Boletim Letras 360º #561

DO EDITOR
 
Olá, leitores! O Letras se organiza para a sua costumeira pausa de descanso no fim de ano. A semana seguinte é a última com entradas diárias e depois disso, as edições deste boletim sairão reduzidas, sem as seções suplementares. A nossa presença nas redes continua e vez ou outra também por aqui. Tudo regressa ao normal em meados do mês de janeiro de 2024. Quer receber o conteúdo do blog em primeira mão, entre para o nosso grupo no Telegram. Agradeço a companhia até aqui, tenham um excelente passagem de ano e, continuem conosco!

Moacyr Scliar. Foto: Arquivo Folhapress


 
LANÇAMENTOS
 
O ano de 2023 finaliza com três novos títulos da obra de Marguerite Duras inéditos ou em nova tradução no Brasil.
 
1. Em Savannah Bay se tece na relação amorosa entre as duas únicas personagens que aparecem no palco — Madalena, uma mulher que já atingiu “o esplendor da idade”, e uma Jovem, não nomeada; talvez sua neta. Como através de um espelho, essa relação se desdobra em uma outra trama amorosa, constituída a partir da já esparsa memória de Madalena, que se confunde com a imaginação. O elo entre as duas, que constantemente se apresenta como um reflexo no espelho, desencadeia outra história de amor, formada a partir das memórias fragmentadas de Madalena. Nesse jogo de espelhos, no qual pouco ou nada se revela com nitidez, Madalena também evoca, ou talvez até imagine, um passado quando atuava como atriz de teatro, repetidamente interpretando essa mesma história que agora ela e a Jovem tentam recriar no presente. Tanto na relação entre essas duas mulheres quanto nas outras conexões que se desdobram a partir desse núcleo, o amor está sob os holofotes. A peça foi inicialmente escrita em 1982 e reescrita no ano seguinte, durante o processo de ensaios para a montagem no Théâtre du Rond-Point. Sua estreia ocorreu em 27 de setembro de 1983, sob direção da própria autora, com Bulle Ogier e Madeleine Renaud no elenco — a obra é uma homenagem a esta última. A trajetória desse texto teatral assemelha-se, assim, à de La Musica, que também foi reescrita pela autora durante a montagem, no mesmo Rond-Point e igualmente sob sua direção, dando origem a La Musica segunda. Com desfecho diferente da primeira, a segunda versão de Savannah Bay é mais condensada e indica uma divisão em três cenas, elemento antes ausente. Além disso, as linhas narrativas do texto de 1983 apresentam menos lacunas, o que, contudo, apenas atenua ligeiramente a natureza incompleta e aberta do enredo. Com tradução de Angela Leite Lopes, a peça de Marguerite Duras é publicada pela editora Temporal.
 
2. O arrebatamento de Lol V. Stein é o novo da Coleção Marguerite Duras publicada pela Relicário Edições. Este é um dos romances mais célebres de Marguerite Duras. Tão enigmático quanto terreno fértil de interpretações, este livro motivou Jacques Lacan a escrever, em 1965, um texto em sua homenagem, que publicamos como posfácio em nossa edição. Lacan afirma que “arrebatadora é Marguerite Duras, e nós, os arrebatados”. Na obra, Duras emprega seu reconhecido talento para descrições poéticas e insólitas a partir da protagonista Lola Valérie Stein, cuja vida psíquica é irrevogavelmente transformada durante um baile, no qual ela presencia seu noivo dançar com uma mulher de corpo longilíneo para, em seguida, abandoná-la aos olhos de todos. Dez anos depois, um homem assumirá a narração de sua história traumática, trazendo à linguagem a fragilidade entre as fronteiras de luz e sombra, passado e presente, delírio e lucidez.  O livro tem tradução de Adriana Lisboa e inclui textos de Johan Faerber (prefácio) e Jacques Lacan (posfácio). Você pode comprar o livro aqui
 
