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Adam Zagajewski. Poesia e solidariedade

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Por Rafael Narbona Adam Zagajewski. Foto: Dino Ignani.   Adam Zagajewski argumenta que um escritor não pode viver de costas para a história. Manter-se longe dos fatos não o permitirá que escreva uma obra atemporal. A busca por uma “inocência absoluta” está fadada ao fracasso e pode se transformar em estupidez. É preciso dialogar com o tempo e aceitar o risco. Manifestar-se sempre implica a possibilidade de se equivocar. Opinar sobre o que aconteceu há séculos carece de mérito, pois a tradição já estabeleceu o crivo que nos permite distinguir entre o sólido e o inconsistente, o duradouro e o trivial. Acredito que Zagajewski será um dos clássicos de amanhã. Não só porque em 2017 foi galardoado com o Prêmio Princesa de Astúrias, mas porque a sua literatura não tem medo de grandes palavras. Sem incorrer em dogmatismos, fala sobre Deus, o Bem e a Beleza. Sua voz não cede ao ceticismo e não aceita o relativismo de uns tempos líquidos que rebaixaram a verdade à mera convenção.   A timidez e a