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Primeiras estórias: o alvorecer do estilo tardio

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Por Guilherme Mazzafera A publicação de Primeiras estórias em 1962, em parte prenunciada pela disseminação de alguns dos textos n’ O Globo a partir de 1961, impinge um ponto de virada na obra de Guimarães Rosa que talvez possa ser pensado como a passagem da diástole à sístole. Uma possível interpretação teleológica da obra rosiana como um todo poderia se ancorar no pressuposto estruturante das formas literárias (e seu esgotamento) enquanto uma espécie de odisseia da linguagem em busca de sua essencialidade, tendo como meta final o silêncio comunicante. A concisão progressiva da escrita após um período inicial de grande diástole (os contos longos de Sagarana , o ciclo de novelas de Corpo de baile e um romance de fôlego e fluxo como Grande sertão: veredas ), culminando nos contos breves de Primeiras estórias e nos “romances em potencial comprimidos ao máximo” (RÓNAI, 2009, p. 21), que são os quarenta microcontos de Tutameia , parece evidenciar uma forte necessidade su