3. “E depois teve o fechamento da porta sobre você e sobre mim. Sobre o corpo novo, alto e magro. E depois teve a voz. A voz incrível de doçura. Distante. Real. Era a voz de sua carta, a da minha vida.” Essa é Marguerite Duras escrevendo sobre a sua relação afetiva com o “muito jovem” Yann Andréa Steiner. No verão de 1980, Marguerite Duras recebe em sua casa, na Normandia, Yann Lemmé, ávido leitor de suas obras que a enviava cartas regularmente. A partir daquele encontro, os dois permaneceriam juntos e inseparáveis durante os últimos dezesseis anos de vida da autora. Em Yann Andréa Steiner, Duras nos faz acompanhar o início da história Steiner e “esta mulher que fazia livros e que estava velha e sozinha”. Terna e visceral, ela escreve sobre a sua história de amor, o nascer de Andréa Steiner, sobrenome com o qual batiza Yann — Andréa, nome de sua mãe, e Steiner, nome de sua personagem Aurélia Steiner; e sobre seus personagens histórico-ficcionais, Théodora Kats, Jeanne e Samuel, ambientados na violência do trauma do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial. Mais uma vez, vida e ficção se misturam na literatura contundente de Marguerite Duras. Publicação da Bazar do Tempo com tradução de Karina Ceribelli Roy e posfácio de Lucia Castello Branco. Você pode comprar o livro aqui.

O novo livro de poesia de Leonardo Antunes.
 
“Alguma coisa/ apodrece/ no meu coração”. A vida cotidiana do século XXI nos mostra a massada da exploração do ser humano e do seu entorno, e a massada da consciência dessa exploração — e suas emoções, encabeçadas por algo que se possa chamar de memória das coisas. O volume 29 da Coleção Cabeça de poeta, Série contemporânea (que traz um pouco da melhor poesia brasileira em curso), apresenta o novo livro de Leonardo Antunes, Regressos, com ilustrações de Paloma Portela, textos de orelha escritos por Regina Zilberman, prefácio de Manoel Herzog e posfácio de Matheus Guménin Barreto. Apesar de o autor já dispensar apresentações, o time que compõe os paratextos deste livro endossa o caminho peculiar traçado por Leonardo Antunes, que aqui reúne uma produção lírica composta entre 2010 e 2020, dividida em seis partes (“Poética”, “Amor”, “Saudade”, “Noturno”, “Tempo” e “Família”). O livro sai pela Martelo Casa Editorial.
 
Um dos grandes temas da literatura, o adultério, recebe em livro de Madeleine Bourdouxhe até agora inédito no Brasil um tratamento delicado e pungente, com ponto de vista marcadamente feminino.
 
A autora belga Madeleine Bourdouxhe também é inédita entre nós; foi uma militante pelos direitos da mulher e citada por Simone de Beauvoir em sua obra mais célebre, O segundo sexo. Entre as peculiaridades de A mulher de Gilles, lançamento da Carambaia, estão sua ambientação no enfumaçado meio operário de Liège, às vésperas da Segunda Guerra, e a atitude de aceitação — quase cumplicidade — de Élisa, a protagonista, frente à natureza rude de seu marido. A edição tem tradução da premiada Monica Stahel e posfácio de Michel Thorgal, pseudônimo de Raoul Vaneigen, um dos ideólogos dos protestos de maio de 1968 na França. No simples mas surpreendente enredo, Gilles se aproxima de Victorine, irmã de sua esposa Élisa, enquanto o tempo de Élisa é consumido pelos cuidados com as filhas gêmeas e por uma gravidez adiantada. Movida pela desconfiança, Élisa tem suas suspeitas confirmadas, mas assume uma posição inesperada. Conforme a trama avança, a complexidade das ações e sentimentos dos personagens caracteriza o romance como uma verdadeira obra-prima no tratamento do ciúme, da paixão, do desejo. O que os três personagens têm em comum são os impulsos gerados pelo desejo, que “nasce assim, de um nada” e insiste em durar, mesmo que, no caso de Élisa, implique solidão. “A alegria de amar está condenada à angústia de se extinguir”, escreve Thorgal no posfácio. Quanto a isso, a história da protagonista toma contornos sociais. “Tudo é disposto pela sociedade para que a parte essencial da vida tenha cor de doença e de morte.” Você pode comprar o livro aqui.
 
Coletânea de histórias de fantasmas do Japão antigo, um marco na literatura de horror no século XX, ganha tradução inédita no Brasil.
 
