Red: aposentados e perigosos, de Robert Schwentke

Por Pedro Fernandes

Bruce Willis e Morgan Freeman - elenco de peso, o que não é o suficiente para fazer de Red - aposentados e perigosos um filme que se diga: 'Oh!'

Eis a piada de mal gosto de 2010. Vi o filme assim que cheguei ao cinema quando encontro com uma leva de filmes que pelo título e pela sinopse, ridículo ainda era um apelido de bom grado. Deparo-me com Red: aposentados e perigosos; é claro que também tinha a ideia, desde que assisti ao trailer, de que este também entrava no rol daquela leva. Mas resolvi dá uma chance ao meu gosto para o esdrúxulo e fui vê-lo. Não deu noutra. Minhas piores expectativas se consolidaram.

O que narra este filme se pode dizer em duas palavras. Um grupo de matadores de aluguel se veem, já aposentados, e alguns deles com a morte natural à bater na porta, infiltrados numa daquelas tramas cujo fim está em acelerar os passos da morte 'matada'. Elenco de peso, no bom sentido do termo - Bruce Willis, John Malkovich,  Morgan Freeman e Helen Mirren - não é, entretanto, o suficiente para fazer de Red: aposentados e perigosos um filme que se diga: 'Oh!' O fato talvez esteja no processo de adaptação, já que Red figurou inicialmente como uma história dos quadrinhos. Há determinados meios que parecem nunca deviam sair do formato de como foram produzidos.

Ao meu ver o filme quer, por fina força tirar o riso do telespectador puxando por uma coisa que acho o fim de toda comédia - o exagero. Mesmo não sendo, claro está, o filme, somente comédia. Se formos nos ater às classificações, acho que nem seu diretor sabe ao certo que tipo de filme produziu - se mesmo uma comédia, se ação, ou se os dois juntos. Poderá ter construído mais uma peça para o extenso rol de coisas perdidas. Deixando isso de lado, Red talvez, se você tiver muito nervo, como conforto a uma tarde daquelas de domingo em que o tédio lhe ameaça por todos os quatro cantos das paredes. E só. E por isso vai este para a categoria daqueles filmes não-brilhantes, mas que carecem de um comentário.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Boletim Letras 360º #579

Boletim Letras 360º #573

A bíblia, Péter Nádas

Seis poemas-canções de Zeca Afonso

Boletim Letras 360º #576

Confissões de uma máscara, de Yukio Mishima