"Para lo único que sirves es para escribir"
A frase é da companheira de Vargas Llosa, Patricia, e vem citada no seu discurso de recebimento do Prêmio Nobel de Literatura, na cerimônia realizada ontem, 8 de dezembro, em Estocolmo. Segundo a imprensa espanhola, o escritor chorou e fez todos chorarem. Não que tenha feito um discurso-drama, mas Llosa soube articular questões literárias, pessoais e políticas, num modo caudaloso e sobretudo de denúncia social.
E qualquer um que tenha alguma sensibilidade, ante as palavras do autor de Conversa no Catedral ficará à beira do choro, sobretudo com as passagens em que o peruano fala da literatura, de sua importância para a história da humanidade, para a nossa existência e a sua existência. A evocação do sentido para a literatura, a denúncia forte aos imperialismos da política e da religião, e mais que tudo um sonho ainda vivo de uma América e um mundo no exercício pleno da palavra liberdade. É este um discurso histórico, realmente! Llosa soube engendrar com maestria os limites da emoção - entre o abismo para a lágrima e para a acidez da revolta. Vale a pena lê-lo. Aqui.
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