Irlandês de ascendência grega, imigrante nos Estados Unidos, repórter policial, amigo de assassinos e tradutor de Flaubert: eis Lafcadio Hearn, que teve sua vida temperada com doses iguais de errância e excentricidade, e passou seus últimos anos no Japão dos anos 1890, experiência que lhe rendeu a antologia Kwaidan: Histórias de fantasmas e outros contos estranhos do Japão antigo com textos recriados a partir das histórias contadas por Setsuko, sua companheira. Resultado do encanto do autor pelo desconhecido, Kwaidan fez de Hearn um dos maiores divulgadores da cultura japonesa no Ocidente. Entre seus admiradores figuram nomes canônicos da literatura fantástica como Jorge Luis Borges, e, ainda hoje, Kwaidan é leitura recomendada em diversas escolas do Japão, além de ter sido adaptado para o cinema. Com um título estranho ao nosso idioma ― junção de dois kanjis em japonês que significam narrativa misteriosa ou fantasmagórica ―, o livro põe em cena criaturas sem rosto que assombram um viajante desavisado, o espírito do inverno corporificado numa linda assassina de inocentes, fantasmas sem cabeça e demônios de toda espécie, alguns ilustrados no pôster que acompanha a edição. Ao absorver tais contos orais do período imperial japonês, Hearn não deixa de imiscuir a própria cultura às histórias, incluindo goblins comedores de gente e intromissões espirituosas na forma de comentários entre parênteses ou notas. Os elementos fantásticos e assombrosos se desdobram ainda na segunda parte do livro, dedicada exclusivamente ao mundo dos insetos. São relatos não ficcionais da presença de borboletas, formigas e mosquitos na cultura do Japão e da China. Neles, Hearn se presta a explicar tais pequenos seres sem deixar de ressaltar a estranheza e o fascínio que provocam. Trata-se, sem dúvida, de um ato de devoção à cultura nipônica, feito por um homem nascido no berço do Ocidente que, conforme escreveu em carta, desejava “poder reencarnar num pequeno bebê japonês”. Agora em tradução inédita brasileira de Sofia Nestrovski, a profusão de samurais, budas e espíritos poderá enfeitiçar a leitura daqueles que tiverem coragem de se aventurar por estas páginas. Publicação da editora Fósforo. Você pode comprar o livro aqui.
 
Do erotismo: considerado em suas manifestações escritas e do ponto de vista do espírito moderno — o novo título no catálogo de surrealistas da editora 100/Cabeças.
 
Jogo de luz e sombras, sugestão e provocação, corpos ascendidos, signos do amor, caminhos do desejo em busca da beleza convulsiva. O erotismo empreendeu sua trajetória poética e iluminou diferentes autores desde a antiguidade, passando pela literatura medieval, mas “pertence propriamente ao espírito moderno”, como destaca o surrealista Robert Desnos em Do erotismo: considerado em suas manifestações escritas e do ponto de vista do espírito moderno com tradução de Alexandre Barbosa de Souza, texto publicado em 1923. No livro, Desnos apresenta sua visão filosófica e libertária do erotismo em um inventário crítico sobre o tema em autores e obras de diferentes épocas e lugares, com destaque para Guillaume Apollinaire e Marquês de Sade. Rabelais, Baffo, Aretino, Mariana Alcoforado, Théophile Gautier, Pierre Louÿs, Charles Baudelaire e Sacher-Masoch estão entre os nomes que passam pelo escrutínio do autor. “São artistas e poetas que se lançaram nas fogueiras noturnas do desejo, da busca pelo erótico carnal e amoroso que os surrealistas evocaram plenamente, para além de suas obras, em suas vidas”, escreve Alex Januário na apresentação. No ensaio de Desnos, que ele classifica como um trabalho de arqueologia sobre o tema, Alex Januário aponta que as particularidades de cada autor e obra são examinadas de modo a dar a dimensão do erótico em um plano geral. “Suas verves amorosa e erótica fundem-se nestas páginas”. Do erotismo foi publicado originalmente em 1923, ano que precedeu a publicação do Manifesto do surrealismo (1924), no qual André Breton aponta Desnos como aquele que possivelmente mais tenha se aproximado da verdade surrealista. Assim como Desnos, o erotismo é essencial para o surrealismo, sendo evocado e celebrado em diversos textos do movimento. Você pode comprar o livro aqui.
 
Sempre Clarice. Livro traça relações entre a obra da escritora brasileira e o pensamento clássico chinês I Ching.
 
Clarice Lispector e o clássico chinês I Ching. Símbolos em convergência reúne e destaca múltiplos exemplos de um aspecto recorrente da poética de Clarice Lispector (a imagem de aderência), apontando sua consonância com um elemento (o Aderir) do clássico chinês, tendo como principal esteio argumentativo a crítica de Benedito Nunes, não apenas sua vasta ensaística em torno da escritora, mas também suas considerações analíticas acerca da poesia à moda da renga — de origem japonesa —, dos aspectos distintivos das artes poéticas do Oriente em contraposição às do Ocidente e do denso diálogo sobre linguagem empreendido entre ele e Haroldo de Campos, decorrente de outro, entre o filósofo Heidegger e um interlocutor japonês, o professor Tezuka, da Universidade Imperial de Tóquio. O livro de Marília Malavolta sai pela Editora da Unesp. Você pode comprar o livro aqui.
 
