Goethe e a psicologia das cores

prisma de cores desenhado por Goethe.


“Colour itself is a degree of darkness”, setença de Goethe, que traduzida diz mais ou menos “A cor em si é um grau de escuridão”

Todos talvez não tenham reparado, mas a cor é uma parte essencial de como sentimos o mundo tanto biologicamente quanto culturalmente. Já imaginaram ver o mundo totalmente sem ela?

Um dos primeiros pesquisadores que levaram adiante a ideia de formular uma teoria da cor vem, e isso quase ninguém sabe, pela cabeça de um poeta alemão, que chegou ainda a figurar no espaço da política, Johann Wolfgang Von Goethe. Isso mesmo. 

O autor do Fausto, em 1810 publicou um tratado sobre a natureza, função e psicologia das cores. Sob o título de A teoria das cores, o trabalho foi rejeitado por grande parte da comunidade científica; não para outra parte de filósofos e físicos, como Schopenhauer, Gödel e Wittgenstein.

O tratado, que terá levado, trinta anos para ser elaborado tinha por ponto central a refutação das ideias de Isaac Newton sobre o espectro das cores, sugerindo que o escuro é na verdade um ingrediente ativo ao invés de ser mera ausência de luz. Além de que, faz importantes descobertas que foram ignoradas pelo físico inglês, ao explorar o impacto psicológico das cores sobre o humor e a emoção, ideias construídas certamente pela intuição de poeta. Para Goethe o olho humano tem tendência em ver nas bordas dos objetos uma cor complementar e objetos brancos sempre parecem maiores do que os negros.

Embora o tratado tenha caído em descrédito é ele uma prova documental importante no histórico do desenvolvimento da teoria das cores que tiveram como participes não apenas o trabalho de Isaac Newton, mas algo que remonta desde Aristóteles, quando este concluiu que as cores eram uma propriedade dos objetos, passando pelas conclusões do poeta Plínio, dos italianos Leon Alberti e Leonardo da Vinci...

Além de que as observações de Goethe no início do século XX foram de grande contribuição a elaboração cromática de artistas da modernidade como Paul Klee e Kandinsky.

Ligações a esta post:

* Texto escrito a partir de informações do Brain Pickins.

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