ensaio sobre a cegueira , de José Saramago, já cria uma antítese interessante sobre como a perda da visão permite uma noção mais precisa do que é o ser humano, do quanto de barbárie há na leve superfície de civilização que temos a nosso dispor. O primeiro me faz pensar mais na questão de algo que comecei a ver descrito no conceito de vida nua, de Giorgio Agamben. Longe de comparar o que nós, seres privilegiados que discutimos sobre a felicidade nos tempos pós-pandemia em nossas lives diárias, com o que foi vivido em campos de concentração como os nazistas, penso que de certa forma há uma analogia com essa vida crua que se mostra diariamente a nós e da qua