REEDIÇÕES
 
Nova edição de O Centauro no jardim abre o novo projeto editorial para a obra de Moacyr Scliar.
 
Partindo do nascimento de um ser metade homem, metade cavalo, este romance evidencia a dualidade da vida em sociedade, em que é preciso harmonizar individualismo e coletividade. Livro ganhador do prêmio APCA de 1980 e eleito em 2002 pelo National Yiddish Book Center um dos cem melhores livros de temática judaica escritos nos últimos duzentos anos. No interior do Rio Grande do Sul, na pacata família Tartakovsky, nasce um centauro: um ser metade homem, metade cavalo. Quarto filho de um casal de imigrantes judeus russos, Guedali cresce excluído da sociedade. Numa narrativa provocadora, ele rememora sua vida desde o nascimento em Quatro Irmãos, passando pela juventude em Porto Alegre, sua fuga de casa, uma temporada em que foi atração de circo, a descoberta do amor até chegar ao Marrocos, onde realiza uma cirurgia para curar a si e sua companheira de seus problemas de nascença. O romance acompanha a trajetória do personagem na tentativa de se adequar ao seu país de origem enquanto filho de judeus fugidos dos pogroms da Rússia e, ao mesmo tempo, à condição de “estrangeiro”, como centauro — ser mitológico que ocupa um lugar tão nebuloso na literatura. Com sua particular capacidade de mesclar romance histórico e literatura fantástica, parábola bíblica e narrativas de tradições orais, sátira, humor e melancolia, Moacyr Scliar faz uma metáfora sobre a identidade individual e coletiva no judaísmo, a inadequação e o ser estrangeiro, mas também coloca em evidência o conflito de uma classe média brasileira confusa e angustiada com o destino do país ainda sob regime militar. História, ficção e mitos formadores da cultura judaico-cristã se fundem de forma conflitante e crítica em O Centauro no jardim. Publicação da Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
 
Nova edição do estudo da canadense Claire Varin sobre a obra de Clarice Lispector.
 
Originalmente, Línguas de fogo foi a tese de doutorado de Claire Varin para a Universidade de Montreal e dá conta dos detalhes dos romances e contos, passando pelas origens judaicas da escritora. Uma obra que desafia as leituras tradicionais do universo de Lispector. A tradução de Lúcia Peixoto Cherem é reeditada pela editora Nós. Você pode comprar o livro aqui.
 
PRÊMIO LITERÁRIO
 
Ruy Castro volta a ganhar o Prêmio Jabuti.
 
Desta vez, por Os perigos do imperador, publicado pela Companhia das Letras. O romance parte de um episódio histórico, a viagem de d. Pedro II aos Estados Unidos para as comemorações do Centenário da Independência estadunidense, período de três meses em que a narrativa de Castro imagina um atentado fatal contra o monarca orquestrado por republicanos brasileiros. Na poesia, o Jabuti de 2023 foi para Fabrício Corsaletti pelo livro Engenheiro fantasma (Companhia das Letras); no conto, um prêmio póstumo para João Gilberto Noll pelo inédito Educação Natural (Record). Na categoria Melhor Ilustrador, marcada pela polêmica nas semifinais com um livro desclassificado pelo uso de IA, a premiada foi Fayga Ostrower por A notável história do homem-listrado (Edufrn). 

Prêmio Oceanos 2023, entre Brasil e Cabo Verde.

Na prosa, o prêmio foi para Joaquim Arena, com o livro Siríaco e Mister Charles, um romance que fabula a amizade entre o jovem cientista Charles Darwin e Siríaco, um homem negro, ex-escravizado, que nasceu no Brasil, foi educado em Portugal e, por ter a pele marcada por vitiligo, integrou a chamada “corte exótica” da Rainha Dona Maria I. Na poesia, Prisca Agustoni, com O gosto amargo dos metais, um livro construído a partir do impacto das tragédias ambientais ocorridos em Minas Gerais, primeiro em Mariana e depois em Brumadinho.

EVENTO
 
Exposição passa em revista o envolvimento de Murilo Mendes com a arte, passando pelas vertentes do crítico, do colecionador, do organizador de exposições e, claro, o de poeta.
 
Com curadoria de Lorenzo Mammì, Maria Betânia Amoroso e Taisa Palhares, segue em cartaz até 28 de janeiro de 2024 no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo a exposição Murilo Mendes, poeta crítico: o infinito íntimo. Dividida em três seções, a mostra acompanha desde a formação do círculo de Murilo Mendes e Ismael Nery no Rio de Janeiro das décadas de 1920 e 1930 e os seus desdobramentos. A primeira seção conta exatamente o ponto inicial ou a fase rebelde de Murilo; a ela, segue a de meados dos anos 1930 até a sua mudança para a Itália, em 1975, ocasião quando estabelece laços com artistas como Lasar Segall, Bruno Giorgi, Maria Martins, Alberto Magnelli, Milton Dacosta, Djanira, Ione Saldanha, Almir Mavignier, Carlos Scliar, Fayga Ostrower e ainda com aqueles nomes que escaparam do nazismo e se refugiaram no Rio de Janeiro, como o casal Maria Helena da Vieira e Arpad Szenes. É a fase do Murilo abstracionista. A última seção contempla o período de estadia do poeta em Roma, onde leciona literatura brasileira, se aproxima do crítico de arte Giulio Carlo Argan e colabora com nomes como Lucio Fontana e Soto; é desse período que, na galeria da Embaixada do Brasil em Roma, organiza exposições de nomes como Volpi, Goeldi, Weissmann, Maravignier, entre outros. Todos os detalhes no site do MAM.
 
DICAS DE LEITURA
 
Na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a manter o Letras.
 
1. Os substitutos, de Bernardo Carvalho (Companhia das Letras, 232 p.) Numa viagem à Amazônia durante a ditadura militar, pai e filho cruzam por limites em que o dinheiro se coloca acima de qualquer coisa e revelam outras complexidades de um país fadado ao horror.  Você pode comprar o livro aqui
 
2. Rosshalde, de Hermann Hesse (Trad. Julia Bussius, Todavia, 176 p.) Outro da série de breves romances do escritor alemão que ganhado novas traduções ou mesmo primeiras edições no Brasil. Este é o quarto romance de Hesse e nele se investiga a falência dos ideais do casamento a partir da questão: é possível equilíbrio entre uma vida em conformidade com as expectativas sociais e uma que honre sonhos de liberdade? Você pode comprar o livro aqui
 
3. Compaixão, de Anne Sexton (Trad. Bruna Beber, Relicário, 376 p.) Em matéria de importantes traduções neste ano que termina, esta é uma das publicações de relevância. É a primeira vez que se publica entre nós a poeta estadunidense. A dolorosa, brutal e inovadora poesia de Sexton aparece aqui em edição bilíngue. Você pode comprar o livro aqui
 
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
 
No calendário cultural da literatura brasileira, no domingo, 10 de dezembro, marca-se a Hora H. Proposta do Instituto Moreira Salles que sublinha ano a ano o aniversário de Clarice Lispector. Este ano, é lançado o média-metragem O Rio de Clarice Lispector. Como direção de Eucanaã Ferraz, o filme acompanha Teresa Montero, biógrafa da escritora, em trânsito pela cidade carioca enquanto lê passagens da obra e descreve informações biográficas de Clarice. O filme pode ser visto no site do IMS dedicado à escritora, por aqui
 
BAÚ DE LETRAS
 
No passado 6 de dezembro de 2023 celebramos o centenário de Urbano Tavares Rodrigues. A obra do escritor português comparece no arquivo do Letras em várias resenhadas feitas pelo nosso colunista Pedro Belo Clara, incluindo um dos seus principais livros, o romance Bastardos do sol. Você pode acessar esse material aqui.
 
Ainda no rol das efemérides. No dia 7 de dezembro de 2023 passou o 150º de Willa Cather, importante nome da literatura modernista nos Estados Unidos. Nesse mesmo ano, um dos seus principais romances, Uma mulher perdida, alcançou o centenário de publicação. Você pode ler mais acerca do livro aqui e indo por aqui encontrará um perfil de Cather.
 
Neste ano, um dos livros mais desafiadores da obra de Clarice Lispector, Água viva, atravessa meio século desde a sua primeira edição. O livro foi comentado aqui por Pedro Fernandes.
 
DUAS PALAVRINHAS
 
A palavra misericórdia é uma palavra que tem um valor não só cristão mas tem também um sentido universal, quer dizer a compaixão, partilhar do sofrimento dos outros. A entre-ajuda é um valor que está presente em toda a minha obra. Eu sou marxista mas nunca achei que lutar pela transformação do mundo seja suficiente. É preciso lutar no concreto por cada ser humano.
 
— Urbano Tavares Rodrigues

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